Tio Leco e Tião do Karatê se manifestam após cassação pelo TRE: ‘Seguimos de cabeça erguida’
Os vereadores de Campo Mourão Alex Sandro Alves Nunes (PP), mais conhecido como Tio Leco, e Sebastião Galindo (PP), o Tião do Karatê, se manifestaram em nota após a confirmação da cassação de seus mandatos pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), nessa segunda-feira (23). A Corte manteve a cassação dos parlamentares por unanimidade (6 votos). Eles podem recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Seguimos de cabeça erguida”, afirmaram.
De acordo com a Justiça, o PP registrou a candidatura fictícia da então candidata a vereadora Sandra Raquel da Silva de Morais para cumprir cota de gênero nas eleições municipais de 2024. A denúncia foi investigada pelo Ministério Público após o Partido Social Democrático (PSD) de Campo Mourão ajuizar uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE).
Os vereadores disseram receber com respeito e com serenidade a decisão do Tribunal Regional Eleitoral, que confirmou a cassação de seus mandatos. Eles afirmaram que estão convictos de que não tiveram qualquer responsabilidade ou participação no fato em questão.
“Nosso advogado já está tomando todas as providências legais, e vamos recorrer da decisão e se for preciso, ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília, porque confiamos plenamente na Justiça, na verdade dos fatos e, acima de tudo, na vontade soberana do povo”, sustentaram na nota.
Tio Leco e Tião do Karatê disseram que fizeram uma “campanha limpa” de rua e de porta em porta. “Pedimos voto com coragem, dignidade e respeito. Fomos eleitos dia 5 de outubro (de 2024): Tio Leco com 1.557 votos, Tião do Karatê com 1.140 votos. Quase 3 mil pessoas nos deram sua confiança. Nenhuma decisão ou recálculo pode apagar essa realidade”, observaram.
Ainda segundo eles, quem conhece suas trajetórias sabe que “nunca foi fácil”. “Somos dois homens negros, de origem simples, criados com muito sacrifício. Cada espaço que conquistamos foi com trabalho, dedicação e fé. Enfrentamos preconceito, superamos a fome e, agora, enfrentamos mais essa batalha com a mesma coragem de sempre”, ressaltaram.
Para eles, segundo disseram, a política nunca foi privilégio, mas sim “uma missão”. “E missão se cumpre até o fim”, falaram, ao acrescentar que seguirão nos mandatos até nova decisão da Justiça, “com ainda mais trabalho, responsabilidade e serenidade, aguardando o desfecho deste caso”. “Vamos continuar honrando cada voto que recebemos e trabalhando por cada pessoa que acreditou no nosso projeto”, complementaram.
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Inelegibilidade
Na decisão, os desembargadores afastaram a inelegibilidade de quase todos os candidatos da chapa do PP por entender que a irregularidade não foi responsabilidade deles. Foram mantidos inelegíveis, por 8 anos, o presidente do partido, Rodrigo Salvadori, e a candidata “laranja” Sandra Raquel da Silva de Morais. Tanto Salvadori, que já foi vice-prefeito e disputou as três últimas eleições para prefeito de Campo Mourão, quanto Raquel, também podem recorrer ao TSE.