Somos mais do que isso!

Eu escolho ser otimista. Porque se escolher ser pessimista, tudo acaba antes de começar. Gary Vaynerchuk

Quando estudava no ensino fundamental, havia uma piadinha. Diziam que Deus, ao criar o mundo, foi indagado por um de seus anjos assessores: Senhor, estás criando o mundo, e naquele país chamado Brasil não há terremotos, maremotos, nem vulcões, nem peste! Deus respondeu: ah, mas você não sabe o povo que vou colocar lá!

Naquela época também eu ouvia dizer que o Brasil era o país do futuro. Que era um país em desenvolvimento! Quase quarenta anos depois, esse futuro não chegou?

Vivemos nesses anos todos vários ciclos, ora com mais progresso, ora com retrocesso. Em 2016 chegamos a indicadores socioeconômicos idênticos a 10 anos atrás. Deixamos o país retroceder. Deixamos muitos sonhos virarem pesadelos. Deixamos muitos municípios – o nosso inclusive – estacionados econômica e socialmente.

Quero neste texto refletir um pouco sobre o nosso – me incluo – posicionamento passivo enquanto cidadão. Porque há uma mania de pensar que ser cidadão é ter direitos. E que lutar pelos direitos é legitimo, necessário e suficiente. E que nossos direitos têm que ser providos por alguém, seja o Prefeito, o Deputado, o Vereador, o Patrão, o Chefe, o Vizinho. E que se não temos nossos direitos atendidos devemos ter o direito de reclamar.

E é bem nesse aspecto que eu creio que perdemos muito espaço para outros povos. Porque nos depreciamos, nos desvalorizamos e terceirizamos a responsabilidade pelo nosso sucesso. E essa baixa autoestima nos leva a olhar sempre para o copo meio vazio.

Mas o Brasil e o brasileiro precisam ser mais do que isso. Porque somos milhões de honestos a mais do que alguns políticos corruptos. Somos multidões de solidários a mais do que alguns egoístas. Somos uma massa de tolerantes contra alguns racistas e homofóbicos. Somos uma legião de empreendedores e apenas alguns descrentes e desmotivados. Somos muito mais solidários do que alguns indiferentes. Somos um país de riquezas, embora com algumas regiões de pobreza.

Sabe qual é a grande armadilha? É a grande maioria deixar-se levar pelas queixas dos reclamadores de plantão. É desanimar-se a cada crítica recebida. É pensar que a vida é assim mesmo, não conseguiremos passar disso. É começar a achar que não vale a pena discutir porque desgasta. A grande armadilha acontece quando os bons silenciam.

Porque é isso mesmo que os pessimistas, críticos, maldosos e corruptos querem. Apostam no quanto pior, melhor. Jogam não para subir, mas para fazer os outros caírem. Buscam o equilíbrio no nível deles, o mais baixo possível.

Essa é a arapuca. É disso que devemos fugir. E nesse caso, fugir significa enfrentar. E enfrentar é argumentar, participar, discutir, apresentar ideias, dar exemplo.

Somos mais do que isso que estamos vendo.

___

Carlos Alberto Facco – Secretário de Desenvolvimento Econômico de Campo Mourão | [email protected]