Impulso, sem relógio no pulso

Amigos não consultem os relógios quando um dia me for de vossas vidas… Porque o tempo

é uma invenção da morte: não o conhece a vida – a verdadeira – em que basta

um momento de poesia para nos dar eternidade inteira.

Mário Quintana

            Por estar no conserto o meu relógio, eu verificava as horas no celular. Em viagem recente a nossa capital, a bateria do celular começou a dar problema, muita demora para carregá-la e rapidamente a carga evaporava. Pifou de vez.

            O jeito era perguntar a hora para outros. No hotel,  para não perder a hora, pedi ao funcionário que ligasse na hora marcada para eu despertar. Notei,  ele achou estranho, provavelmente se trata de um serviço em extinção.

            Tentei me virar. Presumi inicialmente, seria fácil consultar as horas no público. O único relógio visível e imenso o da Rua XV de Novembro, a famosa Rua da Flores. Passando rápido por ela fui comprar um relógio de pulso. Estava a trabalho e, voltei a Campo Mourão de ônibus. Ainda em Curitiba, observei no Terminal Rodoviário, que foi modernizado (principalmente com escada rolante) por causa da Copa do Mundo. E, confortável por ter agora um relógio de pulso, notei que o Terminal não tem mais aqueles enormes e bem visíveis relógios colocados no alto. Se não tivesse meu novo de pulso, teria que indagar a hora, ou ficar atento aos avisos de partida.

            Não consegui ficar sem o relógio de pulso. Tentei.

            O motivo maior para continuar com tal relógio é o fato de ser professor. Devemos ser exemplos para os estudantes, caso consultasse as horas pelo celular em sala de aula, eu geraria a dúvida, o professor usa-o e não permite que eles o utilizem. Transparência é não bastar agir corretamente, é necessário demonstrá-la claramente. 

            Um senhor me pergunta as horas. Fiz questão de dizê-la com gentileza e simpatia.   

Fases de Fazer Frases (I)

            A verdade que se conta conta a verdade?

Fases de Fazer Frases (II)

            Entardecer.

            É descer.

            É tarde ser.

            E tarda ser.

            É um tar de ser!

Fases de Fazer Frases (III)

            Pode-se escolher  o relógio, não as horas.

Fases de Fazer Frases (IV)

            O simples é filho do complicado. Por vezes é complicado ser simples.

Olhos, Vistos do Cotidiano (I)

            Os 20 anos da Escola Municipal Florestam Fernandes (o Caic), me levam a lembrar da inauguração ter sido marcada para um sábado, dia que seria possível a presença do filho do sociólogo. O filho, jornalista com o mesmo nome do pai, prontamente aceitou o convite, feito por mim em nome do prefeito, na semana da perda do pai, um dos mais importantes professores e sociólogo brasileiros, morto em 1995. Veio a Campo Mourão com a  esposa. Como a capital paulista, Campo Mourão foi uma das primeiros cidades a  homenageá-lo.

Olhos, Vistos do Cotidiano (II)

            Do ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio, tem dinheiro esbanjado na propaganda do governo. Apelo aos candidatos para não perderem a hora, em vez de mais incentivo e informações.          

Olhos, Vistos do Cotidiano (III)

            Ainda que não seja novidade: como na internet não é aceito o c com cedilha (ç), ao digitar faça ela vira outra palavra: faca. Há quem faça faca.   

Caixa Pós-tal

            Morei em Araruna e lia a sua Coluna, principalmente o 'Fases de Fazer Frases', declarou Carlos Barbosa, controlador de estoque em Apucarana.

Reminiscências em Preto e Branco

            Tema principal da Coluna, relógio, lembro do meu saudoso pai Eloy. Se precisava acordar bem cedo, madrugada, pedia-lhe que me despertasse.Sem usar despertador, ele estava à beira da minha cama, delicadamente a mexer o dedão do meu pé: José Eugênio, acorda piá.