Opinião: Nessa segunda-feira, Holanda estreia contra Senegal e a Inglaterra contra o Irã

Apesar de toda a expectativa pelo desempenho da seleção do Catar depois de uma preparação de mais de 06 meses, o Equador não deu chance e ganhou a estreia por 2 a 0, com dois gols de Enner Valência.

Não era esperada muita qualidade técnica do Catar, mas a falta de vontade em um jogo em casa pela Copa do Mundo decepcionou bastante. Nem a torcida contratada dos catarianos foi o suficiente para empolgar. Aliás, falando em torcida, nas imagens da TV foi possível ver algumas poucas mulheres nas arquibancadas, algo bem raro em tempos normais no Catar.

Do lado do Equador, dá para dizer que foi uma estreia bem convincente. Ficou a sensação de que poderia até ter aproveitado para fazer mais saldo de gols, o que pode ser crucial na definição dos classificados. A expectativa agora é saber se a lesão que motivou a substituição de Enner Valência, autor dos últimos 5 gols do Equador em Copas do Mundo (contando 20018 e 2022), prejudicará seu desempenho no restante do torneio.

Nessa segunda-feira, Holanda e Senegal fecham a primeira rodada do Grupo A, Inglaterra x Irã e EUA x País de Gales, jogam pelo Grupo B.

Serão jogos interessantes, mas o destaque fica por conta de Inglaterra x Irã, já que os jogadores ingleses comunicaram que farão um pequeno protesto no início do jogo contra o racismo. Além disso, o capitão Harry Kane usará a braçadeira na cor do arco-íris em favor da comunidade LGBTQI+, marginalizados no Catar. O árbitro da partida será o brasileiro Rafael Klaus. No outro jogo do grupo, EUA e País de Gales se enfrentam pela primeira vez e os capitães também devem usar a braçadeira na cor do arco-íris.

Seguindo o Guia da Copa, hoje os comentários são sobre o Grupo B.

– Inglaterra
– País de Gales
– Eua
– Irã

Dá para dar aula por um semestre só falando sobre as relações geopolíticas desse grupo (e pensar que por pouco não é a Ucrânia no lugar de País de Gales). A expectativa é que o aconteça em campo de certo modo ultrapasse as quatro linhas.

A Inglaterra é tida como favorita do grupo, mas a melhor fase do English Team já ficou para trás. Semifinalista da Copa em 2018 e finalista da Euro em 2020, o time não está em boa fase. As más escolhas do Professor Southgate, como a insistência com o zagueiro Maguire, laterais machucados, meio de campo sem criatividade e Mick Jagger na torcida faz com que diminua a expectativa sobre o time. São muitos problemas.

É que o grupo é fraco e um cruzamento nas oitavas pode ajudar em uma campanha digna até às quartas. O que não dá para subestimar é a capacidade dos ingleses quando o assunto é fiasco no futebol.

Já País de Gales, que ironicamente não conta com a torcida do Príncipe de Gales, já que o Príncipe Willian prefere a Inglaterra no futebol (deixando a torcida para os galeses no rúgbi), volta a disputar uma Copa do Mundo depois de 64 anos. A última partida deles em mundial foi contra o Brasil em 1958, derrota por 1 a 0, gol de Pelé, na fase quartas-de-final.

É o último ato da geração liderada por Gareth Bale, que quando veste a camisa vermelha vira um dos melhores do mundo. É a segunda força do grupo e pode até mesmo surpreender a Inglaterra no clássico do Reino Unido.

Os EUA também já tiveram momentos melhores. A MLS está mais forte do que nunca, mas não refletiu na qualidade da seleção. Teve mais dificuldades do que o esperado para se classificar e quase repetem a ausência da Copa de 2018. Nomes como Pulisic e McKennie ainda não jogaram muita coisa na seleção, no entanto têm potencial e podem trazer alguma esperança ao Tio Sam.

O Irã vive um momento interno complicado, há diversos protestos nas ruas de Teerã, e diferente de 1998, quando o Irã ganhou dos EUA e protagonizou o seu maior momento em Copas do Mundo, a seleção dessa vez não conseguirá unir o país.

O treinador português Carlos Queiroz voltou para o time em cima da hora, após uma disputa entre diretores na federação iraniana. Os antigos persas têm um elenco envelhecido e sem um grande nome. Mehdi Taremi é quem mais tem jogado bem, mas é pouco para acreditar em uma classificação.

Lucas Fernando é de Ariquemes/RO. Como é santista, até os 17 anos os únicos títulos que tinha comemorado foram os da Seleção Brasileira de Futebol em 94 e 2002. Talvez isso justifique sua paixão por Copas do Mundo. A cada 4 anos para quase tudo para acompanhar os jogos, inclusive aquele Tunísia e Panamá pela última rodada do Grupo do G da Copa de 2018