Uma história de vida, por Mariângela Cunha

Natural de União da Vitória/PR, em 1984 fez vestibular na FADU — Faculdade de Direito de Umuarama. Iniciou o curso em 1985, com o término em 1988 — 7ª Turma; a colação de grau se fez em 25/02/1989 no antigo cinema daquela cidade.

Como a irmã, sobrinhos e cunhado residiam em Campo Mourão/PR e, na época, este era o Delegado Chefe da 16ª SDP, o acaso juntou a amizade daquele com o Advogado José Luiz Gurgel (Presidente da OAB Biênio 1989/1990-1991/1992) e, pasmem, a secretária era e como ainda está, desempenhando a mesma função, a querida Edina Pereira, dando início em 22/08/1989 a um amor incondicional à advocacia e à OAB.

Desde os primórdios houve participações junto às comissões na Subseção. Após sobreveio o Conselho, Secretaria Geral Adjunta, como Coordenadora de Processos Disciplinares por duas gestões e, em 2018, houve o agraciamento de ser a primeira mulher a representar a Subseção de Campo Mourão perante o Conselho da Secional do Paraná, atuando na Câmara de Seleção, cujo aprendizado está sendo maravilhoso.

Assim, passadas mais de três décadas, o afã de prestar um bom serviço, quer com o cliente, quer com a Justiça, persiste, para estar sempre em conformidade com a razão e com o dever.

No árduo caminho percorrido, nem sempre se colheram rosas. Apareceram alguns espinhos, os quais serviram para aprimorar o conhecimento e perseverar no caminho, em contrapartida sempre houve o respaldo e carinho dos colegas do escritório.

Conforme anteriormente dito, na via trilhada, nem sempre foram retas; as curvas ocasionalmente vieram e foram transcorridas de maneira hábil e com vagar, quiçá, nunca houve o sentido de discriminação ou menosprezo por ser mulher.

 

Muitos fatos pitorescos aconteceram, a exemplo de um fato ocorrido nos idos 1990, quando havia uma grande escassez de gasolina. Dois clientes de Roncador/PR, que estavam presos em Goioerê/PR, foram soltos, decorrentes de deferimento de Pedido de Liberdade Provisória e, assim, esta advogada, em companhia do colega de escritório, fizeram um tour entre Goioerê/Campina da Lagoa/Mato Rico e finalmente Roncador para deixar os clientes em casa. O carro da época era um fusca ano 1975, cor  azul, chegando em Campo Mourão por volta das 21 horas, sem gasolina.

Também destaco a Sessão da Câmara de Novas Tebas/PR, à luz de velas, pelo fato da Prefeitura não ter pago a fatura de energia elétrica da nobre Casa de Leis, tendo sido necessário o ajuizamento de ação para o restabelecimento da energia elétrica.

Ainda, clientes residentes na Zona Rural, mesmo encerrados os processos, traziam e ainda trazem frutas, hortaliças, ovos, etc… E, recentemente, ocorreu um fato ao menos curioso. No passado, defendendo os interesses de meu cliente, atuei com empenho para solucionar o processo por meio de composição, tendo sido realizadas várias tratativas. Efetivamente houve a conciliação das partes e, tempos depois, a pessoa que figurava no polo passivo contratou-me como advogada em outro processo, sendo que hoje, além de cliente, é um grande amigo.

Sinto-me realizada na profissão escolhida, profissão da qual sobrevivo e que acima de tudo amo, incondicionalmente.

Profissão esta imprescindível para a Justiça e para a sociedade. Tamanha sua grandeza que consta da Carta Magna, que em seu Artigo 133 assim discorre: “O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei”.

 Parabéns a todas as mulheres!

Por Mariângela Cunha, Conselheira Estadual da OAB/PR