Ser e ter a resposta

“A política, segundo se diz, é absolutamente necessária à vida humana, não apenas da sociedade, como do indivíduo também. Como o homem não é autossuficiente, mas que é dependente de outros para a sua existência, são necessários provimentos que afetam a vida de todos e sem os quais a vida comum seria impossível”.
Hannah Arendt

    Elas esperaram a resposta de cada um. Revelarão todas.
    Todas elas serão somadas e o total será o resultado final. 
    São as urnas e nelas a resposta de cada eleitor dada em sigilo.
    A vontade geral de todos os eleitores.
    Especificamente dos votos válidos, e deles quem obtiver a maior parte.  
    Simples de falar, todos têm ao menos uma visão do que é democracia.
    Na prática expressivo número de eleitores têm má vontade com ela. 
    O problema não é em si a democracia quanto a liberdade de votar.
    Voto é responsabilidade que o eleitor só quer exigir dos postulantes.
    Eleitor que exige é o mesmo que não quer ser responsável pela escolha. 
    Palavras-chaves – resposta e responsabilidade – acontecem nestas eleições. 
    Resposta do eleitor, na relação diária com o poder público e o cidadão.
    Responsabilidade intrínseca dos eleitos a exercer funções públicas.
    Lamentável é o quanto não somos – ao menos o suficiente – responsáveis!
    Não somos inteiramente responsáveis com voto e mandato.
    Responsável é quem assume uma resposta e a obrigação de responder.
    É quando a cidadania pressupõe direitos e deveres, por atos confiados.
    Voto afiançado pelo cidadão; e confiados aos eleitos.  
    Erros podem ou nos ensinam nas próprias eleições. 
    Não ter eleição é abolir a democracia, liquidar a vontade soberana.
    Bem mais do que falar em democracia é termos a melhor resposta:   
    Votar e ser votado, respostas para o bem comum.
    Ser dono do voto e todos responsáveis pelo que dirão as urnas. 

Fases de Fazer Frases (I)
    O dono da vontade é proprietário dela.

Fases de Fazer Frases (II)
    A memória política é retardatária.

Olhos, Vistos do Cotidiano (I)
    Já na terça anterior, esta Tribuna informou levantamento do Tribunal de Contas da União, apontou 901 candidatos a vereador, com patrimônio acima de 300 mil reais, que receberam o auxílio emergencial. E quem não devolveu a tempo, teve candidatura barrada,
    Curioso é que, quem tem menos de 300 mil em patrimônio, dá a entender que é aceitável, como o metido a espertalhão, candidato a vice Ademir Júnior, chapa de Rodrigo Salvador. O médico auto piedoso só devolveu todas as parcelas que foram para o bolso dele, devido a reação da opinião pública. 

Olhos, Vistos do Cotidiano (II)
    “35 candidatos da região receberam auxílio emergencial irregularmente”, manchete deste Jornal da última sexta. A notícia lista os 35 candidatos e o número deles por município. Qualquer pessoa poderá acessar e saber especificamente quem são eles. No caso de Campo Mourão são cinco, sendo que quatro deles pediram o auxílio pelo aplicativo Caixa, ou seja, foram atrás da grana, metendo a mão no jarro da Caixa. 
    Se o eleitor quer ser roubado já pode saber desde já quais são os “especialistas” em abocanhar dinheiro público. 

Olhos, Vistos do Cotidiano (III)
    E é bom ressaltar, a propósito dos fatos acima citados nesta seção, muitos brasileiros tiveram enormes dificuldades para provar que realmente precisavam do auxílio emergencial, inclusive muitos não conseguiram comprovar na primeira vez. 
Tais brasileiros certamente não estavam de jaleco branco e com ar de bonachão. Eram miseráveis e infelizmente pobres no vestir, sem patrimônio algum, miséria estampada. Detalhe, não são candidatos.    

Caixa Pós Tal
    “Acompanhei todos os últimos textos, de incentivo para votarmos. Não adianta mesmo anular, votar em branco e cobrar dos eleitos”, destacou a maringaense estudante de jornalismo. Maria Glória Silveira sugeriu a este colunista que não esqueça de continuar a escrever sobre escritores da nossa literatura. Obrigado!

Farpas e Ferpas (I)
    Não conhecemos toda nossa ignorância. Ainda bem?

Farpas e Ferpas (II)
    Alvíssaras devido a eleições é crime nada alvissareiro.

Reminiscências em Preto e Branco
    Uma das mais belas vozes do Brasil, interpretações belamente marcantes. As canções que entoava com extraordinário brilho, continuarão inesquecíveis, agora sem ela, Vanusa é eterna, aos 73 anos, oito de novembro.   

José Eugênio Maciel | [email protected]