“Na terra de cego … (…).

“Olhe o olho de quem olha.
Ambos não têm nada a ver um com o outro?”
Estive Nólocal (b.d.C.).

Primeiramente é bom completar o ditado, que, embora seja antigo e conhecido, pode ser quem o desconheça: “Na terra de cego quem tem um olho é rei”.

O escrevinhador aqui passou por uma cirurgia de um olho devido a cataratas, com o implante de uma lente para diminuir a miopia e estigmatismo. Todo transcorreu na mais perfeita ordem, já passei por exames pós-cirurgia, falta ser examinado mais uma vez, quando o médico diagnosticará o grau dos óculos para eu enxergar de perto. De longe, está tudo bem. Estou usando uma lupa para ler o que de mais importante e possível. Para se ter ideia, quase tenho que  encostar o nariz na tela do celular ou do computador.

Não estou me considerando um rei nem estou numa sociedade que só teria cegos. O poder de quem só tem um olho em meio a todos cegos de fato simboliza uma influência, poder. O grande humorista – entre outras e muitas formações – Millôr Fernandes – declarou, pode não ser grande vantagem, se os cegos não enxergarem que tenha de um fato uma única pessoa que enxerga, ainda que só de um olho.

Como a leitura é meu hábito maior, livros e o cotidiano dos noticiários, além da necessidade de ter que escrever também por dever de ofício, me tornei um paciente, paciente, ou seja, uso a lupa só para casos muitíssimos urgentes e especiais.

Poderia deixar de escrever a Coluna quando tiver os meus óculos novos. Aproveito o gancho, a palavra óculos é sempre no plural, o correto falar ou escrever os meus ou os seus óculos. Nunca no singular, “meu óculos”; “o seu óculos”.

A minha situação clínica, absolutamente temporária, adaptável e de circunstâncias que podem e devem ser seguidas sem maiores privações, só mesmo a de não enxergar de perto – não se compara aos casos de perda total de visão, cegueira completa. E muitos estão ficando cegos por terem ingerido bebidas falsificadas com metanol, além de muitos outros sintomas e reações que levam à morte ou a uma enorme incapacitação.

Termino o texto – não precisaria escrever por ser óbvio – mas para lembrar a mim mesmo de estar com a lupa para revisá-lo. Escrevi como quem não esqueceu de datilografar sem olhar nas teclas.

Fases de Fazer Frases (I)

O sábio não se julga inteligente, mas o inteligente se considera sábio.

Fases de Fazer Frases (II)

O ambulante é um transeunte com mercadoria.

Fases de Fazer Frases (III)

O sabor da vida é de muitos ingredientes, você é um deles.

Fases de Fazer Frases (IV)

Não confundamos: O louco que motiva; com locomotiva.

Fases de Fazer Frases (V)

A política é para amadores, chamados eleitores.

Fases de Fazer Frases (VI)

Não confundamos: O chá com o frei; com o chá de confrei.

Fases de Fazer Frases  (VII)

Se longa a preparação, curta a ação.

Fases de Fazer Frases (VIII)

Se longo o pensamento, curta a ideia.

Fases de Fazer Frases (IX)

Não faça só o que não puder fazê-lo.

Fases de Fazer Frases (X)

Que direis dos reis?

Que dirá Dinorá.

Diria o que a Íria.

Diriam, iriam….

Olhos Vistos do Cotidiano (I)

Noticiado por esta Tribuna, a Câmara de Vereadores de Mamborê ter voltado unanimemente projeto de lei para instituir o auxílio-alimentação, tamanho mau exemplo moralmente insustentável, tanto assim que o prefeito Sebastião Antônio Martinez (PSD), que argumentou ferir a moralidade pública e se tratar de um aumento disfarçado, vetou. Ao retornar à Câmara, um único vereador, Dorneles Adão Cavali Júnior (PSD), agora se posicionou a favor do veto.

A população deu o recado, depositando cestas básicas aos pobres vereadores, que se juntaram aos de Barbosa Ferraz, que também agiram para benefício próprio. Trata-se de aumento mal disfarçado. O presidente da Câmara Maurício Jotta Massano (PSD), distribuiu nota afirmando que serão tomadas “providências cabíveis”, se referindo as críticas. O mesmo que logo após a primeira votação, não atendeu os meios de comunicação.

Então ele que comece tomando as ditas medidas cabíveis, processando o prefeito Sebastião Antônio Martinez que vetou tal projeto, por ser contra os interesses públicos. É a falta de vergonha na cara, de pau este aumento pessimamente disfarçado.

Olhos, Vistos do Cotidiano (II)

“São José Fat”, assim leu a locutora ao informar o endereço de uma clínica na cidade. E ninguém reparou no erro que pode ser crasso, já que é uma importante rua de Campo Mourão, homenageia o santo ucraíno – ou ucraniano – sendo que a pronuncia correta é, Josefat, sem a pronuncia do t, que é mudo. Uma das vias principais e movimentadas da cidade, onde fica a bela Igreja dos ucranianos.

Farpas e Ferpas

Pior inveja é invejar-se.

Sinal Amarelo

A temível verdade impede ou inibe até de falá-la.

Trechos e Trechos

“O segredo da felicidade no amor não é ser cego, mas saber fechar os olhos quando necessário”. [Simone Signoret].

“Uma chave importante para o sucesso é a autoconfiança. Uma chave importante para a autoconfiança é a preparação”. [Arthur Ashe].

Reminiscências em Preto e Branco

Na tardança da vida ela ensina mais quem aprende, ainda que menos.

José Eugênio Maciel | [email protected]

* As opiniões contidas nesta coluna não refletem necessariamente a opinião do jornal