Na cadeia, sem trânsito

A má educação no trânsito é tanto que até parece

 que motorista educado só anda de carona.

Autor desconhecido  

            Desde o dia 19 de abril está em vigor mudança na Lei 13.546/17 e das normas inerentes ao Código de Trânsito Brasileiro – CTB, que eleva a pena para os crimes relacionados à embriaguez ao volante. A legislação foi aprovada em dezembro do ano passado, tendo naquela ocasião o merecido destaque pelos meios de comunicação, o que novamente ocorre hoje quando ela passa a valer.

            A embriaguez ao volante tem agora como pena mínima dois anos, sendo que anteriormente era de seis meses. Quando dirigir alcoolizado ou por ter no organismo substância psicoativa, o crime de homicídio culposo ou de lesão corporal culposa, é de cinco a oito anos de reclusão, sendo que antes a pena era de dois a cinco anos. Agora somente o juiz poderá arbitrar fiança, podendo ou não determinar a continuidade da prisão, sendo que antes era a autoridade policial que decidia a respeito.

            No Brasil são pelo menos 47 mil mortes por ano e são 400 mil pessoas que ficam com algum tipo de sequela. Segundo a OMS – Organização Mundial da Saúde, o Brasil está atrás apenas da Republica Dominicana, Belize e Venezuela.

O custo das mortes e da incapacitação é de 56 bilhões de reais, conforme dados do Observatório Nacional de Segurança Viária. Tal valor daria para construir 28 mil escolas ou 1800 hospitais.

            A nova Lei Seca precisava ser mais rigorosa e espera-se que a severidade possa inibir os motoristas. A fiscalização não muda nada em termos da lei.

            Falta educação para o trânsito? Falta educação no trânsito? O exame para a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação prática e teórica é adequada? Em geral para todas as indagações é possível afirmar que não. Não existe desconhecimento do motorista e pedestre, o que há infelizmente é a negligência, imperícia e imprudência que, somadas ou cada um por si, geram acidentes de toda ordem e que poderiam ter sido evitados.

Depois de décadas de ensinamento com as crianças já nos primeiros anos escolares, era para ter sido possível gerações mais recentes, o suficiente a formar uma consciência condizente para conduzirem-se no trânsito. Mas não, continuamos sem condições que diminuam o número de acidentes, consequentemente o de mortes ou de incapacidade e sequelas permanentes. De 2009 a 2016, por exemplo, o total de óbitos pulou de 19 para 23,4 por 100 mil habitantes.

            De um lado a velocidade alta e intensa no trânsito, de outro, a lentidão da justiça. Nós somos tão responsáveis quanto vulneráveis e vítimas, mas, na maioria das vezes, nos omitidos. Tudo não é fatalidade.

Fases de Fazer Frases (I)

            Não basta olhar para dentro de si. É preciso nosso próprio e o olhar alheio.           

Fases de Fazer Frases (II)

            Seria séria a sereia?

            Seria a sereia que ria?  

            Ia e ria a sereia.

Olhos, Vistos do Cotidiano

            Se for quadrilha ou não, a investigação dirá, até se inocentes foram presos. Luiziana é notícia sobre corrupção no âmbito dos poderes municipais. E o possível chefe da quadrilha? Na redoma do foro privilegiado?     

Caixa Pós-tal

            Leio todo final de semana a sua coluna que sai nos sábados, indiscutivelmente filosófica e cultural, escreveu Denir Dalefi, de Campo Mourão.

Reminiscências em Preto e Branco

O aroma do café da manhã. O ruído das xícaras sendo colocadas à mesa e da janela ao ser aberta, convite para o sol entrar mais à vontade. Rotina do que parece tudo igual, mas que se repete todas as manhãs a provocar sempre uma nova sensação de iniciar o dia.

Da outrora casa dos meus pais, da minha ou na dos meus queridos irmãos, é como se o café passado filtrasse fatos de há muitos como se eles ao mesmo tempo fossem inteiramente novos.  Sorvo o preto do café, o branco do leite. Sou absorvido pelas reminiscências deles, Eloy e Elza, como manteiga derretida no pão quentinho.  

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Por José Eugênio Maciel | [email protected]