Apuros oficiais
A escolha do vice-prefeito na chapa majoritária de Luciano Ducci, candidato à reeleição, que parecia resolvida, virou novela. Com a preocupação de não deixar prosperarem as candidaturas de oposição, com um olho igualmente em 2014, os governistas no Estado e no município, optaram por um nome fora da coligação que já estava montada: PSB do próprio Luciano, PSDB de Beto Richa, PMDB aparentemente dominado se considerados os rompantes de Doático Santos que em nome de outros companheiros garantia a derrota de Greca e o natural apoio do partido à candidatura oficial; mais DEM, PSD, PTB –não obstante as pretensões de Fábio Camargo, tudo indicava uma disputa amplamente majoritária em termos de tempo para o horário dito gratuito. Dos trinta minutos pouco restaria a Ratinho que já conseguira mais do que os 4 minutos que julgava necessários e Gustavo Fruet, restrito ao tempo de PDT e PT. Tempo para os marqueteiros oficiais deitarem e rolarem. Valia pois inviabilizar a anunciada candidatura própria do PPS. O convite a Rubens Bueno para a vice de Ducci cumpria assim duas funções: inviabilizava Renata Bueno que ficaria restrita à candidatura de vereadora (não mais a sonhada a prefeita) e acrescentaria pouco mais de um minuto à já forte coligação oficial. Eis que Rafael vence no PMDB. Lá se foi o tempo garantido por Doático, Romanelli, Curi e até Pugliesi, cooptado por um apoio de Richa à sua candidatura em Arapongas. A vice de Bueno ameaçada por mais um rompante de sua filha, autora de frases anteriores que já criaram resistências a seu nome, por pouco não traz tudo à estaca zero. Assim caminham os entendimentos (ou desentendimentos) na área oficial. Com enorme reação na Câmara curitibana, pouco ouvida nessas negociações.
Situação…
Evitar candidatura majoritária do PPS, depois da escolha de Rafael Greca, pareceu desnecessária. Com ele, Gustavo e Ratinho Jr. na parada, o segundo turno parece inevitável. Preservava-se porém o apoio irrestrito dos demais companheiros. Com Bertoldi, Francischini ou Ney na vice, o caminho da reeleição estaria aberto, não obstante as dificuldades da disputa.
…mal administrada
A escolha de Rubens seria ótima para Ducci, não fora os melindres criados, não por ele mas pelos atritos cultuados nos episódios da Câmara que culminaram com o afastamento de Derosso e seus desdobramentos, transformaram a escolha do vice num episódio de conseqüências imprevisíveis. Já descontentes com a pouca atenção que receberam, o ambiente entre os vereadores da base governista é de desânimo.
Vantagens em cascata
Interessante como o efeito cascata é forte neste pai e em consequência, no Estado. Basta um setor se auto-atribuir alguma vantagem para logo ser seguido. Especialmente, o que é curioso, nas áreas jurídicas ou fiscalizatórias, que também têm a ver com a justiça. Caso recente do auxílio refeição, no Paraná: primeiro o TJ, depois o TC e agora o Ministério Público estadual. Outros setores de governo, igualmente de nível universitário não têm esse poder. Para conseguir alguma vantagem, precisam ir à greve.
Destaque municipal
As disputas internas na ante-véspera do final do tempo de encerramento das convenções municipais, conseguiram eclipsar os assunto nacionais que dominavam o noticiário político. De tal ordem que nem o anunciado e até então ansiosamente aguardado início do julgamento do mensalão e o destino do senador Demóstenes Torres, ficaram em segundo plano. Prova de que a política local é que realmente motiva o eleitor.
Em choque
Finalmente o julgamento dos mensaleiros ameaça sair. Com início previsto para 2 de agosto. Daí até o final uma única certeza: vai dividir o cenário com a campanha política que em Curitiba promete ser brava. O ministro Lewandowski fez a sua parte. Segundo ele, fez das tripas coração para entregar a revisão do processo em tempo. O resto, só o tempo dirá!
