A polêmica de quem pode atuar no ramo da estética

Está longe do fim ou de ser um consenso a polêmica sobre quais profissionais podem realizar procedimentos estéticos no Brasil. Mas afinal de contas, qual formação deve ter esses profissionais? Quem pode realizar o que?

Antes de responder a essa pergunta, devemos entender o funcionamento do setor de estética, que pode ser dividido em dois grandes grupos de procedimentos:

Procedimentos Injetáveis: minimamente invasivos, em que se utilizam agulhas e que  passam a barreira da epiderme

Procedimentos Não injetáveis: aplicação de produto dentro do tecido.

Os médicos tem regulamentação para atuarem na área da estética injetável facial e corporal, assim como os biomédicos e farmacêuticos estéticos. Já dentistas podem trabalhar apenas rosto e pescoço, não podendo atuar em corpo e capilar.

Os enfermeiros precisam se atualizar constantemente sobre novas permissões para área da estética, pois podem trabalhar apenas com alguns dos procedimentos injetáveis. Os biólogos são os novos profissionais da área da saúde que podem trabalhar no setor. E os fisioterapeutas devem acompanhar seu Conselho Regional, pois há um movimento para que seja liberado e regulamentado, no que diz respeito aos procedimentos injetáveis.

Algumas técnicas, como a harmonização facial e fios de sustentação, exigem formações específicas em determinadas áreas da saúde de acordo com a legislação vigente. Contudo, apesar de uma série de cursos que não têm a mesma exigência, como design e micropigmentação de sobrancelhas, a busca por escolas têm sido grande também por profissionais da saúde, principalmente da área de enfermagem.

Mas é importante salientar que, aqueles profissionais que pretendem ingressar no mercado de estética devem estudar e muito, pois além de estarem lidando com aparência e autoestima das pessoas, trata-se de um setor que está em constante atualização e crescimento. Para a habilitação de cada profissional, o próprio conselho a que ele é vinculado exige uma carga horária mínima no ramo da estética.

Segundo avaliação de advogados especializados na área da Saúde, como Rodrigo Tadeu Donizete Marques da Silva e Carlos Alberto de Souza Reis (da Silva & Reis Assessoria Jurídica), os cursos livres são ofertados para que haja desenvolvimento técnico aos profissionais, não sendo um modelo de habilitação à execução de qualquer atividade profissional.

Ele aponta que esta função é oriunda da ação dos conselhos de classes das respectivas profissões. Assim, os cursos extracurriculares objetivam a capacitação e a atualização do profissional, a habilitação/autorização para a execução da atividade é de atribuição dos respectivos conselhos de classe, que habilitam estes profissionais.  Mesmo os cursos de pós-graduação (especializações) devem passar pelo crivo dos conselhos.

É fundamental destacar que o fato de realizar uma especialização em estética, sem o registro desta no respectivo conselho de classe e por consequência, a habilitação desta especialização, não autoriza a execução da atividade pelo profissional.

Um fenômeno que observamos na rotina da Clinic Cursos é que  a grande procura dos cursos por pessoas formadas com bacharéis de enfermagem, já somam mais de 50% dos alunos. Ouvimos relatos que o principal motivo por buscarem mudança em sua área de atuação é o estresse causado no ambiente hospitalar e prontos-socorros, principalmente durante a pandemia do coronavírus.

Esses profissionais querem um trabalho, em que possam atuar mais com a autoestima das pessoas, com o bem-estar e com a alegria. E não é apenas uma percepção entre alunos, mas também entre quem procura oportunidades de emprego na escola, tanto que a cada 10 currículos que recebo, três são de enfermeiros. Menciona a Dra. Paula

Os fenômenos que comentei não são os únicos a alavancarem o setor de formação desses profissionais.

O Brasil é o país que mais realiza cirurgias plásticas no mundo. De acordo com levantamento recente divulgado pela Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS, na sigla em inglês), organização global que congrega cirurgiões estéticos de 110 nações, em 2019 o país respondeu por 13,1% do total de procedimentos, seguido dos Estados Unidos, com 11,9%.

Este é o segundo ano consecutivo em que a avaliação do ISAPS destaca a liderança brasileira. Não fosse a pandemia de Covid-19, manteríamos esta performance ascendente também em 2020. Já no começo de 2021, no entanto, os sinais de recuperação foram perceptíveis, com um aumento de quase 50% na procura por procedimentos estéticos, em comparação com o mesmo período do ano passado.

O levantamento também aponta que os procedimentos não cirúrgicos mais populares para ambos os sexos são toxina botulínica, ácido hialurônico e remoção de pelos.

De acordo com o Global Entrepreneurship Monitor 2020/2021 (GEM), publicado em maio deste ano, mais de 50% dos brasileiros pensam em iniciar um negócio nos próximos três anos. Estando no Brasil o maior índice de intenção de empreender entre os países monitorados da América Latina, América do Norte e Europa. Uma tendência que se comprova no setor da estética e nos resultados do crescimento da Clinic Cursos, uma escola que desenvolve profissionais para procedimentos não cirúrgicos, desde o design de sobrancelhas até a harmonização facial, e que viu a procura por seus cursos crescer 500% no primeiro semestre de 2021.

Dra. Paula Caroline Garcia, Biomédica Estética, especialista em técnicas avançada e eletroterapias e gestão de negócios.  CEO e responsável técnico da Clinic Biomedicina Estética. CEO e coordenadora pedagógica da Clinic Cursos. Fundadora da Spa inPars, empresa do ramo de bem estar em eventos.  Docente nos cursos de Harmonização Orofacial e corporal há 3 anos