Invista em ações com pouca experiência

Com a Selic em 5,00%a.a. e o Ibovespa, principal índice da B3 (Bolsa de Valores), batendo novos recordes a cada dia, a renda variável está cada vez mais chamando a atenção dos investidores. Mas como investir em ações com pouco dinheiro e sem experiência?

Com a queda dos retornos dos investimentos em renda fixa, as pessoas estão cada vez mais investindo em renda variável buscando maiores retornos na sua carteira de investimento. Até quem nunca pensou em comprar ações começou a operar na B3.

Mas comprar ações não é tão simples como investir, por exemplo, em um CDB, pois seu valor varia tanto para cima, tanto para baixo por diversos motivos, que vão desde a situação financeira da empresa que emitiu a ação, até notícias do outro lado do mundo que interferem nas decisões dos investidores aqui no Brasil.

Mas para o investidor que não tem experiência na renda variável, fazer essas análises pode ser um pouco confuso no começo, correndo o risco de o investidor ter prejuízo na sua operação.

Uma alternativa para quem ainda está engatinhando na renda variável é investir em fundos de ações. Esses fundos são administrados por empresas ou pessoas experientes no mercado da renda variável, aumentando as chances de obter bons retornos nos seus investimentos.

Um fundo de investimento funciona como condomínio, em que um grupo de pessoas transfere seu dinheiro para um gestor profissional. Esse gestor vai aplicar o dinheiro dos cotistas (investidores do fundo) seguindo uma estratégia, que pode ser mais conservadora buscando seguir o Ibovespa, ou mais arrojada buscando superar o Ibovespa, cobrando uma taxa para administrar esses recursos.

É possível investir em fundos de investimento através das corretoras de valores, que pode ser a do seu banco ou uma de sua preferência. Hoje a maioria das corretoras oferecem conta digital. Para saber se uma corretora é confiável ou não, é só consultar a lista de corretoras cadastradas no site da B3.

Mas antes de investir é de responsabilidade do investidor verificar a estratégia do fundo, quais as empresas que compõem a carteira do fundo, qual a taxa de administração e performance é cobrada, o retorno do fundo por um prazo de no mínimo 12 meses, o valor mínimo para aplicar no fundo, e lembrar que rentabilidade passada não garante rentabilidade futura.

Fundo de ações são recomendados para objetivos de médio a longo prazo, pois estão sujeitos aos mesmos riscos de quem investe diretamente em ações, sendo os principais o risco de mercado que é a desvalorização no preço da ação que compõe a carteira do fundo, e o risco de liquidez que acontece quando o cotista resgata um valor menor que aplicou por causa da variação no valor da cota do fundo. 

Quem investe em fundo de ações não recebe os dividendos pagos pelas empresas aos seus acionistas, esse valor é agregado pelo gestor ao Patrimônio Líquido do fundo.

Fundos de ações são uma boa alternativa para o investidor inexperiente em renda variável, pois com pouco recurso ele consegue diversificar sua carteira de ações, além de ter mais segurança por causa da gestão profissional do seu dinheiro. Mas isso não isenta o investidor de fazer uma boa análise do fundo antes de investir, e de respeitar seu perfil de investidor e o prazo de realização dos seus objetivos.

André Lucas Ciola, economista e desenvolvedor do Blog Me Conte