O trauma que me acompanha

Sofremos muito com o pouco que nos falta e gozamos pouco o muito que temos

William Shakespeare

Começo a contar a história pelo final. Há mais de 30 anos eu não sei o que é assoar o nariz, três décadas sem pegar gripe ou resfriado! Mas eu não saio de casa sem um lenço, tão imprescindível quanto a roupa e os documentos. A única relação do lenço com o nariz, no meu caso, é para quando eu precisar limpar meus óculos.

A culpa é da minha mãe! É dona Elza, de saudosa memória, a responsável pelo trauma que carrego há tanto tempo! Há males que vem para o bem, graças a minha sempre querida mãe, o  trauma foi e é tão grande que não me recordo da última vez que meu nariz precisou de lenço.

O calor intenso de agora, que só ameniza com a chuva, era clima de um final de tarde lá no meu tempo de menino. Embora nunca tenha jogado absolutamente nada de futebol (numa ocasião dessas alguém gritou no campo para me marcarem, e outro jogador já em seguida gritou também, este a natureza marca!), estávamos  no campo de terra (onde hoje é o prédio do fórum em Campo Mourão) jogando bola no momento em que o clima rapidamente se transformou, o sol desapareceu e deu lugar as nuvens negras e carregadas que já soltaram a chuva. Continuamos a bater bola, tudo virou festa, da poeira ao barro. Depois cada um foi para casa.

Valia para mim ou para os meus irmãos. Sequer chegávamos em casa, tirando calçados e roupas encharcadas e sujas, a dona Elza não perdia o tempo e severamente sentenciava: ai de vocês tossirem, se resfriarem – e completava enfática a sançãovão levar uma camaçada de pau!

Ninguém ousaria desafiar, duvidar dela! O clima lá em casa iria ficar fechado, tenso.

Se tivéssemos que tossir, ela não poderia saber, valia o mesmo para a garganta inflamada. A surra era acompanhada de um requinte, uma injeção de uma agulha tão grande quanto a nossa culpa, medo. Tenho viva a lembrança daqueles apetrechos para ferver, seringa, agulha etc.

Nessa altura da vida, evidentemente que tive alguns pequenos e passageiros sintomas que prenunciariam a tosse, gripe, resfriado, mas não passaram de ameaças. O medo da dona Elza me surrar e aplicar a temida injeção certamente me acompanham, agudo trauma que se tornou positivo a tal ponto que até os vírus não conseguem se alojar em mim.   

Fases de Fazer Frases (I)

Tirar de letra é com analfabeto.

Fases de Fazer Frases (II)

Não confunda: Raridade com rara idade.

Fases de Fazer Frases (III)

Meu epigrama jamais chegará a um epígrafe.

Fases de Fazer Frases (IV)

Para escolher uma roupa é preciso ficar nu?

Fases de Fazer Frases (V)

A dita civilização pode não passar de uma mera expressão bárbara.

Fases de Fazer Frases (VI)

Ser simpático quando convier é hipocrisia.

Olhos, Vistos do Cotidiano

Chegar aos 74 anos com saúde e morrer de um modo estúpido, que bem poderia ser evitado. Mário da Conceição Duarte foi atropelado na terça passada em pleno centro de Campo Mourão por um caminhão que não poderia – em hipótese alguma – trafegar naquele horário (de manhã). A repercussão cresce e ocupa cada vez mais o noticiário sobre os problemas de trânsito, em razão de acidentes que acontecem devido a imprudência, negligência e imperícia, não só dos condutores de veículos, também dos pedestres, ciclistas e motociclistas.

Não bastam placas, a sinalização é imprescindível e existe, mas o desrespeito flui motivado pela impunidade, infelizmente.   

Reminiscências em Preto e Branco (I)

Vida é trajetória, estradas são as mesmas, nós é que mudamos caminhos. 

Reminiscências em Preto e Branco (II)

Só não é história aquela que não ainda não aconteceu.