Sem a vacina, demitida por justa causa

“Vivemos num individualismo muito cru. As pessoas são levadas a acreditar
que a promoção do conforto físico e das aparências é o que mais conta.
Existe uma desvalorização do conforto afetivo e moral. Existe a
ideia errada de que podemos ser felizes sozinhos,
ou, pior ainda, contra os outros”.
José Luís Peixoto

A auxiliar de limpeza se recusou a tomar a vacina. O Hospital de São Caetano do Sul, São Paulo, levou o caso à Justiça. Na semana passada o Tribunal Regional do Trabalho de S. Paulo – TRT-SP, confirmou sentença, a demissão por justa causa: “Colocaria em risco a saúde das pessoas no seu local de trabalho, funcionários e pacientes”.

Convicção, teimosia, medo, quais seriam os motivos da funcionária se recusar a ser vacinada? Uma delas é a ignorância, pior ainda, sendo ela funcionária de um hospital, poderia – é possível que tivesse – ter acesso fácil a todas as informações e poderia tirar todas as dúvidas lá mesmo, a conversar com médicos e enfermeiras.

Outros casos tramitam na justiça Brasil afora. Enquanto não transformam em “jacaré”, o certo é que se tornaram “asnos”. Até crianças sabem os benefícios da vacina e os malefícios da vulnerabilidade para quem não quer tomá-la. Evidentemente que a vontade única e exclusivamente individual não tem aparo legal nem moral. O risco não se limita aos egoístas, mas aos demais.

Esta Coluna abordou o caso paranaense de Londrina, de dois profissionais de saúde que também recusaram a vacina, tendo assinado um termo de responsabilidade. Informava que eles morreram. Ainda neste espaço, publicado em 29 de abril, TERMO DE ‘RESPONSABILIDADE, VÍTIMAS DELAS, frisava que o ser social se sobrepõe ao ser individual, além de que, os mortos, mesmo antes de morrerem, seria impossível arcarem com as consequências, por serem elas indeterminadas.

Pessoas que se recusaram à vacina, por pretenderem escolher determinadas marcas, estão indo para o fim da fila. E quando faltarem só elas a serem vacinadas? Caso mantenham a recusa? O interesse é público: vacina!

Não justifica mas tem uma explicação, o todo poderoso e atlético bradava que ninguém é obrigado a tomar a vacina, irresponsabilidade e influência criminosas do senhor presidente. É revoltante ter que fazer tal afirmação, mas necessário.

Fases de Fazer Frases

Que me levou é o que eu não trazia.
Traga-me de volta o que de mim não levou.
Troquemos o que não nos pertence: nós mesmos.

Olhos, Vistos do Cotidiano (I)

Dois esquecimentos, que bem desejo ser perdoado pelo caro leitor. O primeiro deles, na Coluna anterior e com atraso, registrei o aniversário desta Coluna (10 de julho de 1988); E o segundo erro, se pior eu não sei, é que informei que este espaço completara “32 anos”. Na verdade, é 33 o ano de existência. Na página impressa saiu errado, porém na virtual o erro foi corrigido a tempo.

Novamente peço desculpas a todos os leitores.

Olhos, Vistos do Cotidiano (II)

Na fila do banco um senhor gabava-se de não sair de casa sem o chapéu. A fala dele era sem endereço específico e sim a todos da fila. Para falar, ele colocou a máscara abaixo do queixo e continuou a sua explanação, como homem antigo, lamentando que ninguém usa mais chapéu. Parou de falar e não pôs novamente a máscara no lugar devido. Foi então que uma jovem disse, “o senhor aí, de chapéu, coloque a máscara corretamente.

Depois e em meios aos risos murmurantes, o senhor até inclinou a aba para frente e, escondendo o rosto, silenciou.

Farpas e Ferpas

É dificílimo fingir que sabe do que aprender.

Reminiscências em Preto e Branco (I)

“Antes do arame, estrutura torcida que hoje é chamada de ‘gaiola’, usava-se cordão de algodão. Desse primeiro método vem a expressão ‘marca barbante’, utilizada antigamente para designar produtos de segunda linha. Sim, as melhores garrafas tiveram logo as rolhas atadas com arame, como as de hoje”. Meu irmão Elio Brizola Maciel perguntou ao meu saudoso pai o que significava dizer “marca barbante”. Pronta e atenciosamente Eloy Maciel disse, “serve para designar produtos de baixa qualidade, e começou com as bebidas (vinhos e cervejas) de baixa qualidade. O termo passou a se referir a produtos sem ou de baixa qualidade.

Meu irmão não esqueceu e, lembrando, aprendi, sem esquecer também. E foi lendo o livro O MUNDO DO VINHO – COLEÇÃO FOLHA é que li a respeito, transcrição acima.

Reminiscências em Preto e Branco (II)

Sobre a nota anterior, “marca barbante” é pouco usada e tem a ver com o próprio vinho produzido atualmente, pois rolhas estão sendo substituídas por tampas plásticas que dispensam saca-rolhas e abridores.

José Eugênio Maciel | [email protected]