Mulher encontrada enforcada na cadeia pode ter sido assassinada

Lesões encontradas pelo Instituto Médico Legal na cabeça e na perna da detenta Gislaine Aparecida Oliveira, 31, encontrada morta dentro da cadeia em Goioerê, levaram a Polícia Civil e dar novos rumos a investigação sobre o ocorrido na madrugada de domingo. O delegado Hélio Nunes Pires disse à imprensa de Goioerê que o laudo conclusivo do IML irá indicar se as agressões foram a causa da morte ou se ela morreu por enforcamento.

Pelas lesões é certo que houve agressões. O que não sabemos ainda é se as lesões foram a causa da morte, explicou o delegado, ao acrescentar que as investigações irão apurar se ela cometeu o suicídio, se foi enforcada ou ainda se foi induzida ao suicídio.

Desde que o corpo foi encontrado, por volta das 10 horas de domingo, já havia suspeita da Polícia de que a mulher havia sofrido agressões. Havia sangue na ela e apesar da morte ter acontecido na madrugada só foi dado o alarme por volta das 10 horas, observa o delegado.

A família de Gislaine também teria afirmado que não seria dela a caligrafia da carta de despedido encontrada junto ao corpo. A confirmação disso ou não vai depender de exames grafotécnicos, explica o delegado.

CONDENADA A 30 ANOS

Gislaine estava presa em Goioerê desde o dia 9 de junho, após ter sido condenada a 30 anos de prisão por dar veneno a duas crianças (o que causou a morte de uma delas). No domingo (1º) ela foi encontrada enforcada com um lençol amarrado na porta da cela e uma carta manifestava arrependimento e remorso pelo crime.

O crime praticado por ela ocorreu em 2009, quando colocou veneno na mamadeira de duas crianças, filhas de uma vizinha para se vingar do marido, que teria tido um caso extraconjugal. Uma das crianças seria fruto desse relacionamento.

Me arrependo a cada dia por ter tirado a vida de uma inocente, que nem mesmo podia se defender. A cada dia sofro de remorso no meu coração… Está (sic) sendo difícil todos os meus dias pela crueldade que eu mesma causei, diz um trecho da carta. Algumas detentas ouvidas pela Polícia Civil ainda no domingo disseram que Gislaine conversava muito pouco e que apresentava um quadro de depressão desde que foi presa.