O indígena Krenak na Academia de Letras
“A grande diferença que existe do pensamento dos índios e do pensamento dos brancos,
é que os brancos acham que o ambiente é “recurso natural”, como se fosse um
almoxarifado onde você vai e tira as coisas, tira as coisas, tira as coisas.
Pro pensamento do índio, se é que existe algum lugar onde você
pode transitar por ele, é um lugar que você tem que pisar
nele suavemente, andar com cuidado nele, porque ele
está cheio de outras presenças”
Aílton Krenak
O primeiro indígena a se tornar membro da Academia Brasileira de Letras – ABL – não chegou lá por acaso, como também não ambicionava a cadeira. A conquista veio naturalmente para Aílton Alves Lacerda Krenak. É o reconhecimento insofismável da identidade étnica, a defesa do ambiente e das causas indígenas.
Ambientalista e filósofo, doutor Honores Causa concedido pela Universidade Federal de Juiz de Fora, Minas Gerais, ele nasceu há 70 anos na cidade mineira de Itabirinha. Ganhou em 2020 o Prêmio Juca Pato como intelectual do ano.
Ele foi de capital importância como deputado na Assembleia Nacional Constituinte de 1988, sendo que, além de defender as causas de seu povo e ambientais, em um dos seus discursos na tribuna da Câmara Federal, se apresentou com todo o rosto pintado de preto, na típica expressão de sua gente.
Independentemente de juízo de valor, é fato que, há alguns anos seria impensável, sequer imaginar, um indígena na Academia de Letras. A eleição e posse mereceu ampla e justificada repercussão, principalmente quando da posseem outubro, dia cinco deste ano. Coincidência ou não, na data da promulgação da nossa atual Constituição Federal.
É essencial enfatizar que os livros escritos por ele estão intimamente ligados a sua tribo, cada obra dele contém a transcrição integral do que ele fala em eventos, entrevistas e depoimentos, de acordo com os indígenas de todos os povos sempre foram e permanecem sendo e tendo como comunicação das palavras preponderantemente oral.
É interessante notar, aliás facilmente, o fato de ele, quando está nas cidades e nos contatos com o homem branco, Aílton Krenak está sempre a se vestir com roupas e acessórios marcantes de sua gente, tribo, povos, como, aliás, somos todos (ou deveríamos) em termos do processo da miscigenação.
A voz dele, a vida dele como originário indígena, deveria ser, além da floresta, o brado de toda a nossa formação, de todas as gentes.
Escrever assim é até mesmo fácil, mas não, já que ainda se contrapõe o legítimo direito deles como os verdadeiros donos desta terra, há pelo menos 10 mil anos, e não como se tivessem aparecidos, descobertos ao acaso ou por acaso, quando do chamado descobrimento do Brasil pelos portugueses.
Fases de Fazer Frases (I)
Quase pode ser uma cunha entre meio o que seria antes, ou o que seria depois.
Fases de Fazer Frases (II)
Galinha para outra, é melhor não indagá-lo. Indagá-lo não é com o galo.
Fases de Fazer Frases (III)
O certo é que nem tudo está errado. E é errado achar tudo certo. Fases de Fazer Frases (IV)
Pessoa não é feita das decisões que toma, mas sim das consequências.
Olhos, Vistos do Cotidiano (I)
Em uma lanchonete de Apucarana estava escrito: “Só vendo a vista”. Então, quanto custaria cada olho ou os dois? Pergunta correta considerando a falta da crase. Não é mero detalhe, pois sem a crase o que estaria a venda seria o órgão físico humano. E, com a crase, “à se refere a diante de uma observação; diante dos olhos”.
Olhos, Vistos do Cotidiano (II)
Em proveito do subtítulo (I) e para rememorar: Existe diferença entre toda a noite; e toda noite? Sim. A diferença é, quando tem o a diz respeito a noite inteira. Quando sem o a se refere a qualquer noite.
Olhos, Vistos do Cotidiano (III)
Duas imagens e só acrescentadas de palavras informativas. A primeira delas: Semanas antes do show, registra a imagem de jovens dormindo ou em pé em uma fila, a esperar a venda de ingressos. Segunda imagem, jovens desesperados e até trepando ou chutando grandes, portões fechados no rigoroso horário para a realização do ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio. Em ambos os casos não se trata de montagem, as cenas são reais, infelizmente.
Em tempo, a palavra xou de há muito está aportuguesada, assim como xampu.
Olhos, Vistos do Cotidiano (IV)
Não confundamos: A ré da égua; com: A régua.
Farpas e Ferpas (I)
Quem estiver farto de tanto fardo é bom evitar infarto, o mesmo que enfarto.
Farpas e Ferpas (II)
A vida em si mesma não é vida.
Farpas e Ferpas (III)
Monotonia e pessimismo são piores companhias, não entre elas, mas em nós.
Trechos e trechos
“Se você quer um ano de prosperidade, cultive trigo. Se quer dez anos de prosperidade, cultive árvores. Se você quer cem anos de prosperidade, cultive pessoas”. [Provérbio chinês)
“Um espinho de experiência vale toda selva de avisos”. [James R. Lowell].
Reminiscências em Preto e Branco
Para o tempo pode-se não indagá-lo. Mas ele tem respostas.