VBP Agropecuário da Comcam alcança quase R$ 14 bilhões em 2021, aponta Deral

O Departamento de Economia Rural (Deral), vinculado à Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), divulgou nesta semana levantamento sobre o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) do Paraná referente a 2021. De acordo com os dados, o VPB na região da Comcam alcançou no período RS 13.900.765.247,88 bilhões. O número representa cerca de 7,7% do valor total do Paraná, de R$ 180,4 bilhões.

Conforme o balanço da Seab, o município de Ubiratã lidera o valor bruto de produção agropecuária na região com renda bruta de R$ 1,5 bilhão. Deste total R$ 688,4 milhões são referentes a renda de frango de corte. No município atua a Unitá, que fomenta a atividade. Com a soja, segunda atividade mais rentável conforme os números, o município atingiu o VPB de R$ 460,5 milhões e R$ 363 milhões com o milho.

Atrás de Ubiratã, segue Campo Mourão com renda bruta de R$ 999 milhões no VPB. As maiores cifras foram alcançadas com a soja (R$ 516,9 milhões) e frango de corte (R$ 216,6 milhões). O milho 1ª safra alcançou R$ 22,4 milhões; milho 2ª safra, R$ 78,2 milhões e trigo, R$ 58,9 milhões. Veja nas tabelas abaixo as culturas com maiores VPB’s em Campo Mourão.

VPB por município na Comcam

De acordo com o balanço divulgado pela Seab, o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) por município na Comcam, em 2021, é o seguinte: Ubiratã (R$ 1.579.180.145,11); Campo Mourão (R$ 999.128.743,07); Mamborê (R$ 985.375.527,21); Goioerê (R$ 853.162.753,08); Luiziana (R$ 837.270.464,35); Roncador (R$ 763.341.349,15); Campina da Lagoa (R$ 724.871.557,16); Terra Boa (R$ 634.055.143,20); Quarto Centenário (R$ 624.732.475,52); Engenheiro Beltrão (R$ 568.021.387,94); Araruna (R$ 516.239.523,95); e Juranda (R$ 498.476.604,45).

Nos demais municípios os valores atingidos são: Peabiru (R$ 482.235.539,50); Nova Cantu (R$ 472.098.191,08); Rancho Alegre D’ Oeste (R$ 394.602.051,20); Moreira Sales (R$ 388.064.524,45); Quinta do Sol (R$ 381.948.284,63); Boa Esperança (R$ 362.935.019,45); Iretama (R$ 346.662.477,73); Farol (R$ 339.863.381,66); Janiópois (R$ 319.109.120,65); Barbosa Ferraz (R$ 313.978.481,22); Fênix (R$ 252.251.799,49); Altamira do Paraná (R$ 149.623.911,59); e Corumbataí do Sul (R$ 113.536.791,04).

No Paraná, o VPB em 2021 somou R$ 180,4 bilhões. Os números representam um crescimento nominal de 41% em relação ao VBP de 2020 (R$ 128,3 bilhões). Em termos reais, o acréscimo é de 5%, conforme a Seab. O VBP contempla aproximadamente 350 itens diversificados, incluindo grãos, proteínas animais, fruticultura, floricultura, silvicultura e uma ampla gama de produtos da agropecuária paranaense.

Os dados são levantados pelos técnicos do Deral ao longo do ano com pesquisas semanais de preços e das condições das lavouras nos municípios. Além do crescimento expressivo do rendimento dos grãos (49%) e da pecuária (36%) comparativamente a 2020, o setor florestal também mostrou avanço significativo (41%).

Para o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, os números sinalizam que o campo mostrou sua força, mesmo com desafios como as restrições da pandemia, o aumento de custos de produção e as dificuldades de abastecimento interno. “Apesar de grandes perdas por causa da estiagem e das geadas que tivemos em algumas culturas, é um crescimento muito representativo. E nossa pecuária continua despontando. Significa que estamos cada vez mais agregando valor aos nossos produtos”, afirmou o secretário em entrevista à Agência Estadual de Notícias do Paraná.

Ortigara explica que, além de mostrar um panorama da agropecuária paranaense, o VBP tem peso de 8% na distribuição do ICMS no Paraná. “É um grande avanço e contribui para que os municípios possam, com mais recursos, prestar melhores serviços à população”, diz. De acordo com ele, estuda-se aumentar para 10% a participação do VBP na distribuição do ICMS no Paraná. “Seria uma forma de contribuir para que municípios bastante agrícolas tenham ainda mais arrecadação”.

A partir da publicação das informações preliminares no Diário Oficial, os técnicos e gestores municipais analisam os números e, caso desejem, podem entrar com recurso fundamentado para questionar dados do desempenho agropecuário. “O prazo é de 30 dias a contar da publicidade oficial. Depois desse período, o Deral divulga o resultado final do VBP de 2021”, explica o chefe do Deral, Marcelo Garrido.

O grupo dos grãos representa 45% do valor total do VBP do Paraná, somando R$ 80,7 bilhões. A soja, que rendeu R$ 51 bilhões em 2021 – 75% a mais do que em 2020 –, é o produto com maior representatividade. A valorização dos preços contribuiu para equalizar as perdas decorrentes da quebra da segunda safra de milho. Mesmo com uma produção 41% menor (9,3 milhões de toneladas, somadas as duas safras), o VBP atingiu R$ 13 bilhões, crescimento de 9% em termos nominais.

O impacto dos preços fica mais evidente nos índices do café no ciclo 20/21. Enquanto os produtores receberam, em média, R$ 496,80 pela saca de 60 kg em 2020, em 2021 o preço passou para R$ 1.082,40, um aumento de aproximadamente 118%. Embora a produção tenha recuado 13% (50,5 mil toneladas), o VBP do café aumentou 89%, somando R$ 911,2 milhões.

Na avaliação do Deral, os números da pecuária refletem a expansão do abate em 2021, aliada à valorização de preços e ao contexto do reconhecimento internacional do Paraná como área livre de febre aftosa sem vacinação, que abriu mercados às proteínas animais. Esse setor rendeu R$ 86,7 bilhões ao Estado, valor 36% superior ao de 2020. O VBP do frango de corte, principal destaque entre os itens do grupo, ultrapassou os R$ 33 bilhões (+52%), com crescimento de 4% na produção.