Com safra recorde de trigo, Paraná mantém ritmo de venda aos mercados interno e externo
A produção recorde de trigo no Brasil na última safra levou a uma redução de 35% na importação do cereal no primeiro semestre deste ano, comparativamente ao mesmo período de 2022. No Paraná, o volume entre exportação e importação foi quase o mesmo, com venda externa de 3 mil toneladas a mais que as compras internacionais. Essa é uma das análises do Boletim de Conjuntura Agropecuária referente à semana de 14 a 20 de julho.
O documento, preparado pelos técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab), mostra que as importações brasileiras alcançaram 2,1 milhões de toneladas, volume inferior aos 3,2 milhões de toneladas do primeiro semestre de 2022.
Os dados nacionais foram extraídos do Agrostat, base de dados online que oferece visão detalhada das exportações e importações agrícolas. A produção brasileira de 10,6 milhões de toneladas de trigo no ano passado possibilitou, ainda, a venda de 2,1 milhões de toneladas para o Exterior. É o terceiro maior volume já exportado pelo Brasil em um primeiro semestre.
O Paraná, que colheu 3,5 milhões de toneladas em 2022, continua atendendo prioritariamente o mercado interno. No primeiro semestre deste ano, enquanto as exportações somaram 178 mil toneladas, as importações foram de 175 mil toneladas, com vistas a atender necessidades específicas dos moinhos.
A colheita da safra paranaense de trigo de 2023 deve se intensificar a partir de setembro. As 4,5 milhões de toneladas previstas são recorde histórico e têm potencial para manter em alta os números de exportação e contribuir para a redução dos volumes importados.
Suíno e bovino
O Paraná foi o terceiro maior exportador do Brasil de carne suína no primeiro semestre de 2023. Foram vendidas 80,5 mil toneladas, um crescimento de 5% em relação ao mesmo período do ano passado. A receita financeira alcançou US$ 187,5 milhões, alta de 17% sobre os seis primeiros meses de 2022.
Já o Brasil exportou 16% a mais em 2023, chegando a 579,5 mil toneladas e uma receita financeira de R$ 1,4 bilhão. Santa Catarina foi o maior exportador com 320 mil toneladas, 55% do total nacional. É seguido pelo Rio Grande do Sul, com 23%, e pelo Paraná, com 14%.
O boletim faz referência também à redução de 4,8% no custo de produção por litro de leite em junho, comparativamente a maio. Nos últimos 12 meses a queda foi de 5,8%. A alimentação do rebanho foi o principal influenciador nessa redução. A situação representa uma compensação parcial para os produtores que ainda trabalham com margens apertadas, devido principalmente à importação de lácteos mais baratos.