“Estou na minha casa”. Mas…

“Muitos são orgulhosos por causa daquilo que sabem;
face ao que não sabem, são arrogantes”.

Johann Goethe

    “Os magistrados disseram que o “xingamento extremante ofensivo [foi] aparentemente dirigido à magistrada que presidia a audiência”. Os juízes pediram que a entidade analise o caso e “tome medidas disciplinares” contra Raphael Bueno da Silva. A juíza Edineia Carla Poganski Broch, também nessa 4ª (7.abr), declarou sua suspeição no caso. Dessa forma, de acordo com o TRT-9, a sequência do processo será conduzida por outro magistrado.
      O vídeo com o momento da audiência viralizou nas redes sociais. Uma das publicações do vídeo no Twitter, feita na 3ª feira (6.abr) por perfil denominado advogado de Schrodinger estava com mais de 1 milhão de visualizações na manhã desta 5ª (8.abr).
     Na peça, o advogado, sem perceber que está compartilhando a tela do próprio computador com todos que participam da videoconferência, acessa watts App Web, em conversa particular, faz um comentário ofensivo que todos puderam ler, inclusive a juíza. Não fica claro quem seria o alvo do xingamento.” 

    O texto acima foi extraído da página virtual Poder 360, publicado no último dia oito. O fato é oportuno por servir como advertência quando se participa de videoconferência, notadamente por parte de quem trabalha remotamente a partir de casa. Por experiência própria, todas as noites tenho aulas virtuais, eu em meu escritório de casa e os estudantes logicamente no ambiente da casa deles. Tomo o cuidado de estar trajado adequadamente, de não me ausentar e manter o trato civilizado.
    Não são poucos casos de advogados, embora sem xingar juiz ou promotor, que se apresentam na tela até sem camisa! Cabelos e modos desleixados. Profundo desrespeito.
    Certa ocasião estudantes comparavam roupas e modos dos professores nas aulas (então presenciais). Ponderei, embora seja livre a roupa a ser usada, os professores – outras profissões também – representam instituições sociais, no caso uma escola. Já testemunhei professores homens virem de short (os de educação física podem), camiseta parecendo o “sovaco” e de chinelos. 
Ora, é sala de aula! Não a sala da casa deles!

Fases de Fazer Frases (I)
    Sofrer é aprender lição sem quer. 

Fases de Fazer Frases (II)
    Doce amarga quando finda.

Fases de Fazer Frases (III)
    Hoje nem vi o ontem a meu ver. 

Olhos, Vistos do Cotidiano
    Depois de demolida a casa de esquina, terreno foi cercado para uma construção nova, calçada bem feita. Bom exemplo na esquina da avenida Irmãos Pereira com a rua Interventor Manoel Ribas. Em compensação, seguindo de a pé no amanhecer na minha caminhada, na mesma avenida, agora esquina da rua Harrison José Borges, esfarela-se o tapume que cerca o antigo posto de combustíveis, para lá de feio.

Farpas e Ferpas
    Viver de aparência é mísero disfarce da pobreza. 

Reminiscências em Preto Branco (I) 
    Aos 84 anos, morreu Agnaldo Timóteo, (COVID-19), quatro de abril, uma das maiores vozes brasileiras. A cidade onde nasceu se orgulhava do filho ilustre. Caratinga não tem apenas o cantor famoso. Aliás, o município mineiro possui mais celebridades. 
    Antes de fazer menção a outros filhos ilustres, Agnaldo faz parte da história da música brasileira com enorme destaque. Pobre, conseguiu emprego de motorista da cantora Ângela Maria. Ela incentivou e apoiou para que Agnaldo começasse a carreira de cantor. Ângela, foi a rainha do rádio, morta em 2018 aos 89 anos.  
    Ziraldo Alves Pinto, cartunista e desenhista é o pai do Menino Maluquinho, personagem infantil que encanta a criançada. Ele sempre fala da sua terra natal, Caratinga tem uma praça com enorme estátua a homenageá-lo, claro, com o Maluquinho. 
    A economista, jornalista com coluna em jornais, comentarista da Globo, Mirian Leitão é de lá também, conterrânea do jornalista, escritor e biógrafo Ruy Castro, colunista da Folha de São Paulo. 

Reminiscências em Preto e Branco (II)
    Meu saudoso pai Eloy tínhamos uma briguinha particular, embora respeitasse e reconhecesse a potência da voz, eu não apreciava o Agnaldo, enquanto que meu pai era fã. Em compensação, Milton Nascimento é um dos meus cantores favoritos, “ele não canta nada”, provocava seu Eloy.
    No meu aniversário, há anos, o pai me deu uma fita-cassete com as músicas do Milton, e, brincando muito, me provocou, “não sei o que você acha desse negão que não tem voz”, quando emendei, “e o senhor? com o Agnaldo?”
    Após uma sonora e doce gargalhada de amigos, ele concluiu: “está bem, você fica aí com o seu ‘negão’ que eu fico com o meu”.

José Eugênio Maciel | [email protected]