Dentro o olhar para afora

O milagre não é dar vida ao corpo extinto,

Ou luz ao cego, ou eloquência ao mundo…

Nem mudar água pura em vinho tinto…

Milagre é acreditar nisso tudo! ”

Mario Quintana

No escritório de minha casa, alternando olhares na tela do computador e a pensar no quê e no como escrever, vejo o lá fora, a árvore chorão, nela sem parar suavemente, caiem gotas da tão ansiada chuva. Os pássaros cantam mais alegres e dispostos, felicidade em coro.

Estou no escritório sem pretender ir lá fora. Como quem aprecia o espetáculo da natureza sem carecer de interferir com a simples presença.

E não é por estar a escrever esta Coluna, é mesmo por vontade espontânea de permanecer dentro em relação ao lado de fora. É como quem está na plateia sem desejo algum de subir no palco.

Concilio as duas mensagens sem que elas se misturem. Ao contrário, se harmonizem, a imagem do texto a nascer na tela do computador e a de fora, o retrato afora que me leva a escrever.

Onde você quer chegar? Há de indagarem os pouquíssimos leitores que tenho…

Pela estrada afora caminho… E é escrevendo que chegarei ao onde e aonde que não sei, só sei que tenho que caminhar, escrever.

Tenho que crer com a aspiração (até sem inspiração) de escrever afora e afora.

Como é fácil e cômodo acreditar em tudo, mundo afora.

Complexo é desconfiar de tudo, desfiar dúvidas fora do mundo.

Imaginar é ter que construir o que se imagina, visualizar o concreto que inexiste, impalpável.

Escrever precisa ter ingredientes. Existem receitas.

Mas… só se escreve com leitura. E se escreve…escrevendo.

Logo abaixo do título de hoje, o lírico e um dos maiores poetas brasileiros, Quintana, em certo trecho afirma, “O milagre não é dar luz ao cego […] … Milagre é acreditar nisso tudo! ”

Milagre é achar um dos raríssimos leitores desta Coluna e que, ao mesmo tempo, um deles ao menos ache algo de válido no texto de hoje.

Se achar, o caro leitor certamente irá me achar, mesmo caso eu esteja perdido, de dentro para fora, de fora para dentro, aforante tudo que tentei escrever e que hoje culpo ou atribuo o mérito das palavras, e no que tenha acreditado o caro leitor.

Fases de Fazer Frases (I)

Até o pouco é abundância, o Real do Brasil atual.

Fases de Fazer Frases (II)

Tem opiniões divididas que não deveriam dividir pessoas?

Fases de Fazer Frases (III)

Razão para viver é não achar razão em tudo.

Fases de Fazer Frases (IV)

Mas o nada é mais nada?

Olhos, Vistos do Cotidiano (I)

“Volto já”, ao caminhar a pé em Campo Mourão encontrei exatamente o mesmo conteúdo em dois estabelecimentos completamente longe e diferentes um do outro, raridade.

Evidentemente que a pessoa precisou sair e não tinha alguém para ficar no lugar dela. E, certamente ainda queria evitar dar a aparência que o “negócio fechou”. Não deixar clientes esperando.

Só teria a dizer, qual o tempo do “logo”? Ou seja, o “volto” seria meia, uma hora, alguns minutos?

Olhos, Vistos do Cotidiano (I)

A política e CPI são encaradas pelo senso comum como não apresentarem nada de prático. A CPI das vacinas teve sim efeito prático, sobretudo notório quando comparada ao início dela, já que se apressou na fabricação delas, quando o mundo já estava vacinando e nós aqui, nada.

Olhos, Vistos do Cotidiano (III)

“Fechamos para o almoço”, se escrevia muito por aí. Então se evoluiu, com a informação da hora do expediente, quando abre e fecha.

Olhos, Vistos do Cotidiano (IV)

Além do Azul referente ao estacionamento pago em Campo Mourão e o Agosto Azul- Saúde do Homem mourãoense, os dois importantíssimos, tem ainda o “azul” do jogo, quarta passada, “azul de raiva e tristeza ficou o tricolor Grêmio, tendo sofrido no seu azul quatro gols do Flamengo pela Copa Brasil. Só para provocar o diretor de redação desta Tribuna, Henrique Thomé e o pai dele, o velho amigo Nery.

Farpas e Ferpas

Enquanto as ditas verdades secretas…

Não forem reveladas, podem-se sobre elas…

Duvidar e inclusive tê-las como mentirosas.

Reminiscências em Preto e Branco

Na tardança da vida, observo o tempo rumar a minha frente, ainda.

Maior tardança que venha sem demora, será eu caminhar na frente do tempo que escoar para o final.

Que a tardança seja a mais tardia, porém no tempo para tudo.

José Eugênio Maciel | [email protected]