Opinião: França começa bem. E algozes do Brasil estreiam nessa quarta-feira

A terça-feira começou com um jogo eletrizante: virada da Arábia Saudita sobre a Argentina. Depois, foram dois empates sem gols nos jogos da Dinamarca x Tunísia e Polônia x México.

Dessas seleções, a única que tem algo a comemorar é a Tunísia, empate com sabor de vitória para as águias do Cartago. A Dinamarca parece ter sentido na estreia o peso do favoritismo. A obrigação de propor o jogo também atrapalhou. Foi uma atuação muito abaixo do que o time costuma jogar. Tem potencial e deve melhorar nas próximas rodadas.

No jogo Polônia x México, o veterano goleiro Ochôa, que vinha sendo bastante questionado pela torcida mexicana antes da Copa do Mundo, pegou um pênalti batido por Lewandowski e mostrou que o povo não é tão supremo assim. Nada de gol em Copas do Mundo para o centroavante polonês.

E no último jogo do dia, a França tomou um susto logo no início quando a Austrália abriu o placar. Mas rapidamente se recuperou. Rabiot empatou e Giroud virou ainda no primeiro tempo. No segundo tempo, Mbappe fez o terceiro e Giroud fechou o placar: 4 a 1. Foi o segundo dele na partida e o gol que o colocou, ao lado de Henry, como maior artilheiro da história da seleção francesa. Começo para dar confiança em meio a tantos desfalques.

Nessa quarta-feira, jogam os times do Grupo E e F. Alemanha, Espanha, Bélgica e Croácia iniciam suas caminhadas. É bom ficar de olho nessas seleções, provavelmente uma delas será o confronto do Brasil nas quartas-de-final.

Jogos do dia

7h – Marrocos x Croácia

10h – Alemanha x Japão

13h – Espanha x Costa Rica

16h – Bélgica x Canadá


Grupo E

Espanha

Costa Rica

Alemanha

Japão

Após a conquista do título de 2010, a Espanha foi eliminada na primeira fase em 2014 e nas oitavas-de-final em 2018. Agora, a Fúria chega rejuvenescida ao Catar. O técnico Luiz Henrique, streamer nas horas vagas, aposta em um meio de campo com Gavi e Pedro, 18 e 19 anos respectivamente. O maior problema da Espanha, como parece ser sempre, é no ataque. Morata deve começar como titular, fugindo de uma de suas principais características, que é a de justamente ser reserva.

Liderar o grupo da morte e só ser eliminado nos pênaltis nas quartas-de-final de 2014 foi o auge do futebol costa-riquenho. A base desse time segue quase a mesma para 2022, mas todos oito anos mais velhos: Navas no gol, Bryan Ruiz no meio e Campbel no ataque. Difícil acreditar que los ticos terão o mesmo desempenho que tiveram no Brasil.

Eliminada na primeira fase na Rússia, a Alemanha busca sua redenção no Catar. No time ainda há alguns remanescentes do 7 a 1, Neuer, Muller e Gotze – lá vem eles de novo – e também jogadores bem mais novos, como Musiala e Moukoko.
Falando um pouco sobre a geografia do elenco, é curioso que no atual time da Alemanha há seis jogadores de ascendência africana e que não há nenhum nascido na parte oriental do país. Evidencia uma Alemanha multiétnica e com um lado ainda mais desenvolvido que o outro.
É sempre difícil prever o que os alemães são capazes de fazer, mas em Copa do Mundo costumam ir longe. Uma coisa que é certa é que Neuer, hoje com 16 jogos, quebrará o recorde de Taffarel (18 jogos) como o goleiro que mais partidas disputou em mundiais.

O Japão quase chegou às quartas-de-final em 2018, teria sido a melhor participação na sua história. Em 2022 jogam a sua sétima Copa do Mundo seguida com um time bem regular e que impôs dificuldades ao Brasil em recente amistoso entre as seleções. Não fosse um grupo com Espanha e Alemanha, os samurais azuis teriam bem mais chance de passar pela primeira fase.

Grupo F

Bélgica

Canadá

Marrocos

Croácia

Liderada por De Bruyne, o melhor jogador rosa do mundo, a eterna geração Belga chega para essa Copa do Mundo menos falada do que outras vezes.
Falando em falar, no vestiário belga a língua oficial é o inglês. É que no país, além de alguns dialetos, há três línguas oficiais: francês, holandês e alemão. O inglês acaba sendo utilizado como uma espécie de meio termo, evitando qualquer tipo de divisão ou favorecimento entre os jogadores.
Mesmo sem despertar tanta atenção como em anos anteriores, a expectativa é de um bom desempenho. A vitória sobre o Brasil em 2018 mostrou que os belgas são capazes, sim, de derrotar uma das grandes. A ver como será a recuperação de Lukaku, jogador essencial para o sucesso dos Diabos Vermelhos.

O Canadá volta a disputar um mundial depois de 36 anos. Em 1986 foram 3 derrotas e nenhum gol marcado. Apesar de surpreendente, a classificação nas eliminatórias foi conquistada de forma convincente, liderando a disputa na CONCACAF. Tudo bem que mandou uns jogos contra seleções da América Central em locais com temperatura abaixo de zero para conseguir alguma vantagem, mas o que importava era conseguir a vaga. O destaque do time é Afonso Davies, lateral no Bayern de Munique, atacante na seleção da terra da Maple Leaf.

O vice-campeonato em 2018 contou com uma boa dose de sorte dos Croatas, foram duas classificações nos pênaltis e a semifinal na prorrogação, mas demonstra que não dá para duvidar desse país banhado pelo Mar Adriático. O time até melhorou em relação ao da Copa do Mundo passada, Modric se estabeleceu como um dos meias mais vitoriosos da história do futebol europeu e dá para sonhar com grandes feitos novamente.

Fechando o grupo, o país que ajuda a compor um dos maiores palíndromos da língua portuguesa – socorram-me subi no ônibus em Marrocos – conta com ótimos nomes em seu elenco, como Hakimi e Ziyech. O problema são as confusões internas. Se os Leões do Atlas se acertarem nesses dias de Copa do Mundo, podem atrapalhar a vida das favoritas do grupo.

Lucas Fernando é de Ariquemes/RO. Como é santista, até os 17 anos os únicos títulos que tinha comemorado foram os da Seleção Brasileira de Futebol em 94 e 2002. Talvez isso justifique sua paixão por Copas do Mundo. A cada 4 anos para quase tudo para acompanhar os jogos, inclusive aquele Tunísia e Panamá pela última rodada do Grupo do G da Copa de 2018