Dom do Diego, Maradona

“Eu tinha que aceitar, então mudar, E deixar de viver sem ilusão, 
Sempre atrás da janela sempre atrás do portão.
Busquei ser livre, mais eu jamais deixarei de sonhar
Que um dia irei merecer o amor que sentem por mim
Não chores por mim Argentina
Minha alma está contigo,
A vida inteira eu te dedico
Mas não me deixes fica comigo
Jamais o poder ambicionei, mentiras falaram de mim
Meu lugar é do povo a quem sempre eu amei
Eu só desejo sentir bem de perto o seu coração
Batendo por mim com fervor
Que nunca me vou esquecer
Não chores por mim Argentina
Minha alma está contigo,
A vida inteira eu te dedico
Mas não me deixes fica comigo”.

Andrew Llyd Webber – “Não chore por mim Argentina”

    A Argentina é um só evocação de homenagem, bem como o mundo do futebol. Maradona foi e é a alma alegre da sua gente. A canção acima, famosa com a peça de teatro sobre a vida de Evita Peron, perpassa a sonoridade da música na despedida ao grande jogador Diego Maradona. E cabe mencionar o dizer do saudoso e o maior dos escritores argentinos Jorge Luís Borges, bem se encaixa ao Maradona: “Com o tempo você compreende que somente quem é capaz de te amar com suas falhas, sem a intenção de te mudar, pode lhe trazer toda a felicidade”.
    Como jogador, todos os argentinos torciam enlevados por aquele que conquistou duas Copas do Mundo e sempre comemorava espetacularmente nos braços da torcida. Além do gênio e da genialidade futebolísticas, Maradona sempre se vinculou sobejamente a alma platina de todos, primeiro e sobretudo dos pobres, origem dele nunca renegada. 
    Os graves problemas devido a dependência química foram mazelas que o jogador jamais escondeu dos argentinos. Além de não fazer apologia dos males que tais vícios lhe causavam. E os argentinos bem sabiam, e toda vez que a saúde dele ficava comprometida, faziam vigílias, acendiam velas, expressavam força para que o ídolo logo se recuperasse.
    Pequeno, entroncado, veloz, forte e hábil com os pés e descomunal com a canhota, penetrou na muralha inglesa e fez o gol eleito o mais bonito de todas as copas. Eliminou os ingleses com outro gol dele de mão (final 2×1,1986). Com malandragem mesclada com a franqueza típicas, Diego declarou ter sido a “mão de Deus”.
    Evidentemente maior na Argentina, o povo a homenageá-lo com a vibração de torcedores, sendo o velório e preito como se fossem véspera, o jogo ou após o término da partida, mas também todo o mundo, com destaque a Itália e Espanha, as despedidas foram de todas as nações, de todos clubes, de todos os futebóis e a altura desse baixinho invocado e sempre de sorriso largo a abraçar multidões de fãs. O Brasil – nem carecia afirmar – pôs a rivalidade de lado para expressar enorme respeito, aplauso, reconhecimento e gratidão ao Maradona.
    Carregou sozinho a bela camisa azul celeste da Seleção Argentina ao conquistar dois títulos de Copa do Mundo. E o país inteiro o carregou sempre, ídolo maior, amado freneticamente e sem reservas.
    A azul celeste da camisa da é agora o azul da eternidade. E o celeste é a estrela de um astro que brilhará para sempre. 
   Não existe como esquecer Maradona, sequer como delirante hipótese. Ele é a grandeza e o melhor da história do futebol. 

Fases de Fazer Frases
    Nem sempre o bem vence, mas o mau não é perene.

Olhos, Vistos do Cotidiano
    As mulheres paranaenses nascidas em 2019 viverão em média 81,4 anos, os homens 74,9 anos, uma diferença quase 10% a favor delas, segundo o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, divulgado semana passada. Em comparação com o levantamento anterior, 2014, a expectativa de vida no Brasil aumentou no geral, em média um ano e cinco meses.       

Farpas e Ferpas
    Preferível sopro de vida a furacão da morte. 

Reminiscências em Preto e Branco
    Por não ser o momento para comparações no sentido de apontar preferências e sim registrar o que eles têm em comum. E, seguindo a ordem numérica dos dias, nascidos no mesmo mês, outubro: Pelé no dia 23, Garrincha dia 28 e Maradona dia 30. Edson Arantes do Nascimento, Manoel Francisco dos Santos e Diego Armando Maradona nasceram e tiveram infância pobre.
    Assim como Garrincha, Maradona é bicampeão da Copa do Mundo. Garrincha perdeu a batalha para o alcoolismo aos 49 anos e Diego recém completado 60 anos.

José Eugênio Maciel | [email protected]