O papel de cada um em relação ao clima

Às vésperas da COP26, encontro anual de 197 nações para discutir as mudanças climáticas e como combatê-las, o relatório do Painel do Clima da ONU serviu para reforçar o alerta que soa, ou deveria soar, nas cabeças dos governantes pelos quatro cantos do planeta.

Nunca o tema foi tão discutido, porém o âmbito do debate já não é mais suficiente nem eficaz. É preciso ação.

E quando analisamos a questão de forma mais ampla, chegamos a uma conclusão óbvia e lógica: os esforços precisam ser universais – ou serão em vão.

Contra os efeitos do aquecimento global, não há oásis e ninguém está imune. Por exemplo: a emissão de carbono pela China continua crescendo e especialistas são unânimes em afirmar que, sem grandes reduções no país asiático, o mundo não vai conseguir vencer a batalha da crise climática.

Mas esperar pelos outros tampouco é solução. Se cada um fizer sua parte, fica muito mais fácil de persuadir os desgarrados.

E o Paraná?

No Governo do Estado, atuamos em diversas frentes para cumprir os compromissos firmados em relação às mudanças climáticas.

A Secretaria do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo (Sedest), criada em 2019 pelo governador Ratinho Junior para alinhar todas as ações que fazem frente à sustentabilidade, mantém o cronograma da Agenda Paraná de Mudanças Climáticas. Fazem parte desse compromisso a adesão à Carta de Edimburgo e ao Race to Zero (proposta de atuação dos governadores pelo clima).

O Paraná atende também à determinação de compensação ambiental pela emissão de carbono. O Programa Paraná Mais Verde já distribuiu, desde 2019, mais de 3 milhões de mudas de 100 espécies de árvores nativas. Ou seja, a restauração florestal supre a demanda de compensação ambiental pela emissão de gases de efeito estufa, o que é fantástico!

Também incentivamos as empresas por meio do Selo Clima, que condecora aquelas que emitem o relatório de emissão de gases. São fundamentais ainda o Plano Estadual de Mudanças Climáticas, o Programa Estadual de Resíduos Sólidos e a Política Estadual de Crédito de Carbono, dentre outras ações.

Ressalto ainda o Programa Estadual de Educação Ambiental, política pública extremamente importante para conscientizar a população em relação à sustentabilidade.

Sem esquecer que desenvolvemos, em parceria com o Simepar, projetos de prevenção, adaptação e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas com o programa Sinais da Natureza.

A sociedade como parceira

Mas os governos são apenas parte da engrenagem. A responsabilidade é de todos: cada empresa e cada cidadão.

Em nossas conversas com o setor produtivo paranaense, seja na indústria ou no agronegócio, notamos um interesse cada vez maior em garantir a sustentabilidade de suas atividades. Se não simplesmente por uma questão humanitária e ambiental, para a própria sobrevivência do negócio – em tempos de consumidores cada vez mais conscientes e exigentes.

Quanto às pessoas, pequenas mudanças individuais, como trocar o carro particular pelo transporte coletivo, reciclar o lixo e usar menos materiais inservíveis, podem fazer mais pelo planeta do que grandes programas governamentais.

E é justamente sobre esses temas que vamos tratar aqui neste prestigioso veículo, semanalmente. Até a próxima!

* Marcio Nunes é secretário do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo do Paraná e escreve neste espaço às terças-feiras