Agosto, o mês dedicado às vocações, por Gilmar Cardoso

Agosto é o mês dedicado às vocações. A Igreja nos convida durante o período para juntos, todos os cristãos rezarmos pelo despertar do chamado de Deus à cada pessoa. Esse chamado é individual, possui características únicas para cada um. Por isso, há uma etapa fundamental na vida de cada ser humano, chamada de discernimento vocacional.  “Amados e chamados por Deus” (Chv, 112) é o tema que inspira e faz reconhecer que cada ser humano é amado por Deus, chamado pelo Pai e enviado a viver de forma plena a sua vocação, como cristãos, de diferentes maneiras, na própria Igreja e na sociedade. O lema escolhido para a vivência do mês é “És precioso aos meus olhos. Eu te amo”  (Is 43,1-5). No próximo vamos seguir “A verdade nos salva” e, em 2022, a terceira verdade que o Papa proclamou na sua Exortação “Ele vive”.

Assumido em âmbito nacional, em 1981, por dioceses e regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o mês vocacional, celebrado em agosto, tem o intuito de ser um tempo especial de reflexão e oração pelas vocações e ministérios.

A palavra “vocação” deriva do latim “vocare”, que significa “chamado” e está intimamente ligada ao nosso existir como pessoa e ao sentido que encontramos desse existir na vida. O Guia Pedagógico de Pastoral Vocacional da CNBB afirma que “na Igreja, ‘vocação’ é o apelo de Deus que chama uma pessoa para uma missão ou serviço”.

Neste agosto de 2020, a primeira semana do mês, de 2 a 8 de agosto, é dedicada às vocações dos diáconos, presbíteros e bispos (ministérios ordenados). A segunda semana do mês de agosto, de 9 a 15, é dedicada à vocação do pai, mãe e filhos e a viver em família. Para esta ocasião, há a Celebração da Semana Nacional da Família. A terceira semana do mês, de 16 a 22, é dedicada à vocação das pessoas de vida consagrada, os que fazem os votos de Castidade, Pobreza e Obediência. A quarta e última semana, de 23 a 29, é dedicada à vocação dos cristãos leigos e leigas e seus diversos serviços na comunidade.

O mês de agosto, conforme o costume da Igreja no Brasil, é dedicado à oração, reflexão e ação nas comunidades sobre o tema das vocações. Especialmente neste período, todos são chamados para assumir de forma generosa os ministérios, e neste contexto, não poderíamos esquecer daqueles que se colocam à serviço da Palavra: os catequistas.

Neste ano, por coincidência, o Dia Nacional do Catequista cairá no quarto e último domingo do mês, período em que a Igreja também celebra a semana de orações para os ministérios e serviços na comunidade.

Neste quarto domingo, celebramos a vocação dos leigos e leigas e, como coincide com o último domingo do mês, comemora-se também o dia do catequista. A Igreja insiste hoje no protagonismo dos leigos, seja nos âmbitos da fé e da comunidade eclesial, mas preferencialmente na esfera do mundo. O leigo cristão tem a missão de ser o fermento de transformação profunda das realidades temporais, vivendo na comunhão da Igreja. Os catequistas são pessoas especiais, verdadeiros pedagogos da fé, que colaboram na evangelização. Ser catequista é pertencer a vocação que foi gerada no coração de Deus.

Catequista é aquele/aquela que se coloca a serviço da Palavra, que se faz instrumento para que a Palavra ecoe. O Senhor chama você para que, através da sua vida, da sua pessoa, da sua comunicação, a Palavra seja proclamada, Jesus Cristo seja anunciado e testemunhado.

A catequese tem como finalidade específica a de desenvolver, com a ajuda de Deus, uma fé ainda inicial e de promover em plenitude e alimentar cotidianamente a vida cristã dos fiéis de todas as idades. Trata-se, com efeito, de fazer crescer, no plano do conhecimento e na vida, o gérmen de fé semeado pelo Espírito Santo, com o primeiro anúncio do evangelho, e transmitido eficazmente pelo Batismo.

A catequese apresenta o evangelho que paulatinamente vai sendo compreendido e acolhido como algo capaz de dar um sentido à vida e, por isso, de inspirar atitudes de outra forma inexplicáveis, por exemplo: renúncia, desapego, mansidão, justiça e fidelidade aos compromissos. Desde a primeira infância até o limiar da maturidade, a catequese torna-se, pois, uma escola permanente da fé e segue as grandes linhas da vida, como um farol que iluminará o caminho da criança, do adolescente e do jovem.

Que, Maria, Mãe e discípula do Senhor Vos ajude a participar ativamente da ação missionária da Igreja. Que o Espírito de Pentecostes, derramado sobre os Apóstolos, nos anime a sair e anunciar Jesus caminho, verdade e vida.

Cumprimento, com grande gratidão, a todos os catequistas da nossa Diocese de São José e agradeço, de coração, seu generoso trabalho de “transmissores da fé” aos nosso catequisandos. A todos os catequistas invoco a proteção e a bênção da Santíssima

Trindade para o seu generoso e precioso trabalho pastoral. Deus vos abençoe!

GILMAR CARDOSO, advogado, poeta, membro do Centro de Letras do Paraná e da Academia Mourãoense de Letras.