A campanha está no ar

“Muita gente acha que política é uma coisa e cidadania é outra, como garfo e faca, e não é. Política e cidadania significam a mesma coisa.”

Mario Sergio Cortella

Você está rolando seu feed tranquilamente e percebe alguns posts diferentes. De repente você começa a ver pessoas que nunca viu antes aparecerem. Apresentam ideias, falam sobre os problemas da cidade, posam em fotos ao lado de pessoas e da família… é a campanha eleitoral começando, meu caro. 

É como se de repente, as soluções que a cidade precisa já estejam todas desenhadas. Basta votar e serão implementadas. 

Este ano, o processo eleitoral será atípico sob vários aspectos. A pandemia mudou completamente o cenário. Seja por força de ser uma pauta obrigatória, seja porque mudou a dinâmica da própria campanha. Certamente reuniões e visitas serão bem mais limitadas. Mais do que nunca, a campanha digital será decisiva. 

As eleições já começaram, por mais que ainda faltem quase 90 dias para colocarmos o dedo na urna eletrônica. Muitos, na condição de “pré”, já invadiram as redes. As ideias são lançadas. Renovação para quem quer entrar, e continuidade para quem quer ficar. Difícil saber onde isso tudo vai dar. 

A mudança de algumas regras, principalmente para o legislativo municipal, não tirou o ímpeto daqueles que se propõe a disputar um espaço na vida pública. Nunca tivemos tantos decididos a disputar uma vaga. Se compararmos com um concurso público ou vestibular, certamente estaria entre os mais concorridos. Por que será? 

Em um cenário em que os políticos são constantemente execrados em manifestações e redes sociais, em uma época em que tudo parece incerto, onde os líderes de executivo e legislativo enfrentarão inúmeros problemas, em tempos de pandemia e crise econômica, será que ser homem público vale a pena? Qual o ganho? Há sempre essa indagação no ar…

No mercado e na vida, o cálculo é risco x ganho. Ou seja, se o risco é grande, o ganho deve ser bom, para compensar. Anima-se ao desafio pelo retorno esperado.

É importante indagar, então, qual é o desejo implícito na vontade de ser candidato? Talvez essa seja a proposta que deveria estar nas redes, ao invés das fotos de bom mocinho. Dinheiro, poder, reconhecimento, ser útil à sociedade, deixar sua marca? O que move os “pré”? Ao responder, estaremos em melhores condições de escolher entre aqueles que trarão soluções ou aqueles que serão mais problema do que já temos. 

Portanto, no próximo dia 15 de novembro, estará em nossas mãos a escolha. Por mais que seja obrigatório, transforme essa obrigação em oportunidade de uma opção séria para dirigir o município. Em momentos de incertezas, torna-se ainda mais importante o papel do prefeito e dos vereadores. É preciso pensar diferente sobre este momento. É preciso considerar quanto o poder público faz diferença em nossas vidas. Muita calma nessa hora. Estude, reflita e escolha que futuro quer dar a sua família, pois, goste ou não, ele passará pela política e pelos políticos que você mesmo ajudará a escolher. 

Carlos Alberto Facco – Secretário de Desenvolvimento Econômico de Campo Mourão | [email protected]