Comeu gabiroba?

Saudade da infância
De terra na mão
Brincadeira de roda
Correr na rua
Pés descalços
Birra pro banho
Muita bagunça
Pouca importância
Nenhuma preocupação

 Karlene Magalhães

            Ela é miúda e saborosa. Existe principalmente no cerrado brasileiro. Também é nativa de Campo Mourão. Presente no nosso cerrado, outrora com grandes áreas que foram cedendo lugar para a expansão urbana bem como a lavoura.

            Mais do que ter por aqui e na região, a gabiroba era fácil de encontrar, os pés estavam sempre carregados. O sabor da frutinha varia entre doce e ardidinha.

            Gabiroba foi o gosto de aventura dos adultos que caçavam pombinhas e outros pássaros, aventura dos meninos, embrenhando-se nas densas matas, cerrados ou não para logo saboreá-las aos montes.

            A grandeza territorial faz florescer abundantemente a fala e denominações, e gabiroba é como a frutinha é conhecida aqui. Já guabiroba e guavira é como são chamadas em outras regiões brasileiras. Além de alimentar, alternando variações de sabores doce/amargo, o sol do cerrado determina tal condição, como a cor aparente, amarelo rústico. Todas elas são comestíveis, servindo também para fins medicinais, segundo índios e caboclos sertanejos.

            Se o caro leitor já comeu gabiroba aqui é com certeza um mourãoense legítimo! É ou tem contato com a história de Campo Mourão. Ser comedor de gabiroba, por apreciar a frutinha, apanhando no pé, e, no seu derredor, mastigá-la.

            Comparando com o ser paranaense, quem o é tem como prova o gostar do pinhão e admirar a beleza da árvore araucária. Aqui já escrevi sobre o ser e modo de comprovar quem é parananense legítimo: o que carrega no coração a beleza do nosso pinheiro nativo e altivo, a imponente Araucária. (dispensa-se exclamação).

            É verdade que existem outros bons mourãoenses, mas o legítimo mourãoense é o comedor de gabiroba.

Fases de Fazer Frases (I)

            Quem dá de bom grado bem recebe agrado.

Fases de Fazer Frases (II)

            Qualquer palavra serve para quem não diz nada: silêncio.   

Fases de Fazer Frases (III)

            Resta a réstia, feixe de luz da fresta do ontem, tênua do entardecer.

Olhos, Vistos do Cotidiano

            Basta noticiarem sobre pagamento de impostos como IPTU, e não falta quem se refira as condições de pagamento. Aí surge, o cota única. Assim como não está certo parcela única, tanto uma quanto a outra não pode ser única. Não é a primeira nem será a última vez que o erro é aqui apontado.

Farpa e Fiapo (I)

            Quando uma língua estrangeira contamina a nossa, a identidade brasileira perde espaço. Facebook é abreviado para Face, (o som de feice). Ao ler um texto extraído de jornal, o título era A Face do Povo Brasileiro, mas o dito estudante leu A Feice do Povo Brasileiro. 

Farpa e Fiapo (II)

            Por maiores que sejam os cargos que ocupam, posições em nível nacional, Bolsonaro e Maia , presidente da república e da Câmara, conseguem se apequenar, tornam-se mutuamente minúsculos e esbugalhados, quando brigam e quando se apazíguam.

Reminiscências em Preto e Branco

            Saudade é como um pouco de fome: só passa quando se come a presença. A escritora, jornalista, poetisa oferece, com a frase acima, uma reflexão sobre a saudade e como nos colocamos diante dela. Em tempos recentes de tantas perdas importantes para a nossa cidade, com fome ou não, engolimos a realidade da perda sem desejá-la presente.

Reminiscências em Preto e Branco – Há 30 anos

            Quando do primeiro texto desta Coluna, há 30 anos, este Jornal só tinha uma única edição, semanal, aos domingos. Não tinha sede própria nem parque gráfico. Foram e são pioneiros os primeiros passos, primeiras jornadas desta Tribuna do Interior.

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