O tênis de mesa e uma nova oportunidade para viver

Aquela volta da balada, no já longínquo ano de 2001, mudou para sempre a vida do curitibano Cincler Trevisan. Então com 24 anos de idade, ele viu o amigo alcoolizado perder o controle do carro em que estavam e capotar. Acordou depois de três dias em coma e descobriu que tinha um traumatismo craniano, um derrame no pulmão e, pior que tudo, uma compressão na medula óssea.

Como consequência do acidente, Cincler perdeu os movimentos dos membros inferiores e, para se movimentar, ficou preso pelo resto da vida a uma cadeira de rodas. Então, depois de dois anos de muitas dores e sofrimentos físicos, ele conheceu a Associação dos Deficientes Físicos do Paraná (ADFP), onde reaprendeu a fazer tudo na vida, só que no comando total da cadeira de rodas.

E foi na ADFP que Cincler descobriu a paixão pelo esporte que iria mudar a sua vida para sempre. O tênis de mesa para cadeirantes abriu novos horizontes e revelou uma vida intensa a ser vivida, mesmo diante das dificuldades. Em 2005, já em sua primeira competição, levou duas medalhas de bronze num campeonato em Itajaí (SC), e nos anos seguintes colecionou medalhas em praticamente todos os torneios que disputou.

“Eu ganhei uma nova chance de retomar as atividades que poderiam me devolver a oportunidade de me sentir inserido novamente na sociedade de forma mais natural”, diz Cincler a respeito da importância do tênis de mesa em sua vida. A partir do Campeonato Brasileiro em Goiânia, em 2008, ele decidiu se dedicar totalmente ao esporte. E os resultados vieram em profusão.

Hoje, como atleta incentivado pelo Programa de Incentivo ao Esporte da Prefeitura de Curitiba, ele é tetracampeão representando Curitiba nos Jogos Abertos do Paraná, tetracampeão brasileiro representando Curitiba nas seleções estaduais, em 2021 e 2022, e vice-campeão brasileiro representando Curitiba na Seleção Estadual de Duplas Mistas. Fechou o ano em 5º lugar no ranking nacional e na vice-liderança no ranking da Região Sul.

“Se hoje eu consigo participar destas competições e conquistar estes resultados, é graças ao apoio da Lei de Incentivo ao Esporte, do Bolsa Atleta e do programa Geração Olímpica. Eu agradeço a Deus por ter me dado uma segunda chance na vida, e com isso poder escrever uma nova história”, concluiu Cincler.