Rompendo o silêncio

Menos mal que a apresentação da nova equipe de governo da presidente Dilma foi reproduzida em poucos tópicos pelas TVs do país. Nada mais monótono! Com tantos assuntos importantes em discussão ela conseguiu passar praticamente ao largo dos mais contundentes, limitando-se a convocar seus assessores a reagirem às informações negativas. A verdade, escondida durante toda a campanha em que se atribuía aos adversários as situações que agora ocorrem, foi tratada com panos leves. A citação da Petrobras, depois da afirmação de que “meu governo foi o que mais combateu a corrupção”, ocorreu “em passant”. Curiosamente no Rio, na Avenida Chile, no mesmo dia, a empresa estava admitindo a drenagem de bilhões de dólares do seu cofre, pela corrupção desenfreada  que, mais lenta do que o desejado,  diariamente é julgada e exposta aos brasileiros. O mote principal realmente foi “defender o governo a qualquer preço”. Um espetáculo apático, monocórdico, sem aquela capacidade de empolgar que seu antecessor exibia, com seu estilo peripatético (falar caminhando).  Sobre crises expostas diariamente pela imprensa que cobre as assustadoras situações vividas no sudeste (São Paulo, Rio e Minas) em relação às faltas d´água e energia, ‘a informação tranquilizadora’ de que o problema da estocagem e  distribuição do precioso líquido é dos governos estaduais. “O governo está ajudando no que pode”. Já a energia, consequência de uma política desastrosa em que redução eleitoreira de preços em 2013 quando o quadro de escassez já apresentava seus contornos, atrasos nas obras de hidrelétricas e nas linhas de transmissão, apenas a informação de que “o governo está tomando medidas possíveis”. Não admitiu com todas as letras: a responsabilidade pela situação é nossa! Enfim uma reunião para apresentar os 39 ministros, alguns deles cumprimentados por ela. Também seria exigir demais que Dilma se lembrasse do nome de todos.

Candidatura tranquila

Certas imagens cunhadas pela sabedoria popular caem como luva em situações nacionais. Esta: “Enquanto o relho sobe e desce as costas descansam” é a caráter para a situação de Renan Calheiros. A acirrada disputa pela presidência da Câmara Federal dá descanso à sua caminhada em  direção a novo mandato como presidente do Senado. Depois de ter descido ao inferno no período de Lula, obrigado a renunciar à presidência do Senado e ao mandato,  pelo escândalo de uma filha com a jornalista Mônica Veloso,  fora do casamento, voltou posteriormente quietinho e já se aboletou no poder.   Nesta nova tentativa, sob o guarda-chuva da briga na vizinhança. Só ameaçada agora pela dissidência dentro do próprio PMDB, em que os companheiros  anunciam a candidatura do catarinense Luis Henrique.

Mui “amiga”!

A dissidente do governo Dilma, senadora e ex-ministra da Cultura Marta Suplicy volta à carga. Afirma em artigo à Folha de S. Paulo que “o país vive crises econômica, política, moral, ética, hídrica, energética e institucional  por ausência de transparência, confiança e credibilidade”. À falta de transparência Marta atribui “os erros que nos trouxeram a esta situação de descalabro”. Bem disse este colunista em seu livro Paraná Político de Cabo a Rabo, que está sendo reeditado: “O pior inimigo é o amigo que deixou de sê-lo”. Conhece os defeitos do ex-amigo!

Ações ao vento

As ações da Petrobras nesse clima de incertezas que tomou conta da até então grande empresa estatal, são movimentadas por boatos. Suas oscilações estão ligadas ao andamento da Operação Lava Jato e a cada fato novo veiculado pela imprensa. O aumento de 2,6% no início da semana deveu-se à especulação de que o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles assumiria a presidência da estatal, substituindo Graça Fortes. Um nome que certamente mereceria a credibilidade do mercado, avaliam analistas.

Água sob a ponte

Esta última semana que antecede à eleição na Câmara Federal  será movida a grandes articulações. Os partidos que apoiam Júlio Delgado(PSB) para o comando da Casa (PSDB, PPS, PSB e PV), podem mudar suas posições para garantir a vitória de Eduardo Cunha (PMDB), já no primeiro turno, e alijar o PT do Comando das duas Casas do Congresso. As resistências ocorrem por parte de líderes tucanos: FHC, Aécio Neves, Geraldo Alckmin e José Serra.