WSOP: sua importância para o poker mundial e histórico dos brasileiros no circuito

 

Reconhecido internacionalmente como o maior circuito de poker, o World Series of Poker (WSOP) surgiu em Las Vegas e tem quase meio século de história. A competição é considerada a Copa do Mundo do esporte das cartas e a principal meta dos participantes é conquistar o sonhado bracelete de ouro.

Prêmio de excelência dado aos campeões de todos os eventos do WSOP, o bracelete de ouro foi concedido pela primeira vez aos vencedores em 1976. Antes disso, os organizadores distribuíam troféus, pratos e taças comemorativas aos vencedores.

WSOP conta com torneios de todas as modalidades de poker existentes, mas com níveis de importância distintos. O Main Event, por exemplo, é o principal evento do WSOP e reúne mais de 6.000 de competidores anualmente em Las Vegas.

A expansão e modernização do WSOP ao longo dos seus quase 50 anos de vida foram muito importantes para o crescimento do poker em diversos setores, como no surgimento de novos torneios e no aumento da popularidade do esporte.

O sucesso da marca WSOP a nível mundial fez com que empresas gigantes se unissem ao circuito, como a ESPN e a 888 poker, algo que ajudou a expandir os torneios do circuito para países fora do continente norte-americano. No Brasil, muitas pessoas passaram a conhecer o WSOP graças às transmissões de Main Event exibidas pela ESPN Brasil.

De acordo com André Akkari, um dos melhores jogadores da América Latina, a ESPN teve importante influência na sua paixão pelo poker. A primeira vez que tive contato com o poker foi em 2005. Na mesma época os torneios já estavam sendo transmitidos pelo canal ESPN e comecei a assistir também. Assim que tudo começou, contou o profissional para a revista ES Brasil.

A 888 poker, assim como a ESPN, foi parceira do WSOP nos últimos anos e é uma das empresas de maior prestígio no cenário brasileiro e mundial do esporte das cartas. Em 2019, a companhia continua como parceira internacional de poker online do circuito, com vários torneios qualificatórios por satélite a fim de conceder vagas para o WSOP em Las Vegas.

Com diversas campanhas publicitárias, a 888 poker tem importante participação na expansão do WSOP no mercado brasileiro, além de organizar eventos organizados em prol do desenvolvimento do poker no Brasil.

Para se ter uma ideia do crescimento da modalidade por aqui, basta mencionar que atualmente, segundo dados fornecidos pela Confederação Brasileira de Texas Hold'em, o país já conta com oito milhões de jogadores de poker em todas as modalidades (aproximadamente 4% da população brasileira).

Os brasileiros campeões no WSOP

Ganhar um bracelete no WSOP está longe de ser uma tarefa fácil e exige muito talento e dedicação para chegar até lá. O Brasil tem quatro representantes em um seleto grupo que já foram campeões mundiais: Alexandre Gomes (2008), André Akkari (2011), Thiago Decano (2015) e Roberly Felício (2018).

 

Alexandre Gomes

 

Natural de Curitiba, Alexandre Gomes teve um início muito promissor no poker ao conquistar um bracelete de ouro do WSOP com apenas 25 anos de idade. O título veio em 2008 e mudou para sempre a carreira do ex-advogado.

Foi um processo de transição. Era advogado e tinha um escritório. Quando os resultados no poker foram acontecendo pensei que se me dedicasse poderia obter melhores resultados. Foi aí que decidi me dedicar exclusivamente ao poker e deu certo, disse ele em entrevista para a Tribuna do Paraná.

O jogador de Curitiba teve uma performance impecável e superou 2.317 competidores para entrar para história como o primeiro brasileiro a triunfar no WSOP e levar o bracelete de ouro, façanha que abriu portas para que outros jogadores do país conquistassem títulos do circuito.

Após o triunfo em solo norte-americano, Alexandre continuou a conquistar importantes resultados em torneios nacionais e internacionais ao vivo, colocando o profissional no rol das figuras importantes do esporte paranaense.

 

André Akkari

 

O segundo bracelete de ouro veio para o Brasil três anos depois com o paulistano André Akkari. Ele começou a carreira em 2006 e já era apontado pela mídia esportiva como um dos jogadores mais importantes do poker brasileiro na década de 2000. Sendo assim, o título no WSOP veio coroar o bom trabalho que vinha sendo feito nos anos anteriores.

Apesar de seus melhores resultados na carreira terem sido conquistados nos eventos ao vivo, foi no cenário online que o paulistano se desenvolveu como jogador e encontrou a oportunidade de chegar até ao WSOP em 2011.

Os campeonatos ao vivo vêm como um bônus dos bons resultados na internet. Cada vez que seu bankroll cresce e você tem condição de investir num torneio ao vivo, que têm prêmios maiores. Numa dessas que eu fui campeão mundial. Já tive várias outras grandes premiações, outros títulos não tão expressivos, mas meu grande momento foi o título mundial em 2011, afirmou à revista ES Brasil.

Nos dias atuais, Akkari já não compete em tantos torneios como no passado, dedica-se a serviços de mentoria no esporte das cartas, é palestrante e atua como empresário no setor de eSports.

 

Thiago Decano

 

Segundo paulistano na história a ser campeão mundial no WSOP, Thiago Decano conquistou o bracelete de ouro em 2015. Vale destacar ainda que Decano divide com Akkari a liderança do ranking de performance de jogadores brasileiros no WSOP, segundo dados divulgados pelo site SuperPoker.

Ganhar um bracelete é o maior sonho de qualquer amante do nosso esporte. É o nosso Oscar. Não sou um jogador melhor ou pior por ter ganho, mas em qualquer carreira profissional somos medidos pelos nossos resultados. E, sem dúvidas, ganhar a Copa do Mundo do Poker é o auge, comemorou Decano em entrevista para a ESPN Brasil.

Ex-bancário e profissional no poker desde 2007, ele carrega na bagagem resultados impressionantes nos 12 anos de carreira. Seu primeiro título de expressão foi na Copa do Mundo de Poker Online em 2009. Além disso, o atleta venceu dezenas de torneios online nos últimos anos.

 

Roberly Felício

 

Empresário e competidor recreativo, o goiano Roberly Felício não tem um currículo de muitas conquistas no poker. No entanto, sua paixão pelo esporte das cartas fez com que ele disputasse o WSOP em 2018 e levasse para a casa o quarto bracelete de ouro do Brasil no circuito.

Não tenho pretensão e tempo para me tornar um profissional. Mas amo o esporte, minha vida é estudar e ler sobre poker. Quero sempre essa adrenalina da competição, disse Roberly à ESPN Brasil.

Apesar de não ser um jogador profissional, Roberly mostrou que o poker é um esporte que pode ser jogado de várias maneiras ao exibir um lado estratégico diferenciado dos demais, que acabou surpreendendo os rivais no evento em Las Vegas e garantindo sua vitória.

Outros brasileiros que tiveram participações importantes no WSOP

Terceiro melhor brasileiro no ranking de performance de brasileiros na história do WSOP, Rodrigo Garrido pode nunca ter conquistado o bracelete de ouro na Copa do Mundo do Poker, mas sua regularidade no circuito impressiona.

Logo atrás de Garrido no ranking aparece Felipe Mojave. Veterano competidor e com títulos em mesas ao vivo de diversos países, Mojave é um dos jogadores mais respeitados no cenário internacional e acumula bons resultados no WSOP.