Cestas básicas deixadas na Câmara de Mamborê em protesto são doadas; presidente emite nota
Um protesto simbólico em Mamborê contra a aprovação de um auxílio-alimentação de R$ 400 aos vereadores resultou na doação de oito cestas básicas à Rede Feminina de Combate ao Câncer do município. Os alimentos foram deixados por manifestantes em frente ao prédio da Câmara Municipal.
O presidente do Legislativo, Maurício Jotta Massano (PSD), informou em nota oficial que os produtos foram recolhidos e encaminhados à entidade beneficente, que presta assistência a famílias carentes. “Os alimentos não ficaram em posse dos vereadores”, destacou o comunicado.
O protesto ocorreu após a derrubada do veto do prefeito Sebastião Antônio Martinez (PSD) ao projeto que concede o benefício aos parlamentares. Com a decisão, o Legislativo manteve o auxílio de R$ 400 mensais, mesmo valor pago a servidores com remuneração acima de R$ 2.501,00. O veto foi rejeitado por sete votos a um, sendo o vereador Dorneles Adão Cavali Junior (PSD) o único a votar pela manutenção.
Segundo o prefeito, a medida fere princípios da administração pública, como moralidade e transparência, além de representar um custo adicional estimado em R$ 43,2 mil anuais ao Legislativo. Atualmente, os vereadores de Mamborê recebem R$ 8,6 mil por mês, e o presidente da Câmara, R$ 10.020,00.
Nota de esclarecimento
Com a repercussão do caso, a Câmara de Mamborê divulgou uma nota reafirmando o compromisso com a liberdade de expressão e o debate democrático. O texto afirma que “a crítica, o debate e a transparência são pilares essenciais do regime democrático”.
No entanto, o Legislativo destacou que a liberdade de expressão “não se confunde com ofensas, calúnias ou difamações” e informou que medidas legais estão sendo tomadas individualmente por vereadores que se sentiram ofendidos, “dentro dos limites legais e do devido processo”.
O documento finaliza ressaltando que a Câmara “apoia o diálogo respeitoso e a crítica construtiva, mas repudia a propagação de informações falsas ou ataques pessoais que possam comprometer a imagem da instituição”.