Campanhas em alta

A primeira frase do primeiro capítulo de meu livro Paraná Político de Cabo a Rabo, lançado em 1999, diz: ” Em política quando termina uma eleição, outra está se esboçando”. Frase absolutamente atual! Mal reeleitos e empossados, Dilma Roussef, na presidência da República e Beto Richa, no governo do Paraná, já se observa os primeiros movimentos de 2018. Com participação importante nas decisões de uma eleição intermediária: a de prefeitos, em 2016. Lá em Brasília a situação é mais delicada em função de notória divisão entre os “dilmistas” e os “lulistas”. Explicitada na entrevista de Marta Suplicy, que recém saída do governo onde ocupou o ministério da Cultura, ao reassumir sua cadeira no Senado, talvez pela vizinhança com Roberto Requião, tomou emprestada sua “metralhadora giratória” e saiu atirando para todos os lados. Sempre atingindo Dilma e seus prediletos como o novo Chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, que Marta, em longa entrevista à jornalista Eliane Catanhêde, classifica como “arrogante e anti-Lula”.  Os detalhes da luta sórdida (como costumam ser as refregas políticas) ocorrida nos bastidores do PT, antes de 2014, envolvendo os que desejavam o retorno de Lula e os defensores da continuidade de Dilma, foram revelados por Marta. Inclusive frases de Lula, na intimidade de conversas, confirmando em outros termos  a que marcou a dissenção de Marta: “Ou o PT muda ou acaba”. Na dúvida se Lula terá condições, aos 73 anos, de enfrentar uma campanha, nomes de seu lado já estão sendo preparados. O próprio Fernando Haddad, prefeito de São Paulo, se conseguir sua reeleição, será uma alternativa. No lado “dilmista”, Mercadante sonha ser o ungido por ela. Enquanto isso ocorre  no PT, por aqui a situação não difere muito. Já há candidatos de olho no Palácio Iguaçu, de vez que Beto não poderá mais se reeleger. São poucos os nomes mas, pelo menos entre Ratinho Jr. e o atual prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet, alguns dos fatos atuais, especialmente a delicada situação do transporte coletivo integrado da Região Metropolitana, já estão no centro da futura disputa. A indefinição do momentoso assunto, com enorme potencial de desgaste político, poderá definir o futuro. Se Gustavo e Beto chegarem ao entendimento, mediado por Ratinho Jr. que dirige o setor ao qual o setor está afeto, na parte que cabe ao governo estadual, muda o quadro. Se persistir o impasse, Ratinho Jr. poderá ser escalado por Beto para disputar a prefeitura curitibana. Situação que, em caso de sua vitória, abrirá espaço a que o governador indique um outro nome à sua sucessão. Aí sua dificuldade aumenta. Ninguém ainda cresceu suficientemente à sua sombra. Só Fernanda  Richa, impedida de disputar.

Disputa no tucanato

Uma  outra curiosidade nesse ainda distante horizonte eleitoral: no PSDB, quando todos esperavam ‘um céu de brigadeiro para Aécio voar até 2018’, o nome de Geraldo Alckmin começa a surgir. Reeleito governador paulista e assumindo a sua parcela na extraordinária votação que Aécio obteve em São Paulo, Alckmin se credencia à disputa. Para analistas políticos, Aécio não foi, como se intitula, “o melhor candidato peessedebista. A sua adversária é que era mais fraca que o Lula”.

Boa oportunidade

A depender do crescimento que a administração de Beto Richa adquira na visão política  nacional, se  seu nome adquirir dimensão fora do Paraná, poderá  participar ativamente da disputa de 2018. Talvez esteja aí a origem da especulação sobre mudança na área de comunicação do Iguaçu: promoção nacional.  A exemplo do que fizeram Álvaro Dias e Requião quando governantes, em todo o Brasil, tentando se credenciar para a disputa presidencial. Vencidos nos dois momentos por Ulisses e Quércia que conheceram na sequência fragorosas derrotas. Os poucos nomes de que dispõe o PSDB nacional, podem criar espaço a Beto.

Aumentos em cascata

Às dificuldades de caixa vividas pelo governo estadual, devem se somar os do efeito-cascata em função do  aumento sancionado pela presidente Dilma Rousseff na terça-feira. Ministros do STF, e Procurador-Geral da República já receberão em janeiro, R$ 33,763 mil. Em consequência, desembargadores, juízes, promotores e procuradores federais e estaduais receberão os 14,5% de reajuste. Um  custo anual de R$ 2,85 bilhões. Só ao governo do Paraná, R$ 53,5 milhões.