Nosso museu, um pouco mais de sua história

“A memória é um elemento essencial do que se costuma chamar identidade, individual ou coletiva, cuja busca é uma das atividades fundamentais dos indivíduos e das sociedades
de hoje, na febre e na angústia. Mas a memória coletiva é não somente uma conquista é também um instrumento e um objetivo de poder. São as sociedades cuja memó-ria social é sobretudo oral, ou que estão em vias de construir uma memória coletiva escrita, que melhor permitem compreender esta luta pela dominação da recordação e da tradição, esta manifestação da memória”.
Jacques Le Goff

O estudante de História Vitor Hugo da Cruz Silva escreveu na Tribuna Livre deste Jornal, terça passada, 23, texto intitulado A identificação, história e preservação do Museu Deolindo Mendes Pereira. Primeiramente, cabe registrar e enaltecer o conteúdo democrático que esta Tribuna oferece e estimula, a participação textual de todos. Para mim a satisfação é ampliada quando os textos são de autoria de pessoas daqui e da região, como o do Vitor.

Ele historia, faz menção a datas, nomes e análise sobre o Museu, desde a construção do prédio em 1949 e o caminho percorrido até a criação, a atualidade, quando enfatiza o baixo interesse da comunidade em conhecer, ocupar e prestigiar aquele indispensável espaço da memória.

Para acrescentar o relevante texto, rememoro o fato de, antes de estar instalado no atual prédio histórico, o Museu já existia, à época em que fui secretário da educação e cultura, (Rubens Bueno era o prefeito – 1993-1997) presidindo simultaneamente a Fundação Cultural, alugamos uma casa e incentivamos principalmente a participação sobretudo dos estudantes. Aliás, a história ia até as escolas, o Museu estava presente nas salas de aulas.

Questões formais, burocráticas mesmo, fizeram parte da negociação para que o governo do Paraná devolvesse o prédio ao Município, já que foi ele, com a população logicamente que dou aquele terreno, que já abrigou em madeira uma unidade de saúde. Como a 11ª Regional de Saúde já tinha um prédio apropriado, a desocupação ocorreu, primeiro verbalmente, quando a secretaria do planejamento, sobretudo com o empenho da então secretária Ricardina Dias, notadamente para preservar todas as características originais do prédio, como o assoalho de madeira original do corredor. Assim os objetos e documentos pioneiros estavam mais adequadamente reunidos como acervo. Tauillo Tezelli (1997-2005) quando prefeito, inaugurou aquele espaço. Ele e Bueno, sempre respaldaram a estrutura e funcionamento de políticas culturais, também no âmbito da memória.

Dois detalhes, certamente fundamentais e que não são tão conhecidos do público, o prédio do Museu é um tipo de construção padrão concebida no governo de Moisés Lupion (1947-1951), tanto é assim que em Piraí do Sul, cidade dos Campos Gerais, tem um edifício semelhante ao nosso, apenas o de lá tem dimensões maiores. E o segundo detalhe é que se trata do primeiro prédio público construído em alvenaria, quando Campo Mourão nos anos 1940-1950 predominavam residências e estabelecimentos comerciais em madeira.

Fases de Fazer Frases (I)
Pausa, tempo a pousar no espaço.

Fases de Fazer Frases (II)
Penso…. no tempo que passa…
Que não passa se não penso.

Fases de Fazer Frases (III)
Viajo.
Vi, ajo.
Via Jó

Fases de Fazer Frases (IV)
Importa mais o perdoar do que o perdão.
Perdoar perdura. Perdão dura.

Olhos, Vistos do Cotidiano (I)
O Museu de Campo Mourão – texto que abre hoje esta Coluna, agora fez parte de uma velha e triste história de vandalismo no patrimônio público. Foi na semana passada, danificaram iluminação externa e levaram fiação elétrica. Boletim de Ocorrência de bandidos sem (ou muita?) história.

Olhos, Vistos do Cotidiano (II)
Natal, movimentação intensa, cidade iluminada, ótimo. Lamentável é a grande ação criminal, até em plena luz do dia, apesar da ação positiva da segurança pública.

Farpas e Ferpas (I)
Quem não arrisca a sorte, ela não o terá.

Farpas e Ferpas (II)
De tudo vive o homem. Até dele mesmo.

Reminiscências em Preto e Branco (I)
Tempo não leva tudo. Tudo leva tempo.

Reminiscências em Preto e Branco (II)
Dada a referência ao governador do Paraná (1947-1951), bastou que a minha mãe me falasse uma única vez (era bem menino ainda, não me esqueci), Moyés Wille Lupion de Tróia, nasceu da mesma cidade que a dona Elza, na paranaense Jaguariaíva, Campos Gerais. Lupion iniciou o governo no mesmo ano que Campo Mourão se tornara emancipado, 1947, através de lei assinada por Lupion. Ele veio inaugurar a luz elétrica, grande fato para a ainda inóspita região.

Morreu em 1991, Rio de Janeiro, aos 83 anos. Velado no Palácio Iguaçu, como morava em Curitiba, compareci ao velório do ex-governador.

Reminiscências em Preto e Branco (III)
Do passado é preciso ter memória presente, no futuro.

José Eugênio Maciel | [email protected]