Influência dolorosa
“Má influência não é somente aquela que vem visivelmente incrustada com os cristais do dolo, da má intenção como a conhecemos. A má influência pode vir recheada e coberta com o doce glacê das boas intenções que soam tão belas aos nossos
ouvidos desatentos e fazem bem ao nosso ego, mas faz um mal muito maior
por fazer apenas parte de uma pauta moral de um ‘ser bonzinho’ que
não percebe e nem sofre as consequências, mas apenas influencia
no que é de seu interesse convencer”.
Henrique Musashi – Crônicas do bom-viver
Ygona Moura morreu aos 22 anos. Estava entubada e em coma induzido, há 10 dias em uma UTI – Unidade de Terapia Intensiva, de um hospital de São Paulo. A causa da morte da jovem foi a COVID-19.
A chamada influenciadora digital tinha cerca de 200 mil seguidores.
Seria uma morte qualquer? Mais uma morte causada pelo vírus, que já matou mais de duzentas mil pessoas em todo o Brasil?
Sobre a morte da referida jovem, o fato é que ela determinou o fim da própria vida. Ygona, antecipou, cometeu o suicídio, ainda que pudesse não desejar e, pelo contrário, se declarou e agiu em desafio negligente. Se julgou inatingível, imune. A morte de qualquer pessoa pode ocorrer de uma hora para outra, e não ter como causa o vírus letal. No caso dele ela mesma decretou e execução o próprio assassinato.
Foi celeremente ao encontro da morte.
Ignorância? Exibicionismo? A família vive o luto. A observar pelas imagens, estava acima do peso, (não chegaria a ser comorbidade, que é duas ou mais doenças), embora o excesso de quilos eleva as complicações, sobretudo cardiorrespiratórias.
É comum e natural que os jovens em sua maioria acreditem e ajam com tamanha crença no vigor da própria juventude, que se considerem inalcançáveis ante ao vírus, ou, da COVID-19 saiam vivos, ilesos.
“Gente, que noite foi essa? Noite de aglomeração com sucesso. Aglomerei mesmo e recebi bem para isso. E vou aglomerar de novo”, declarou ela com entusiasmo. Foi a verdade banal, dela. O que ficará depois da morte da Ygona? Dela? Para a família? Amigos? E os tais seguidores?
A influência na intenção e na prática é positiva ou negativa para e com os seguidores? Todas as interrogações de hoje, as deixo para que o caro leitor responda.
A minha imperícia analítica dos fatos não vai além de, não teria chance alguma de conhecê-la, caso ela tivesse morrido, e, ao invés de desafiar a morte, tivesse desafiado a vida. Infelizmente, é uma lógica sem necessidade de afirmá-la.
Fases de Fazer Frases (I)
Não louve a vida que leva. Eleve a vida a viver.
Fases de Fazer Frases (II)
Rir é o melhor remédio. Tem outro? Chorar de felicidade.
Olhos, Vistos do Cotidiano (I)
Um texto condensado é resumo. Quanto a leite condensado, é concentrado. Os mais de 15 milhões de reais gastos só com leite condensado, provocaram no Presidente, coronel Bolsonaro, reação amarga, mandou jornalista “enfiar no rabo”. É, o presidente está mais amargo ainda.
Olhos, Vistos do Cotidiano (II)
“Quando se vai a luz do dia a luz do poste é quem guia”, dizeres pichados na parede do Supermercado Carreira, Campo Mourão. Próximo do outro lado da rua: “Não sou bandido mas sempre evito os homens da lei”. Não tem o nome do autor. Claro, o muro não é do anônimo(a) que quer evitar os “homens da lei”.
Farpas e Ferpas
Baixa patente é o mesmo que baixar a patente (privada)?
Reminiscências em Preto e Branco – Carlinhos, polido no trato e política
Foi do coração. O da bondade, sempre altruísta. Da amizade caracterizada pelo sentimento fraternal. Do coração entrelaçado com a família, notavelmente ao do coração dos irmãos e do filho amado. O coração das aventuras e das paixões. Que pulsava, nunca de ódio, indiferença.
Esse coração de apego pelos seres humanos, parou, fulminante. Aos 67 anos, José Carlos Teodoro de Oliveira era chamado de Carlinhos, devido a estatura física, não ou apenas por causa da ternura familiar. Era Carlinhos por ser cortês, olhava nos olhos de qualquer pessoa com o devido respeito, consideração sincera, afável, cordialidade inerente a ele.
Família tradicional e pioneira de Campo Mourão também na história político-administrativa de Campo Mourão. O pai do Carlinhos, Joaquim Teodoro de Oliveira, por ter sido então presidente da Câmara de Vereadores, assumiu a prefeitura em 16 de março de 1951. Carlinhos viria a presidir o Legislativo mourãoense, primeiro de janeiro a 31 de dezembro de 1990.
Soube bem herdar a vocação familiar, empreendedora, política e de devoção sempre por nossa terra. Era polido no trato político, respeito mesmo na efervescência das eleições, não deixava de cumprimentar a todos com urbanidade. Rememoro quando ingressei na vereança e tendo presidido a Câmara, os olhares dele eram sempre atentos para a causa pública, “boa sorte no seu mandato, Maciel, para o bem de Campo Mourão”.
Carlinhos foi bem e para o bem de Campo Mourão. Passou a ser saudade desde 27 de janeiro.
José Eugênio Maciel | [email protected]