Mais deputados, menos médicos, professores
“Acreditamos saber que existe uma saída, mas não sabemos onde está.
Não havendo ninguém do lado de fora que nos possa indicá-la,
devemos procurá-la por nós mesmos. O que o labirinto
ensina não é onde está a saída, mas quais são os
caminhos que não levam a lugar algum “.
Norberto Bobbio
Serão mais 18 deputados federais. Mais de 64,6 bilhões de reais por ano. A votação na Câmara dos Deputados foi mais rápida do que um piscar de olhos. A justificativa para aprovar o projeto de lei seria uma exigência do STF – Supremo Tribunal Federal, considerando o Censo demográfico de 2022, que obrigaria a Câmara a se adequar ao número de habitantes.
O curioso, incoerente, a cupidez patranha praticada pelas excelências, é que eles só se limitaram a aumentar o número de deputados de alguns estados. Porém, não diminuiriam o número de cadeiras de outras unidades da federação, as que perderam habitantes.
O correto não foi feito, de propósito, pois não se trata de desconhecimento de causa, mas a ânsia incontida do corporativismo.
O que chega ser pior deste projeto de lei, é o efeito cascata nas assembleias legislativas estaduais e nas câmaras municipais, que poderão aumentar o número de cadeiras. No âmbito municipal a população poderá pressionar vereadores a não elevarem o número de cadeias.
O impacto nas contas públicas é estimado em 75 milhões de reais.
O projeto, aprovado no último dia 25, Lula anunciou que vetará, assim o ônus ficaria com os parlamentares.
Por falar em presidente, Senado e em Câmara Federal, existe uma patifaria absurda, os parlamentares ergueram as suas vozes para derrubar o pretendido aumento do IOF – Imposto sobre Operações Financeiras praticamente para manterem inalterado privilégio para os ricos. Grande parte dos parlamentares não têm moral para posarem em defensores da sociedade.
E não se trata de defender o governo Lula, mas apontar que o fato desvia a luz para o que verdadeiramente deveria chamar atenção: teremos aumento das despesas, sendo que mais 18 deputados – o Paraná terá mais um parlamentar – em nada contribuirão para efetivamente estarem a altura da representação do povo.
O que sobra País afora, é médicos e professores, repletos de regalias.
Fases de Fazer Frases (I)
Sempre temos o que dizer, desde que respeitemos o silêncio.
Fases de Fazer Frases (II)
Nem sempre faltam palavras para um texto. O que falta é cortá-las.
Fases de Fazer Frases (III)
O valor de um objeto não pode ser fixado pelo quanto poderemos pagá-lo.
Fases de Fazer Frases (IV)
… Reticências podem servir para iniciar uma frase, ou para concluí-la….
Fases de Fazer Frases (V)
Vida não é caminho, é direção.
Olhos, Vistos do Cotidiano (I)
A propósito do tema que abre a Coluna hoje, o aumento do número de deputados da Câmara, o Paraná terá uma cadeira a mais, serão 36 no ano que vem. Não será surpresa alguma e também de sorrelfa, afogadilho mesmo, se a Assembleia Legislativa daqui propor aumentar também. Para ficarmos apenas referente a região Sul, além do Paraná, Santa Catarina terá quatro deputados federais a mais, enquanto que o Rio Grande do Sul perderá uma cadeira.
Olhos, Vistos do Cotidiano (II)
São 4.500 avanços de sinal e consequentemente multas para os infratores no trânsito mourãoense, desde que a prefeitura instalou câmeras em todos os semáforos, informou o diretor de Trânsito e Segurança Nelson Casaroli. Notícia informando e até mesmo advertindo os condutores de veículos, não faltaram.
Olhos, Vistos do Cotidiano (III)
De onde é o Serjão, o homem do pão? Em destaque no rótulo, “Artesanal PÃO SERJÃO”, do pão que comprei no sábado. Devido o hábito de ler rótulos, constatei no citado produto, informações sobre ingredientes, como fermento natural. Tem também o peso líquido, data de validade, telefone e o CNPJ.
Mas qual a cidade deste imenso Brasil é feito esse pão? Todas as informações são fundamentais e até obrigatórias, mas deixar de lado o nome da cidade e endereço, é no mínimo estranho. Serjão, donde vem o seu pão?
Olhos, Vistos do Cotidiano (IV)
Após toda a justificada movimentação em Campo Mourão ante ao perigo iminente da explosão, resta aguardar o que vai apontar o rastreamento desses 240 quilos de bomba. Toda mobilização envolveu as Polícias, peritos, Corpo de Bombeiros, BOPE. Exército investigará. E ainda, “especialistas” em abundância, daqueles que comentam até a guerra no Oriente Médio ou entre Rússia e Ucrânia.
Farpas e Ferpas (I)
Vá direto ao assunto! Desde que se saiba onde ele está.
Farpas e Ferpas (II)
Tem quem economize tempo próprio e gasta dos outros.
Farpas e Ferpas (III)
Entre diferir e ferir, leve em conta o deferir.
Farpas e Ferpas (IV)
Nem sempre quem se assanha ganha.
Sinal Amarelo (I)
Saber optar é capacidade. Porém nem toda a capacidade é opção.
Sinal Amarelo (II)
Contemos toda a verdade. Mas não necessariamente de uma vez.
Trecho e Trecho
“A vida é uma calamidade a prestações”. [Oswald de Andrade].
“O supérfluo dos ricos é a propriedade dos pobres”. [Santo Agostinho].
Reminiscências em Preto e Branco
Há 36 anos iniciava esta Coluna, 10 de julho de 1988. Espaço que faz sentido devido ao caro leitor, ainda que eu não saiba de todos, quantos e quais. Assunto para a próxima semana. Mas, desde já e sempre, a minha gratidão!
José Eugênio Maciel | [email protected]
* As opiniões contidas nesta coluna não refletem necessariamente a opinião do jornal