Mãe é mãe, por Gilmar Cardoso

Maio é o mês dedicado às Mães, período que nos convida a refletir sobre o sentido mais profundo da palavra amor – o primeiro e maior mandamento.

Ainda que a data ocupe o segundo lugar comercial, atrás apenas da festa do Natal; ela não surgiu com esta intenção.

A celebração nasceu nos Estados Unidos, no início do século 20, através de uma insistente campanha feita pela jovem Anna Maria Jarvis, da Virginia, a idealizadora da festividade. A ideia surgiu a partir da morte de sua mãe, em 1905. As amigas preocupadas com seu estado depressivo, fizeram uma festa para eternizar o dia em 1907; e Anna quis que a celebração fosse estendida para homenagear e reconhecer o valor de todas as mães. Em 1908, ela edificou um memorial para a sua mãe. Após três anos de campanhas, em 26 de abril de 1910, o governador acrescentou o Dia das Mães no calendário de datas comemorativas do Estado. Em pouco tempo outros aderiram à comemoração e com isso, em 1914, após aprovação pelo Congresso, o Presidente dos Estados Unidos Woodrow Wilson, formalizou a data em todo o território nacional. Rapidamente, mais de 40 países adotaram a data.

No Brasil, o Dia das Mães foi oficializado alguns anos mais tarde. Em 1932, o presidente Getúlio Vargas assinou o decreto que criava a data. O texto diz que o Dia das Mães foi estabelecido para que se comemore os “sentimentos e virtudes que o amor materno concorre para despertar e desenvolver no coração humano, contribuindo para seu aperfeiçoamento no sentido da bondade e da solidariedade humana”. Quinze anos depois, a data foi incluída no calendário oficial da Igreja Católica, por determinação do cardeal arcebispo do Rio de Janeiro, dom Jaime de Barros Câmara. Muito embora, o primeiro registro de comemoração do Dia das Mães de que se tem conhecimento em nosso país é datado de 12 de maio de 1918, um domingo frio e chuvoso. Esse registro fala de uma celebração do tipo realizada em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul por iniciativa da Associação Cristã de Moços. À entrada, vasos de flores vermelhas e brancas. Para cada pessoa que entrava, uma jovem senhora fazia uma pergunta e depois, delicadamente, colocava na lapela uma flor vermelha, se sua mãe era viva, ou branca, caso estivesse morta. A festividade teve grande acolhida. Em 1919 foi a vez da ACM do Rio de Janeiro realizar sua primeira celebração, seguida em 1921 da ACM de São Paulo. Aos poucos, a data foi ganhando adeptos até se espalhar por todo o Brasil. O Dia das Mães é uma data móvel, ou seja, o dia a ser comemorado depende do ano, mas no Brasil é sempre no segundo domingo do mês de maio. Em vários países é comemorado em outras datas, que vão desde março até dezembro.

O poeta Carlos Drummond de Andrade, emociona-nos no poema Para Sempre ao perguntar: POR QUE DEUS PERMITE QUE AS MÂES VÃO-SE EMBORA? MÃE na sua graça, é eternidade. Por que Deus se lembra/- mistério profundo /de tirá-la um dia?/Fosse eu Rei do Mundo, baixava uma lei: – Mãe não morre nunca,mãe ficará sempre junto de seu filho e ele, velho embora, será pequenino feito grão de milho.

Nos versos da canção obra-prima de Pixinguinha – Rosa – Tu és, divina e graciosa, Estátua majestosa do amor. Por Deus esculturada. E formada com ardor, Da alma da mais linda flor, De mais ativo olor, Que na vida é preferida pelo beija-flor.

E por fim, este vosso companheiro rotário lhes dedica o poema MÃE É MÃE!

MÃE é luz na imensidão, / Ternura pura e verdadeira.

Dedicação, coragem e perdão. / A primeira palavra, voz, embalo;

Colo, berço e atenção. / Paixão para vida inteira

Presença eterna / Heroína, rainha e guerreira.

Saudade infinita / Amor sem comparação

Bondade sem medida / Santa, meiga e querida

Doação incondicional / Ser transcendental

O Céu na terra / A Paz em meio à guerra

Um anjo especial / A imagem de Deus / À nos guiar e proteger

Exemplo e inspiradora / Fonte de bênçãos e professora

Para quem um só dia é pouco / Pelo muito que faz por merecer

E para que possamos ajoelhados / Rogar-lhe preces e bendizer!

Mãe é quem gera, cria, cuida, dá amor… / Não sei se foi Deus, o destino ou se foi sorte / O que fiz para merecer um amor tão puro e forte.

Tu és a flor do meu jardim, te amo tanto assim: – mil milhões! / Mãe é Mãe!

Não espere sofrer pra perceber./ Não espere perder pra dar valor.

Compartilho com o sentimento do poeta: / Nas três letras de mãe tem tanto amor

que não há quem consiga descrever.

– PARABÉNS E FELIZ DIA DAS MÃES

* GILMAR CARDOSO é advogado, poeta, membro do Centro de Letras do Paraná, da Academia Mourãoense de Letras e da Academia Brasileira Rotária de Letras – Abrol/PR.