Recuperação do setor de seguros: aumento de 7,7% no terceiro trimestre

Se bem que a recuperação está sendo lenta e ainda é negativa, comparada com o mesmo período do ano passado, no terceiro trimestre o setor de seguros para veículos mostrou uma média de crescimento de 7,7%. Melhoria provocada pelas inovações do segmento e também pelo aumento na venda de automóveis.

Todos, em maior ou menor medida sofremos o impacto das medidas para frear o contágio do Coronavírus. O segmento de seguros para veículos apresentou uma importante queda. As empresas digitais, com suas novas propostas para o segmento, ganharam maior visibilidade e clientes nos mercados, mas as seguradoras tradicionais tiveram que inovar e acelerar o desenvolvimento do braço digital do seu negócio para ficar mais próxima ao cliente. 

Todas procuraram oferecer maior flexibilidade nos serviços para se adaptar à nova situação, outros descontos no momento de renovar foram disponibilizados aos clientes, assim como melhores condições de contratação para captar novos clientes. 

No entanto, passaram vários meses até que as seguradoras voltassem a mostrar números positivos. 

Boa parte da redução na venda de apólices foi pela redução da venda de veículos 0 km, que no primeiro semestre chegou a cair 40% de acordo com o Relatório Semestral da Fenabrave. Isso porque os veículos novos são os que representam a maior proporção de contratação de apólices. 

Essa situação está sendo revertida, o crescimento que vem mostrando desde agosto e setembro está surpreendendo. A venda de veículos 0 km reportou um aumento de 11% em setembro, em relação ao mês anterior. No segmento de veículos usados foi registrada a venda de 1.018.758 unidades, que representam 8,4% a mais do que no mesmo período do ano passado, segundo os dados da Fenabrave. 

Se bem que o mercado de veículos ainda apresenta uma arrecadação 24,1% menor que a do ano passado (8.057.790 veículos vendidos em 2019 e apenas 6,2 milhões de unidades em 2020). A perspectiva é que essa tendência de crescimento continue, mesmo que seja o segmento de veículos seminovos e usados que lidera as vendas. Essa situação somada às novas opções para assegurar os veículos estão ajudando ao mercado de seguros na sua melhoria.

No primeiro trimestre do ano, não foram observadas perdas para os seguros, mas o segundo trimestre foi crítico, experimentou uma queda de 13,8% em comparação com o mesmo trimestre de 2019. Mas, desde junho o mercado de seguros em geral, considerando todos seus segmentos, vem mostrando um desenvolvimento positivo e constante. Os seguros de Danos e Responsabilidades, por exemplo, já tinham crescido 17% até setembro, em comparação com o mesmo período de 2019.

Os seguros para veículos somam uma queda anual de 4,1%, mas com o aumento de 4,3% em setembro, após queda de 3,8% em agosto, na média do terceiro trimestre o crescimento registrado é de 7,7%.

Em outubro deste ano, as seguradoras reportaram uma arrecadação de R$ 22,25 bilhões, queda de 8,60% em relação ao mês de setembro onde R$ 24,34 bilhões tinham sido arrecadados. Porém a arrecadação acumulada nos nove meses está apenas 1,1% abaixo do que foi arrecadado entre janeiro e setembro de 2019. 

Especificamente os seguros de danos alcançaram uma receita de R$ 64,88 bilhões, valor que representa um aumento de 2,2% comparado com o mesmo mês do ano passado, de acordo com a informação divulgada pela Susep na Síntese Mensal – Outubro de 2020. No cenário de incertezas em que vivemos, as perspectivas sobre como será o próximo ano são reservadas.

Como se podem beneficiar os motoristas para contratar um bom seguro neste cenário?

Com a pandemia, as seguradoras investiram em tecnologia para atender as necessidades pontuais dos seus clientes e para facilitar o dia a dia dos segurados com aplicativos e operações on-line. Hoje em dia, um motorista que quer cuidar de seu patrimônio não precisa contratar um seguro de carro com cobertura completa de um ano. As novas propostas das seguradoras permitem a contratação de coberturas que duram o tempo que o cliente precisar. Este é o caso do seguro intermitente (Liga-Desliga) que tem se mostrado um dos favoritos, segundo o presidente da FenSeg. Também os seguros por demanda (Pay per Use) tiveram um grande crescimento, por oferecer proteções completas, porém com um custo acessível para o bolso de qualquer cliente. 

Além das novas formas de assegurar um veículo que estão disponíveis no mercado de seguros. Nestes meses de pandemia, o cliente encontrou uma maior flexibilidade nas seguradoras no momento de renovar uma apólice e também para contratar um seguro. Com certeza estas medidas permanecerão nos próximos meses, porém é possível que o prêmio aumente no próximo ano

Segundo o presidente da CNseg, Marcio Coriolano, a pior etapa da crise já passou e permitiu que o crescimento do segurador brasileiro, no terceiro trimestre de 2020, fosse de 7,7% mais do que no mesmo período do ano passado. 

Evidentemente, tanto as medidas tomadas pelos seguradores sobre seus produtos quanto o aumento nas vendas de veículos estão contribuindo para reverter a situação e favorecendo uma rápida recuperação do mercado de seguros.