Qual é o seu tamanho?

“Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo…
Por isso minha aldeia é grande como outra qualquer
Porque sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura…”

Alberto Caeiro – Um dos heterônimos de Fernando Pessoa

Não somos apenas e tão somente cada um de nós como indivíduo. Sim, somos, cada um individualmente sujeitos singulares, cada um com a sua existência única. Mas na mesma natureza humana nascemos para sermos sujeitos intrinsecamente sociais. 
Vivemos. Convivemos. Somos únicos. Somos todos que integram nossas vidas e somos parte de nossas vidas que nos integram. Desde o nosso nascer e até o nosso morrer.
    O nosso tamanho é o que somos e o que nos tornamos. Fazem-nos crescer. Nos fazemos com o nosso próprio querer.
    O tamanho do nosso mundo é o tamanho com o qual temos e nos propomos a enxergar e o fazer desse mesmo mundo. 
    Pessoas têm o tamanho delas assim como tais elas estabelecem. Assim como é o tamanho que os demais medem. E existem enganos homéricos, como uma pessoa a se achar tão alta e única que imagina que poucos ou ninguém a pode a podem enxergar, ao menos bem lá de baixo com a cabeça apontada para o infinito do alto. E, sem enxergar, ambas podem se ver bem a abaixo, rasteiramente.
    Quando uma pessoa adota um comportamento específico com outra, que estará diferente? Uma só?
    As mães são justas e amam os filhos igualmente. Entretanto, as mesmas mães tratam os filhos segundo o que cada um é e deverá se tornar. E os filhos fazem o mesmo. 
    Temos muitos tamanhos? Adotamos muitos tamanhos conforme as pessoas e o tamanho delas?
    Achamos que crescemos de tamanho automaticamente quando estamos juntos ou ao lado de pessoas de tamanhos bem maiores que os nossos? E se ficarmos no grupo dos de tamanhos menores nos diminuímos?
    Cada um deve ou tem a sua própria fita métrica? Uma só fita?
    Uma árvore imensa ou uma plantinha tem os seus respectivos tamanhos e natureza. O que não a vemos e até mesmo sem fazermos ideia, é as raízes delas. 

Fases de Fazer Frases (I)
    Hábito de nova palavra habita no velho dicionário.

Fases de Fazer Frases (II)
    Que só se preocupa com o amanhã não dorme cedo.    

Fases de Fazer Frases (II)
    Vistes a veste?
    Visto o que não vistes?
    Vistas na minha vista.
    Visto que me visto na tua vista.

Fases de Fazer Frases (III)
    Duvidas? Dúvidas. Questão de acento.

Farpas e Ferpas (I)
    A aparência é para a ciência da imagem.

Farpas e Ferpas (II)
    General ministro da saúde esconde números, manda o capitão presidente.

Olhos, Vistos do Cotidiano 
    Onde começa a fila? É lá no final. No cotidiano é o que mais se diz ou se ouve.

Reminiscências em Preto e Branco (I)
    O passado só pesa para quem se encarrega de todo ele carregá-lo.

Reminiscências em Preto e Branco (II)
    A velha canção toca no rádio, me toca como em maior, que dói menos.

José Eugênio Maciel | [email protected]