Com início do verão, dermatologista alerta para cuidados com a proteção da pele

A chegada do verão no Hemisfério Sul nesta sexta-feira (22) vem acompanhada de maiores alertas para os cuidados em relação à exposição à luz solar. Com isso, a reportagem da TRIBUNA falou com uma médica dermatologista, que esclareceu quais são os principais tipos de cânceres de pele e fez orientações a respeito da proteção adequada.

Segundo a profissional, Mônica Fernandes Ribeiro, que já atua em Campo Mourão há 27 anos, existem três tipos de cânceres de pele: carcinoma basocelular, carcinoma espinocelular e melanoma. Os dois primeiros são mais comumente provocados pelo sol.

O principal cuidado para prevenir esse tipo de câncer ainda é o filtro solar. Mas Mônica também ressaltou que, atualmente, há várias marcas de vestimentas no mercado com tecnologia de proteção solar. Além disso, segundo a especialista, o trabalho de conscientização e a prevenção devem iniciar com as crianças precocemente.

Isso porque os danos causados pelo sol são cumulativos. Mas muitos acham que “queimaduras” eventuais não vão fazer mal a longo prazo. “As pessoas acreditam que foi só uma sapecada, só uma exposição na hora errada, que isso não vai ter uma repercussão no futuro”, reforçou.

Acontece que, conforme explicou, tais malefícios normalmente começam a aparecer após os 40 anos, se a pessoa passou a fazer uma exposição ao sol errônea, ou seja, em horários em que a radiação é mais intensa ou sem uso de proteção adequada. A recomendação médica é para que as pessoas evitem receber luz direta do sol do período das 10 às 16 horas.

Porém, com as altas temperaturas que têm sido registradas na região de Campo Mourão e em várias partes do Brasil, a incidência de radiação solar pode se elevar mesmo antes ou após esse período. Para aumentar os cuidados, a dermatologista lembra que atualmente existem aplicativos de previsão de tempo com tecnologias mais avançadas.

Alguns deles já indicam a quantidade de raios ultravioleta (UV) prevista para determinados dias e, até mesmo, com especificação de horários, em alguns casos. “Nesses dias, quando têm uma radiação UV muito alta, a gente orienta aumentar mais ainda a atenção, redobrar os cuidados, reaplicar mais vezes o protetor solar”, frisou.

Mas, para garantir a eficácia do protetor solar, é necessário não economizar na camada utilizada. Mônica explicou que, cada vez que a radiação entra em contato com a pele, vai inativando a camada de proteção. “O ideal é que você reaplique a cada três horas”, disse.

A recomendação geral é fazer uso de filtro solar com fator de proteção 30 ou mais, porém a dermatologista indica aos seus pacientes usarem um fator mais alto. “Como a gente tá percebendo que a radiação está mais profunda, então hoje eu tenho preconizado para os meus pacientes uso de filtro acima de 50”, falou, ressaltando que não deixa de avaliar cada caso e redirecionar a orientação se for preciso.

Principais sintomas

Os primeiros sinais de alteração e que indicam que a pele está sendo danificada são o aparecimento de regiões espessas, com aspecto áspero. Isso acontece, de acordo com a profissional, como uma tentativa de defesa da própria pele.

Outra característica é o surgimento de placas eritematosas avermelhadas, que podem levar à descamação da região. Como a área já costuma ficar mais sensível, dependendo do contato que a pessoa fizer com ela, pode prejudicar ainda mais. “Normalmente o paciente vai lá, fica cutucando, e isso acelera o processo”, enfatizou.

Os locais mais comuns em que costumam aparecer essas “lesões” são no antebraço, colo, pescoço, atrás da orelha e outras áreas em que a pele é mais fina, como alertou a especialista.

A dermatologista destacou que não é apenas a radiação do sol que pode causar câncer de pele. Telas de televisão, computador, tablet e celular, que correspondem à luz azul, também podem levar à doença a longo prazo.

Outras causas do câncer de pele

A dermatologista Mônica destacou que o câncer de pele, ao contrário do que muitos ainda acreditam, não é causado somente pela radiação solar. Ele também pode ser oriundo da luz azul e do infravermelho longo.

No caso da luz azul, o câncer pode ser proveniente da radiação de telas de televisão, computador, tablet e celular e da luz visível (como o LED), por exemplo. Já a radiação do infravermelho longo pode estar presente no calor do carro, churrasqueira e lareira, conforme exemplificou a médica.

Todas essas radiações podem ir lesionando a pele e, muitas vezes, não se percebe que está sendo danificada. O alerta da especialista é, principalmente, para quem tem tendência a manchas, como Melasma, e fica muito tempo exposto ao computador. Nesses casos, filtro solar precisa ser ainda mais específico; é necessário ter uma base na composição.

“Essa opacidade, essa base no filtro é que protege da luz azul”, reforçou Mônica. Hoje os filtros solares evoluíram, e muitos deles são completos, já contando com as 4 proteções necessárias para UVA, UVB, infravermelho longo e luz azul.

Por fim, a profissional alertou para que, caso a pessoa perceba descamação ou apresente alguma área mais elevada, avermelhada, em especial no antebraço ou na face, por exemplo, procure um profissional da área para fazer os exames e a avaliação necessários.