Representações (quase) nulas

Levantamento dos prejuízos vividos pelo Paraná em 2014, com a queda das vendas externas de sete dos dez principais grupos de produtos exportados em ano normal, também explica as dificuldades vividas pelo governo estadual que tantas críticas renderam ao governador Beto Richa. Somou  R$ 1,7 bilhão a queda na arrecadação estadual , num cenário em que as exportações ficaram limitadas a R$ 16,3 bi. Queda maior para o setor automobilístico que com a crise que a Argentina vive, ficou em expressivos  R$ 743 milhões. Seca, menor exportação de soja, completaram o quadro. Associe-se a isso uma situação denunciada como perseguição política pelo governo do Estado: a retenção de bilhões em  empréstimos nacional e internacionais pela Secretaria do Tesouro Nacional, debitadas à intervenção de pessoas influentes do Paraná, interessadas no desgaste político do governador em ano eleitoral. Situação que bem explorada pelo marketing do Palácio Iguaçu, acabou em sonora derrota de um dos implicados. A senadora-candidata, que na eleição anterior fizera uma votação expressiva, liderando a eleição ao Senado, viu-se classificada em terceiro lugar. Se segundo turno houvesse, estaria alijada da disputa. A estratégia que prejudicou Beto, mas, especialmente ao Paraná, se verdadeira, acabou se transformando “num tiro no pé”. Resta saber agora como se comportará o governo federal em relação ao estado paranaense, quando toda a principal representação estadual em três cargos importantes, foi defenestrada. Apenas um Secretário, na área de comunicação, que nem ligação mais tem com o estado, permaneceu. Confirmando uma quase tradição, os paranaenses  quando conquistam cargos federais, ao contrário de outros patrícios, especialmente os nordestinos,  parecem ter vergonha de beneficiar seu estado. Exceções  marcantes foram Ney Braga e Affonsinho Camargo, na Educação e nos Transportes.

Palmas para eles!

O futebol brasileiro, vítima da politicagem dos cartolas e da desorganização, assiste com despeito a coroação dos melhores do ano. Depois da “era Ronaldo” pouca expressão tem alcançado no cenário mundial. Justo este país que já foi “o do futebol”, cantado em prosa e versos. Coroada a decadência com os desmoralizantes 7 x 1 com que foi despachado daquela que seria um marco no futebol  brasileiro. Pelo menos na construção de alguns estádios que conduzem nada a coisa alguma,  superfaturados para não fugir ao “DNA nacional da corrupção”, foi a Copas das Copas!  Para os alemães! Aos brasileiros, só restou assistir pela TV o êxito de jogadores estrangeiros e aplaudir. Eles merecem!

Leis que não pegam

Lei é o que não falta no Brasil. Milhares! A maioria, como na piada do inglês que indagou curioso em relação a uma situação, “não existe uma lei que proíbe isto”, justifica a mesma resposta: “Existe, mas não pegou”! Quando se vê mais uma entre os 31 projetos que a Câmara de Curitiba apresentou, só em dezembro passado, pergunta-se: “quem fiscaliza a execução”. É o caso da exigência,  em discussão, de sacolas coloridas preta e azul, adquiridas  para o descarte e separação do lixo. Abandonando de vez as sacolas de supermercados. Ideia fantástica num país rico e de primeiro mundo. Difícil, num em que boa parte da população joga seu lixo nos rios e córregos que cortam as cidades.  Se exitosa, um tremendo avanço!

Beatificação

O colunista, em suas andanças por governo, conviveu com o momento em que a  Dra. Zilda Arns, com  forte apoio do secretário de Saúde, Oscar Alves (ela era médica pediatra da Secretaria), coordenou a campanha de vacinação contra a poliomielite no Paraná, segundo consta, a primeira no Brasil, e depois, com apoio da Igreja,  lançou as bases da Pastoral da Criança, um  sucesso no segundo mundo. Na sequência,  a Pastoral do Idoso. A dra. Zilda, morreu como viveu: na defesa dos seus ideais de melhoria da condição humana, em missão no Haiti. Tem sentido ser agora homenageada e ter seu nome indicado para a beatificação pela Igreja católica, à qual a família Arns sempre se dedicou. O apoio, no sábado,  veio aos milhares de todos os cantos do Brasil e até do exterior.

Para reflexão

Uma pergunta feita por leitor tem sentido: “Será que os governantes só conseguem pensar em custear o transporte público por meio do aumento de tarifa”? Que tal pensarem outras formas de financiamento! Assunto para amanhã.