Registro jornalístico

Os governantes, expostos diariamente pela imprensa, especialmente as falada e televisiva, emitindo opiniões sobre o que lhes parece a realidade de seus governos, têm que cuidar com o que falam. Para, no decorrer do mandato, não emitirem outras avaliações que beirem a incoerência. Suas palavras ditas de improviso, geram registros na imprensa escrita. Se a memória do ouvinte ou telespectador é curta, o registro jornalístico impresso é definitivo. Essa análise inicial cabe numa situação ocorrida agora. Depois de alguma indefinição em que, no dizer do sertanejo, Marina e Aécio “afinavam as violas”,surgiu finalmente a palavra final da candidata que no primeiro turno, depois de assustar a líder das pesquisas de então, a candidata à reeleição presidente Dilma Rousseff, foi ultrapassada pelo tucano Aécio Neves. Ainda assim obteve 21,3% dos votos válidos, o que não é pouco. A manifestação de apoio de Marina, embora aguardada, causou impacto na opinião pública, especialmente entre os que a acompanham desde a eleição de 2010, quando igualmente passou dos 20%. Como era de se esperar, a postura de Marina provocou uma resposta imediata de Dilma. De uma forma que remete à incoerência citada ao início. Ao afirmar que “eu não acredito em transferência automática de votos”, ela marca uma posição arrogante. Imagina que os 46,91% que obteve na eleição de 2010, em que venceu José Serra, que ficou nos 32,61%, deveram-se a seu “grande prestígio” à época. Nada mais irreal! Esqueceu-se que seus votos vieram do empenho do ex-presidente Lula, desfrutando então de um prestígio inquestionável; capital político que sua administração pode prejudicar. Sempre haverá, inclusive no próprio PT como se viu no movimento “volta Lula”,quem o culpe pela sua indicação, se perder a eleição e tirar o partido do poder.

Estilo pouco…

Os petistas que viram risco ao partido pela maneira que Dilma tocou o governo, estavam cobertos de razão. As informações diárias que chegavam à população apontavam, nela,um estilo intolerante. Tanto que eram poucos os ministros que se empenhavam em ser recebidos em Palácio. Com contato quase diário com Dilma,apenas Gleisi Hoffmann, Aloísio Mercadante, Gilberto Carvalho e Fernando Pimentel. Ouvir, ela ouvia João Santana e eventualmente, seu mentor: Lula.

…tolerante

O pouco destaque alcançado pelos outros 35 ministros, cria uma marca de incompetência: num governo bom, todos os nomes ganham destaque. Guido Mantega, por exemplo, ao revés, virou personagem de humoristas como o José Simão (Macaco Simão)da Folha e da Band News. Naquela Rádio cunhou o famoso jargão: “Mannnnntega!”, caracterizando os puxões de orelha da presidente, naquele que deveria ser seu principal ministro.  Daí o mau resultado de agora, na economia!

Em campanha

Enquanto Dilma fazia campanha em São Paulo, o candidato Aécio Neves fez-se presente às comemorações do “Dia da Padroeira” do Brasil, Nossa Senhora Aparecida. O que obrigou o bispo auxiliar de Aparecida, Dom Darci José Nicioli a explicar, em tom de brincadeira: “Não se trata de uma coletiva tucana”. A presidente Dilma também foi convidada segundo ele, mas, por problemas de agenda,não pode comparecer.

Euforia tucana

O ambiente do tucanato paranaense era de euforia, na chegada de Aécio ontem a Curitiba, depois da sua ida para o segundo turno, reforçada pela sua votação no Paraná, 49,8% contra 32,52 da petista;tem tudo a vercom sua votação aqui no primeiro turno, 49,8%. Some-se a isso a votação de Beto Richa, eleito no primeiro turno com expressiva votação, mais a de Álvaro Dias para o Senado, superior a 70% dos votos válidos e o entusiasmo dos tucanos na recepção está explicada. Com esses desempenhos, “no Paraná é quase certo novo crescimento de Aécio”, afirmam tucanos de bico longo.

Nova queda

O governo tem razão em não prestigiar o IBGE. Sempre vem dele as más notícias. Como agora quando aponta o recuo de empregos na indústria paranaense em agosto: 5,2%. A queda acompanha tendência nacional. O mês que passou foi o 35º, seguido, na redução de vagas no setor industrial brasileiro.