Na Capitão Índio Bandeira, poucas bandeiras

“A empunhar a bandeira, assim me ponho.
Sem arriá-la ante um Brasil arriado.
Uma Nação sem noção:
Só será independente….
se ninguém tiver fome….
Com insaciável do saber”.
[JEM]

Contei as bandeiras hasteadas ou fixadas por toda a extensão da via principal mourãoense, a Capitão Índio Bandeira. Tinham só doze no total. Foi no feriado, sete de setembro. Fiz questão de iniciar o percurso da avenida a partir do Bairro Lar Paraná, sentido saída para Maringá. Estranhei, pois era baixo o número de bandeiras, levando em conta que o hasteamento não seria apenas no dia da data, e sim a compreender a Semana da Pátria.

Minha lembrança é do tempo da meninice, (anos 1970) desfile por aquela avenida. Ao longo dela, incluindo as demais, era mais fácil contar os poucos estabelecimentos que não tivessem bandeiras.

Sem qualquer intenção de pré-julgar os motivos, o fato é que considero oportuno registrar. Esquecimento? A intenção de não usar as bandeiras? Existem outros modos de expressar a data sem carecer de usar a bandeira nacional?

Outra constatação, mas esta sim cabe comentar. Percorrendo a Capitão Índio Bandeira, o próprio governo federal foi desleixado, pois as duas agências da Caixa Econômica Federal estavam sem a bandeira do Brasil.

Pior foi ter observado os três Colégios não tinham bandeiras hasteadas ou outras referências alusivas, contrariando o sentido de a educação ocorrer e principalmente quando assimilada pelo exemplo. Exemplo que absolutamente faltou aos Colégios Adventista; Vicentino e o Alfa. Foi pandemônio silencioso que não serve a pandemia como escusa.

Chegou a ser estúpido crer que ser patriota era sair no feriado e se juntar aos demais e tendo como mote a conclamação do presidente Jair Bolsonaro, numa dicotomia grosseiramente autoritária, tipo do velho eslogam, “Brasil, ame-o ou deixe-o”, não sendo patriótico quem assim só se comportasse.

Patriotismo independe de governo, poder, é sentimento que transcende a cantar o Hino, ou desfilar. Patriotismo é o cotidiano de exercer a condição da cidadania, que pressupõe direitos e deveres visando a dignidade humana individual e coletiva. Patriotismo que implica luta para que haja plenamente igualdade social, um Brasil de todos os brasileiros.

Ainda na mesma avenida o contraste, pessoas dormindo nas calçadas, sem banho, com fome, acompanhados dos “vira latas” no chão da “pátria mãe (não) gentil”.

Fazer de Fazer Frases (I)
A saída do labirinto é não entrar nele.

Fases de Fazer Frases (II)
Quem muito se fia, em si mesmo pouco confia.

Fazer de Fazer Frases (III)
Tem dia que não se adia.
Dia que é para outro dia.
Dia que não é dia.
Que podia pôr outro dia.

Fases de Fazer Frases (IV)
Asnos fazem asneiras.
E os cágados?

Fases de Fazer Frases (V)
Nem tudo que virá, verás: viravoltas.

Olhos, Vistos do Cotidiano (I)
Brasil até aqui dividido, devido a quem compareceu nas manifestações dia sete de setembro, e devido à outra metade que não foi. Devidos e indevidos, não necessariamente nessa ordem.

Olhos, Vistos do Cotidiano (II)
Grande parte deles ao resolver parar e bloquear, aí sim que demonstraram não ter controle na direção, caminhoneiros então deram marcha ré, sobretudo sentindo que não teriam apoio popular.

Olhos, Vistos do Cotidiano (III)
Acertadamente ou por precipitação, motoristas fizeram filas para encher o tanque. Terão ao menos uma vantagem, se economizarem, sentirão menos no bolso em caso de novo aumento no preço dos combustíveis. O presidente colocou na Petrobras um general. Mas daí? Postos não são quarteis.

Farpas e Ferpas (I)
Experiência, enxergar com outros olhos. E com os dos outros.

Farpas e Ferpas (II)
Antes guardar palavras a ter que as engolir.

Farpas e Ferpas (III)
Não gritar pode salvar a coragem ainda não tida.

Reminiscências em Preto e Branco
Esconder no futuro o passado. Pode ser que o futuro inexista, por causa do que se passou. Não é como redes sociais, bastando “apagar”.

José Eugênio Maciel | [email protected]