Estilo temperamental

Pertencer ao governo da presidente Dilma é a cada dia poder viver uma surpresa. Que o diga a agora renunciante presidente da Petrobras, Graça Foster. Tida e havida como amiga da presidente, segurou ‘uma barra’ quando Dilma, num dos seus arroubos,  resolveu manter o preço do combustível nacional para não pressionar a inflação. A estatal importava o barril de petróleo a preço nas alturas e não poderia repassá-lo ao combustível nos postos. O resultado foi desastroso para a empresa. Além disso, com  pressões por sua saída do comando da Petrobras, mesmo com Graça colocando o cargo à disposição da chefe, esta insistia em mantê-la, por confiar em sua lealdade e competência. Bastou Graça autorizar a divulgação do balanço do terceiro trimestre de 2014, contabilizando parte dos prejuízos causados pela petroroubalheira de R$ 88 bilhões, para provocar a irritação da presidente. Medida que Mantega, desde sempre no Conselho, também não aprovou. Preferiam continuar iludindo a opinião pública, a exemplo do que ocorreu na campanha.  Seu nome foi jogado às traças. Graça renunciou ao lado de outros cinco diretores, medida que podia ter sido evitada, se seus apelos por deixar o cargo tivessem sido atendidos. Lá se foi a elogiada escolha da primeira mulher a ocupar a presidência de uma empresa petrolífera no mundo. Verdade que Lula por sua vez já recomendava a mudança para melhorar a imagem da empresa, cujas ações oscilavam para baixo desde o início da Operação Lava Jato, chegando aos últimos meses a níveis inferiores a dois dígitos, depois de ter sido das mais rentáveis da Bolsa brasileira. Já tem até um nome no bolso do colete: Henrique Meireles. Nome que Dilma não engole bem! Em verdade não foi a presidência de Graça Fortes que levou a Petrobras ao nível quase falimentar. O descalabro administrativo que quase a leva à falência, vem de 2004, primeiro governo do presidente Lula, em que a atividade política invadiu seus quadros administrativos. Paulo Roberto indicado por José Janene, que o grupo londrinense conhecia bem! Renato Duque, homem de confiança de José Dirceu,  e Cerveró, também fruto de indicação política. Só podia dar no que deu. Muito ainda vai surgir como efeito desse saque promovido aos cofres da estatal, hoje minguados.

Liberdade vigiada

Hoje o Conselho Administrativo da Petrobras reúne-se para escolher o presidente e novos diretores da empresa. Um cargo antes disputado e que hoje encontra resistência entre os principais indicados. Mais um motivo para desentendimentos dentro do PT, de vez que as indicações de Lula, não são bem recebida por Dilma. De qualquer modo, qualquer que seja o escolhido, deverá pedir liberdade absoluta de ação, o que não faz muito o gênero da atual presidente, conceder. Basta lembrar a primeira fala do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que lhe valeu o primeiro puxão de orelha oficial.

Visibilidade curitibana

Os olhos do Brasil estão em Curitiba. Com novidades surgindo a cada dia na audiência de testemunhas e envolvidos na Lava Jato, na Justiça Federal, envolvendo mais profundamente o ex-diretor Renato Duque, único liberado por um habeas corpus concedido pelo ministro Teori Zavaski, do STF. Segundo o empresário Júlio Camargo, ele teria recebido R$ 12 milhões de propina na reforma da refinaria Getúlio Vargas, em Araucária. Documentos encontrados autorizam a aumentar o valor para R$ 18 milhões, o que faz o Procurador Geral da República, recomendar a prisão de Duque.

Preços desajustados

Os preços anunciados pelo presidente da Urbs, para as tarifas a serem cobradas no transporte coletivo de Curitiba, sofrem pressão do Ministério Público e do Procon,  que os consideram ilegais. Especialmente os R$ 3,15 para pagamento por cartão-transporte e os R$ 3,30 para pagamento em dinheiro. Outro  problema é que o governo do Estado, responsável por parte do transporte coletivo  metropolitano, não concorda  com os valores. Para o presidente da Comec (Estado) os usuários dos municípios vizinhos continuarão a pagar R$ 2,85, preço ajustado em novembro. Vem mais confusão por aí!