Vivendo do gelo

Os irmãos Wilshely e Fernando Lopes vivem, literalmente, numa fria. Mas pelo lado bom. Desde 1998, eles iniciaram em Campo Mourão, a fábrica de Gelo Sapeca. E nunca mais pararam. Vendo um mercado promissor, arregaçaram as mangas e prosperaram. A ideia inicial veio do pai, Wanderley. Ainda na década de 90, ele criou uma máquina de gelo para resfriar os sucos que vendia. Uma engenhoca. Com a sua morte, os filhos repensaram sobre o negócio. E deu certo. 

A família Lopes sempre foi destemida. Solidificada por bons trabalhadores, honestos. Wanderley era músico, proprietário de uma banda. Mas decidiu mudar de ramo. No início dos anos 90, passou a trabalhar com a produção de sucos naturais. Em caixas de isopor, eram negociados nos semáforos da cidade. Na época, meninos eram contratados às vendas. E estes, eram “sapecas”. Dando origem ao nome da marca atual. 

Os sucos eram vendidos aos montes. Foi preciso fabricar o gelo. Uma conta básica: suco gelado, vende mais. Para economizar, nada melhor que uma pequena produção, a partir da engenhoca deixada pelo pai. No entanto, com o tempo, a procura por gelo passou a ser maior que o próprio suco. Infelizmente, Wanderley veio a falecer em 1998. Os meninos, que até então trabalhavam vendendo cachorro-quente, ao lado da mãe, enxergaram uma oportunidade. E a abraçaram.  

“Uma vez vi uma reportagem na TV sobre o aquecimento global e o crescimento das empresas de gelo. Aquilo nos incentivou a investir no ramo”, diz Fernando. Atualmente, a fábrica de Gelo Sapeca conta com mais de 500 pontos de venda, atendendo 62 municípios do Paraná. Para cada parceiro, uma câmara fria. Investimentos sem fim. A qualidade do produto é consolidada. Além dos pontos de venda, a empresa também é contratada para levar gelo a eventos de grande porte, fora de Campo Mourão.

Hoje, o Gelo Sapeca conta com 10 funcionários fixos, além de outros temporários. E mantém uma frota própria de cinco caminhões refrigerados. Fernando conta que o crescimento jamais parou, pelo menos, até a chegada da pandemia. Desde o último ano, pela ausência do setor de eventos, parte do faturamento desapareceu. Em contrapartida, as revendas aumentaram. Uma tática necessária, principalmente, em tempos de crise.    

Matriarca dos Lopes, Tania Farias, hoje com 60, é o reflexo do trabalho. Desde a morte do marido, em 98, ela é quem inspirou os filhos. Vendendo cachorro-quente, na chuva, sol, frio e calor, a mulher guerreira jamais parou. “Minha mãe nos ensinou que somente o trabalho dignifica o homem. Não há outro jeito de vencer”, afirmou Fernando.   

Serviço

Gelo Sapeca – (44) 99978-9995