UTFPR seleciona professora da educação básica para projeto voltado ao público feminino

A Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) de Campo Mourão está selecionando professora da rede básica de educação autodeclarada negra, parda ou indígena, para preencher uma vaga para atuar no projeto de extensão denominado “Clube das EstrELAS: Elas na Astronomia”. A atuação acontecerá no segundo semestre deste ano, com bolsa mensal de R$ 770,00, auxiliando na execução das atividades planejadas pela equipe do projeto.

As interessadas têm até o próximo dia 25 para se inscrever gratuitamente, preenchendo formulário, que pode ser acessado aqui. A seleção acontecerá por meio de entrevista, que será realizada no dia 28 de junho (sábado), das 8 às 12 horas. As candidatas devem comparecer à UTFPR portando documento pessoal, autodeclaração racial e comprovante de vínculo com a educação pública.

A autodeclaração é a mesma utilizada no processo de seleção das alunas bolsistas do programa, que já finalizou, e pode ser acessada aqui.

Além de a vaga ser exclusiva para docentes autodeclaradas negras, pardas ou indígenas que atuem na educação básica, há preferência para profissionais das áreas de Ciência e Tecnologia, com disponibilidade para encontros aos sábados no período matutino.

O projeto

O “Clube das EstrELAS: Elas na Astronomia”, coordenado pela professora doutora Camila Maria Sitko, do Departamento de Física e do Polo Astronômico Rodolpho Caniato da UTFPR, campus de Campo Mourão, é um projeto de extensão da universidade que visa incentivar a entrada e permanência do público feminino nas áreas de ciências, como exatas, engenharias e computação.

Com foco na Astronomia, o projeto, que já existe internamente desde 2022, mas a partir deste ano de 2025 expandiu para abranger também a comunidade externa, tem se mostrado uma porta de entrada para um futuro acadêmico e profissional promissor. Da comunidade externa, atualmente, 26 adolescentes, todas meninas entre 14 e 16 anos, além de professoras da educação básica, estudantes de graduação e docentes da UTFPR, participam da iniciativa.

O objetivo do projeto é criar um ambiente onde as meninas possam se sentir pertencentes ao universo acadêmico, principalmente nas ciências e nas tecnologias. A iniciativa recebe apoio da Itaipu Parquetec e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em função de seu caráter social.

As participantes são alunas do 9º ano do ensino fundamental e da 1ª série do ensino médio, exclusivamente da educação pública de Campo Mourão, que foram selecionadas por meio de edital, priorizando meninas pretas, pardas e em situação de vulnerabilidade social. Das 26 estudantes da educação básica, 25 recebem uma bolsa no valor de R$ 300,00 mensais, por meio da Iniciação Científica Júnior, para participarem das atividades de pesquisa e extensão oferecidas.

Encontros quinzenais aos sábados são realizados, na própria instituição, entre as participantes do projeto

Para a efetivação do clube, encontros quinzenais aos sábados são realizados, na própria instituição. O projeto tem uma duração prevista de três anos. Ao longo desse período, as participantes não apenas aprendem sobre Astronomia, mas também aprofundam discussões sobre questões sociais e de gênero, que as empoderam e as encorajam a se sentir pertencentes a ambientes acadêmicos nas áreas de ciências e tecnologias.

A coordenadora do projeto enfatizou a importância de mostrar para as meninas que elas têm espaço no mundo científico. “Neste curto período em que o projeto ocorre, já notamos alguns pequenos impactos, que para nós são bem relevantes: algumas meninas já se sentem confiantes em explicar conceitos de Astronomia para outras pessoas e também já conhecem um pouco sobre a dinâmica de como é ser estudante na universidade pública, e estão gostando disso”, analisou a docente.

O impacto do projeto vai além do aprendizado acadêmico. Ele também abre portas para a participação das alunas em eventos científicos. Ao longo da iniciativa, as participantes terão a oportunidade de apresentar projetos de pesquisa e até criar clubes científicos em suas próprias escolas. “No terceiro ano de projeto, as clubistas também serão convidadas/orientadas a criarem clubes científicos em suas próprias escolas, como forma de promover suas lideranças científicas”, disse Camila.

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