“Ainda bem que ta acabando”

“A liberdade é o direito de fazer o próprio dever”
Charles de Montesquieu

Seja qual for o resultado da eleição deste segundo turno, dois fatos farão parte da história da política brasileira, dois paradigmas: será a primeira vez que um ex-presidente (Lula) terá um terceiro mandato pelo voto direto. Consequentemente será a primeira vez que um presidente (Bolsonaro) não conseguiria se reeleger. Outro paradigma, será histórico, caso o atual presidente consiga novo mandato, que um presidente derrota um ex-presidente.

A campanha no horário eleitoral gratuito e pelas redes sociais ficará marcada pela troca de insultos, um vale tudo sequioso também protagonizado pelos próprios candidatos.

A disputa será a mais acirrada em toda a história republicana brasileira? Superará o embate (2014) entre Dilma e Aécio?

Neste período de campanha, a manifestação pode ser resumida na frase que serve de título da Coluna hoje, “ainda bem que tá acabando”, declaração que ouvi muitas e variadas vezes por parte do copioso eleitor.

Parte significativa dos brasileiros, mais do que não gostar, assumidamente expressa detestar a política e os políticos. E não gostar de votar, visto como obrigação, em vez de encarar como um direito.

E acredite, caro leitor, os próprios políticos em grande número preferem que os eleitores não tenham memória e, antes o depois de cada eleição, que esses mesmos eleitores não saibam, não acompanhem, não estejam nem aí para quem tem mandato eletivo.

É como – e de fato é – que a política só exista no ato de comparecer as urnas.

O ainda bem que tá acabando, é uma arapuca, na verdade, terminada a escolha pelo eleitorado, é quando a política começa, continua.

Coerente com a liberdade de opinião e de escolha, todo o eleitor brasileiro faz com o voto dele o que bem entender, anulando-o, votando em branco ou escolhendo os candidatos que quiser.

Todo eleitor também determina a sua passividade ou protagonismo levando em conta fatos e motivações próprias, como a situação econômica, saúde, educação, segurança pública, simpatia ou antipatia.

Ainda não percebemos, na sua inteireza, o que disse o grande brasileiro Rui Barbosa, “a força do Direito deve superar o direito da força”.

Fases de Fazer Frases (I)
Nem sempre a verdade evidencia os fatos.

Fases de Fazer Frases (II)
A aversão à política é o mesmo que versão da política?

Fases de Fazer Frases (III)
A Eva é evasiva.
A Eva não avisa.
A Eva não visa.
A Eva visa visar.

Olhos, Vistos do Cotidiano (I)
Cabine ou cabina? Qual é o certo? As duas palavras estão certas?

Como é bom ter senso crítico, curiosidade e desejar aprender, como ler ou ouvir determinada palavra, ou de palavras com escritas parecidas.

Como domingo é dia de eleição, no momento em que todo o eleitor vai votar, portanto diante da urna, tem uma espécie de papelão, nele impresso o brasão da República e está escrito cabina. Tal palavra significa compartimento isolado, é como fica o eleitor diante da urna, que ninguém possa ver o voto dele, que é sigiloso o ato de votar.

E existe a palavra cabine? Sim. É um compartimento que isola a carroceria do espaço para o motorista e passageiros. É comum nos aviões, cabine dos pilotos, parte isolada deles em relação aos passageiros.

Errado mesmo – e comum – é falar “Gabina?

Olhos, Vistos do Cotidiano (II)
O certo é camionete ou camioneta? A pergunta vem a calhar devido ao subtítulo acima (cabina ou cabine?).
De acordo com o Código Nacional do Trânsito, as duas expressões existem e tecnicamente com definições próprias para cada uma delas.
Camionete: “Veículo de carga com peso máximo de 3,5 toneladas. E camioneta: ”Veículo misto de carga e passageiros”.

Olhos, Vistos do Cotidiano (III)
Roberto Jefferson (PT) até tentou ser candidato a presidente, com tornozeleira e tudo. A justiça eleitoral impediu e ele pôs um assecla, o tal falso padre, que também apareceu por lá quando o ex deputado resistiu a prisão com granadas e tiros, para não voltar a prisão.

A interferência do ministro da justiça Anderson Torres para intermediar a situação foi e continua a ser esdrúxula. Bastaria a Polícia Federal invadir a casa para dar cumprimento a determinação judicial a alguém que sempre afronta a lei. Que o digam os holofotes voltados para um condenado de há muito.

Farpas e Ferpas (I)
Não confundamos: O curso do rio com o urso que riu.

Farpas e Ferpas (II)
Não confundamos: Ser preso em flagrante com surpreso em fragrante.

Farpas e Ferpas (III)
Não confundamos: A marmita quentinha com a marmota que tinha.

Reminiscências em Preto e Branco
Na tardança da vida, os velhos hábitos se tornam ou parecem inéditos ante as gerações novas, sobretudo quando são adotados por elas.

E o passado para tudo serve no hoje? O futuro dirá.

José Eugênio Maciel | [email protected]