O sol é para todos

Meus caros amigos, boas notícias no front sustentável.

Na última sexta-feira, começou a operar no Paraná a maior fábrica de painéis solares fotovoltaicos do Brasil. A planta da Sengi Solar em Cascavel recebeu investimentos de R$ 220 milhões e conta com equipamentos automatizados de última geração, com capacidade produtiva de 3.600 módulos por dia – o que representa 500 megawatts-pico por ano.

Pra se ter uma ideia, a unidade tem potencial para produzir uma placa fotovoltaica a cada 23 segundos!

É uma notícia fabulosa não apenas pelo empreendimento em si, que se tornará um grande gerador de emprego e renda na região Oeste, mas por ser uma indústria que irá colaborar com um Paraná e um planeta cada vez mais sustentável.

Aqui em nosso estado, um dos maiores produtores de energia limpa, o governo Ratinho Junior tem incentivado o aumento da matriz solar, por meio de programas como o Renova Paraná, que oferece juros subsidiados para a compra de equipamentos e instalação de usinas fotovoltaicas, e o Paraná Energia Sustentável, que lancei quando secretário, para desburocratizar o licenciamento ambiental destes empreendimentos e agilizar sua implantação.

Como resultado, o Paraná é hoje o 6º estado com maior potência de energia solar fotovoltaica instalada (4,6% da capacidade nacional) – mas a tendência é galgar algumas posições rapidamente nesse ranking: de acordo com dados do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR), até agosto deste ano foram emitidas 14,4 mil Anotações de Responsabilidade Técnica (ARTs) no estado relacionadas a projetos de sistemas de energia solar. O número é 77,% maior do que as todas as ARTs de 2021 (8,1 mil). O aumento é ainda mais expressivo em relação a 2020, (2,5 mil ARTs).

Claro, esta tendência não se resume às divisas paranaenses. Aos poucos, a energia limpa vem conquistando o Brasil: a fonte fotovoltaica está prestes a se tornar a segunda maior geradora de energia do país, atrás apenas da matriz hídrica.

Dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) mostram que o Brasil ultrapassou em setembro uma nova marca histórica de 20 gigawatts (GW) de potência instalada da fonte solar. Somando as usinas de grande porte e os sistemas de geração própria de energia elétrica em telhados, fachadas e pequenos terrenos, o número é o equivalente a 9,6% da matriz elétrica do país.

Atualmente há aproximadamente 1,2 milhão de sistemas solares residenciais instalados, segundo a associação.

A fonte de energia solar já trouxe ao Brasil cerca de R$ 103 bilhões em novos investimentos, mais de R$ 27,2 bilhões em arrecadação aos cofres públicos e gerou mais de 600 mil empregos acumulados desde 2012, segundo a Absolar. Com isso, também evitou a emissão de 28,4 milhões de toneladas de CO2 na geração de eletricidade.

Parece que, finalmente, o Brasil acordou para a energia limpa e seus benefícios. Acreditamos que o crescimento da fonte solar é a combinação perfeita entre sustentabilidade e energia barata, aspectos fundamentais na tomada de decisão dos consumidores e do setor produtivo.

* Marcio Nunes é deputado estadual e ex-secretário do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo do Paraná