Palavras iniciais

A primeira entrevista concedida pelo “importado” novo Secretário da Fazenda a ser empossado no dia 1º, quando o governador Beto Richa assume novo mandato, contém algumas verdades que certamente Luiz Carlos Haully, Jozélia Nogueira e Luiz Eduardo Sebastiani não tiveram condições de praticar. Assumiram, com o governo paranaense eivado de compromissos que superavam sua capacidade de arrecadação. Sem condições porém de implantarem medidas corretivas, por impopulares. Ao revés! Sendo obrigados a cederem em pontos inaceitáveis, pela necessidade de ganhar uma reeleição que, à partir do primeiro dia da posse, a cada dia se aproximava mais. É o defeito de mandatos curtos e de eleições nacionais e estaduais, a cada quatro anos, intercaladas com municipais. De modo que, a cada dois anos se tem eleições, acopladas, uma interferindo na outra. O novo secretário, Mauro Ricardo Costa, auditor de carreira e por isso independente, especialista com um currículo de sucesso em suas intervenções em ajustes fiscais, pode assumir os ônus que outros não quiseram ou não puderam. Vem precedido de bons resultados obtidos em todos os cargos por que passou, o mais recente, botando em ordem as finanças de Salvador. Medidas duras como as aqui sugeridas foram adotadas para tal, o que o momento atual, quando a reeleição de ACM Neto à prefeitura de Salvador já surge na tela, não se recomenda. São as velhas teses de Maquiavel, sempre presentes: “o mal, na arrancada; os benefícios, em parcelas”.  Na sua inteligente entrevista, Mauro Ricardo expõe algumas obviedades, antes ignoradas aqui. Duas delas: “O estado errou no momento em que gastou mais do devia” e “é fácil quebrar um governo; difícil é arrumar”. Gastos “politicamente corretos”, em pessoal, cuja fidelidade se reflete nas eleições, mas, de pouco resultado no desenvolvimento do Paraná. Principalmente na sua infraestrutura em que pouco se investiu. Com a grita provocada agora, especialmente por setores mais privilegiados do funcionalismo que arcará com 11% em suas aposentadorias, vejamos até quando a nova situação persistirá!

Irredutível

O G7, grupo de entidades representativas de setores produtivos do Estado, esteve reunido com o governador Beto Richa, o presidente da Assembeia, Valdir Rossoni e o futuro secretários da Fazenda, Mauro Ricardo Costa, apontado como o mentor dos aumentos propostos pelo governo. Reunião improdutiva segundo o presidente da Fiep, Edson Campagnolo, para quem as medidas provocarão desemprego e inflação. Para ele o assunto mereceria uma discussão mais aprofundada.

Aumentos permanentes

O que chama atenção todos os anos, é a facilidade com que aumentos impostos pelo Poder Judiciário em áreas que lhe são afetas, como aumento das taxas de cartórios que podem chegar agora a 33%, passam na Assembleia. Sem aprofundar oportunidade, nem  os objetivos. Não lhes importa se o Paraná vive dificuldades, ou se construções a serem feitas com as verbas de novo oneradas, podem esperar momento mais oportuno. No caso presente, ainda, o fim do teto de 0,2% no registro de imóveis, somado aos aumentos de ITBI e IPTU (municipais), impactam no setor imobiliário que passou a fase de euforia.

Acordos comprometedores

A quase certa eleição de Eduardo Cunha para presidir a Câmara Federal (esteve aqui pedindo apoio da classe política paranaense), está assustando o PT. A ponto de tentar negociar com ele, sabidamente bom de Lula mas ruim de Dilma, alguns pontos para que o PT nem lance candidato. O que pode comprometer o seu projeto. Pretendem os petistas que Eduardo assuma compromisso de não reimplantar a CPI da Petrobras, o que poderia deixar essa “vergonha nacional” pelo caminho, sem chegar às últimas consequências por poder “doer em quem não interessa”; igualmente querem discutir com ele, medidas para minorar as punições a envolvidos no “petrolão”. Se acertadas, medidas dignas de colocar o povo de volta às ruas.

Propaganda enganosa

O Detran do Paraná anuncia numa comunicação de multa: “O Detran está mais moderno”. De fato! A multa até o vencimento pode ser paga em qualquer banco. As outras taxas do órgão, como a de renovação da carteira, só no Banco do Brasil. Dificultando a vida de quem não opera com aquela instituição bancária. Trata-se de meia modernidade!