Paraná ganha o maior frigorífico de suínos da América Latina

O Paraná ganhou nesta terça-feira (13) uma nova unidade frigorífica da Frimesa em Assis Chateaubriand, na região Oeste. É a maior indústria de suínos da América Latina. O Governo do Estado, por meio do Instituto Água e Terra (IAT), entregou a Licença de Operação da unidade aos investidores, o que permite o início das operações do frigorífico.

Só neste projeto, o maior da história da cooperativa, foram investidos R$ 1,3 bilhão. Com a nova unidade, serão gerados 8.500 empregos diretos e indiretos e cerca de R$ 600 milhões em impostos. O faturamento estimado é de R$ 5,7 bilhões.

A operação na nova unidade está programada para iniciar em março de 2023. A industrialização de carnes triplicará a produção de suínos da cooperativa, já que a nova estrutura diminuirá as distâncias e os custos no transporte dos animais.

A capacidade de abate será de 7.880 suínos por dia, uma média de 550 por hora, totalizando 1,8 mil toneladas/dia, mas o objetivo é que, em 2032, o número suba para 15 mil suínos processados por dia. Isso ocorrerá em três etapas. Após o início da operação, entre 2023 e 2025, a estimativa de produção é de 3,7 mil cabeças por dia. Entre 2026 e 2028, o número deve subir para as 7,8 mil cabeças. Na terceira etapa, entre 2029 e 2031, a meta é atingir mais de 11 mil cabeças por dia.

O vice-governador Darci Piana, que participou da inauguração, afirmou que a instalação da nova unidade terá um impacto significativo na economia de Assis Chateaubriand e de toda a região Oeste. “Serão 8,5 mil empregos diretos, mais os indiretos, que devem superar os 15 mil, com tudo que envolve esse complexo de produção. Isso vai permitir que muita gente tenha oportunidade de renda, impulsionando a economia da região”, ressaltou.

O projeto é peça-chave para o futuro da cadeia produtiva de suínos desde a base primária. A escolha da localização da nova unidade, a 150 quilômetros de distância da sede, em Medianeira, também no Oeste, se deu por conta da concentração de produtores na região e, por isso, deve promover ainda mais o desenvolvimento do Oeste paranaense.

“Seguimos o exemplo de Cafelândia, Medianeira, Palotina. Na medida em que trazemos mais gente para o lugar, uma coisa puxa a outra. Daqui uns anos teremos uma mudança radical porque criamos oportunidade para as pessoas trabalharem e produzirem riqueza aqui”, destacou o diretor-presidente da Frimesa, Valter Vanzella.

IMPACTOS – De acordo com o prefeito de Assis Chateaubriand, os primeiros impactos na economia do município já foram, inclusive, observados. “Já sentimos esses impactos desde quando a Frimesa começou a ser projetada. Pessoas começaram a vir pra cá, o município já vem se organizando. E agora, quando começar a operação de fato, terá um aumento em média de 30% a 40% do que é arrecadado no município”, comemorou.

Segundo o secretário estadual de Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, a conquista como área livre de febre aftosa, com potencial de abertura de novos mercados no Exterior, foi determinante para esse investimentos.

“A Frimesa investiu aqui para produzir carne suína para os mercados interno e externo. E a nossa conquista de área livre de febre aftosa contribuiu para essa decisão. É uma empresa grande, que pensa nos mercados em geral, mas trabalha conosco a ideia do Paraná estar presente no mundo”, ressaltou o secretário.

“Antes nos vacinávamos contra a aftosa e agora nós somos livres. Com isso vamos tentar acessar novos países. Já faz dois anos que estamos trabalhando em cima disso”, disse o presidente.

SUSTENTABILIDADE — Priorizando uma produção mais sustentável, a nova unidade frigorífica terá um sistema para reaproveitamento de águas e eficiência energética. Para o processamento da carne suína, serão utilizadas soluções para promover o bem-estar e diminuição do estresse animal. Além disso, esta será primeira planta de suínos do Brasil a utilizar biometano na flambagem dos suínos.

O GRUPO – A Frimesa Cooperativa Central é uma empresa brasileira, fundada há 45 anos, em 13 de dezembro de 1977, em Francisco Beltrão, Paraná. Com sede em Medianeira, na região Oeste, a Central é a 4ª maior empresa paranaense de abate e processamento de suínos e está entre as 10 maiores empresas do Brasil de recebimento de leite. Atualmente, conta com 6 unidades industriais, e atua em todo o mercado nacional e internacional, exportando para diversos países.

PRESENÇAS — A inauguração contou com a presença do secretário do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, Everton de Souza; do ex-governador e deputado federal, Beto Richa; do deputado federal, Dilceu Sperafico;  do deputado estadual Marcel Micheletto; do superintendente federal do Ministério da Agricultura no Paraná, Cleverson Freitas; do presidente da Ocepar, Jose Roberto Ricken; dos diretores-presidentes do BRDE, Wilson Bley Lipski; da Copagril, Ricardo Sílvio Chapla; da C.Vale, Alfredo Lang; da Copacol, Valter Pitol; da Primato, Anderson Sabadin; e da Lar, Irineo da Costa Rodrigues; além do diretor-executivo da Frimesa, Elias José Zydek e demais autoridades da região.