União Brasil confirma Sergio Moro como candidato ao Senado pelo Paraná

O União Brasil confirmou nesta terça-feira (2), a candidatura do ex-juiz federal e ex-ministro Sérgio Moro ao Senado pelo Paraná. A decisão foi anunciada em convenção realizada pelo partido, em Curitiba. Pelo menos 60 pré-candidatos do partido participaram da convenção.

A sigla havia informado a pré-candidatura do ex-ministro ao cargo em julho. Nesta terça, o partido declarou que deve apoiar Ratinho Junior (PSD) na candidatura à reeleição para o Governo do Paraná.

Inicialmente Moro anunciou que poderia concorrer à Presidência. Depois, tentou transferência de domicílio eleitoral para o estado de São Paulo, mas foi negado pelo Tribunal Regional Eleitoral. Na decisão, o tribunal entendeu que Moro, que é paranaense, não tem vínculo com o estado. Com a decisão, o candidato passou a mirar cargos pelo Paraná.

Em entrevista à TRIBUNA, o ex-juiz disse que se colocou inicialmente como pré-candidato a presidente porque havia uma expectativa de conseguir romper a polarização política no País. No entanto, segundo ele, durante esta caminhada o partido onde estava, o Podemos, tem estrutura pequena e insuficiente para uma campanha presidencial. Não houve alianças no âmbito da terceira via, não só em relação a sua pré-candidatura, mas também em relação às demais. E de outro lado, informou, começou a faltar apoio político dentro do próprio partido. “Isso me fez ter que deixar o Podemos e readequar meu percurso”, falou.

Sergio Moro é paranaense, nascido e graduado em Maringá. O ex-juiz formou-se em direito na Universidade Estadual de Maringá (UEM), fez aperfeiçoamento na escola de direito da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Concluiu o mestrado em Direito do Estado na Universidade Federal do Paraná (UFPR), em 2000, e o doutorado, em 2002, pela mesma instituição, na área de direito constitucional.

Moro foi titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, especializada em crimes financeiros e de lavagem de dinheiro, e ganhou projeção nacional após ser responsável pelos processos da Lava Jato em primeira instância. Ele deixou o cargo de juiz federal em 16 de novembro de 2018, para assumir o Ministério da Justiça e Segurança Pública no governo Bolsonaro. Em 2020, ele pediu exoneração do cargo de ministro motivado pela decisão de Bolsonaro de trocar o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, que havia sido indicado por ele.

Senado

O mandato de senador é de oito anos. A cada quatro anos, são renovados um ou dois terços das cadeiras – de forma alternada. Em 2022, um terço das cadeiras será renovado (27 vagas). Dos três representantes do Paraná, o mandato de Álvaro Dias (Podemos) é o que termina este ano. O calendário eleitoral prevê a realização das convenções partidárias de 20 de julho a 5 de agosto. Porém, a oficialização das candidaturas depende de protocolo das atas das convenções na justiça eleitoral. Além de Moro, foram confirmados em convenções para a disputa pela vaga no Senado: Aline Sleutjes (PROS), Desiree Salgado (PDT), César Silvestri Filho (PSDB), Guto Silva (PP), Laerson Matias (PSOL), Roberto França (PCO) e Orlando Pessuti (MDB).