Quem pode promover o desenvolvimento?

Comece de onde você está. Use o que você tiver. Faça o que você puder.

Arthur Ashe

O Brasil é um país de cultura estatista. A maioria das pessoas pensa que as políticas de desenvolvimento são uma responsabilidade exclusiva do Estado. Porém, se analisarmos as bem-sucedidas experiências de desenvolvimento mundo afora, podemos aprender que na maioria dos casos existe uma elevada cooperação entre o Estado, a Sociedade e o chamado Mercado – entendido como os agentes econômicos presentes numa sociedade.

O desenvolvimento somente será sustentável se existir o protagonismo local, pois os maiores responsáveis pelo desenvolvimento de uma localidade são as pessoas que vivem nela. Nenhuma política ou promoção de desenvolvimento exógena alcançará êxito sem o interesse, envolvimento, compromisso e adesão das pessoas.

Bem, mas como fazer isso? Algumas estratégias de planejamento e gestão compartilhada serão necessárias. Porque permitirão à comunidade local, através da experiência prática, o aprendizado necessário para que ela seja capaz de identificar potencialidades, oportunidades, vantagens comparativas e competitivas, problemas, limites e obstáculos ao seu desenvolvimento, e, a partir disso, poderá escolher vocações, estabelecer metas, definir estratégias e prioridades, monitorar e avaliar resultados.

Há que se promover, então, a capacitação requerida para planejar e gerenciar, de forma compartilhada, o processo de desenvolvimento local.

As estratégias de planejamento e gestão compartilhada, por serem participativas, contribuem para o crescimento da capacidade das pessoas (capital humano), e das relações de confiança entre elas (capital social), ampliando as possibilidades de empoderamento da população local e facilitando a conquista da boa governança, que são algumas das condições necessárias para o desenvolvimento sustentável.

Sabemos da necessidade do Brasil e de nossa região e se desenvolver econômica e socialmente. Nos incomoda quando vemos estudos de alcance mundial que colocam nosso país em situações vexatórias em rankings de educação, ambiente de negócios, violência, concentração de renda, entre outros.

Mas para operar um processo de desenvolvimento robusto, precisaremos resolver nossa carência em protagonizar nossa própria história. Tivemos alguns flashes de manifestações há algum tempo, mas hoje vivemos em um tempo de reclamações sem ações.

O atual cenário político, econômico e ético das nossas instituições pede ação. Como nunca.

Não conheço quem duvide da necessidade do Brasil em se construir como uma nação mais próspera, onde o resultado de suas potencialidades se transforme em riquezas e que o desenvolvimento alcance os níveis mais baixos da pirâmide social.

É um desafio de uma nação inteira, que precisa acabar com um entulho de leis, normas, procedimentos, regras e principalmente posturas, construído por gerações, que culmina agora com a falência do Estado, demonstrada claramente em sua incapacidade de resolver os problemas mais emergentes de nossa sociedade.

Mas é um desafio de todos. Governo, Sociedade, Mercado. Há que se trabalhar com um novo padrão de relacionamento entre estes atores. Devemos, juntos, sonhar com a universalização da cidadania, a ampliação dos direitos e oportunidades para todos, o empoderamento e protagonismo do cidadão, a conquista da sustentabilidade.

Só é preciso acreditar.