Rubens Bueno presta contas do mandato na região e fala sobre momento político

Prestando contas do mandato nos 25 municípios da Comcam, o deputado federal, Rubens Bueno (Cidadania), fez uma visita à TRIBUNA na manhã desta sexta-feira (30). Ele foi recepcionado pelo empresário Nery José Thomé. Na ocasião, o parlamentar comentou sobre o momento político que atravessa o país e dos planos do partido para as eleições presidenciais em 2022.

Bueno comentou que a prestação de contas do mandato é um projeto de vida pública. “Quando não deputado, prefeito eu fazia nos núcleos de base, nas entidades organizadas da sociedade. Sempre prestei contas. É uma forma de você fazer um relatório, documentar fatos e também ouvir”, frisou.

Ele comentou que as audiências de prestação de contas fornecem ‘matéria-prima’ para continuar como trabalho. “Quantos e quantos projetos apresentei com demandas que são apresentadas nestas reuniões”, ressaltou. Segundo o parlamentar, o objetivo é percorrer pelo menos 100 municípios de várias regiões.

Eleições 2022

Sobre as eleições presidenciais de 2022, Bueno afirmou que o Cidadania trabalha por uma alternativa. Ou seja, uma terceira via. Pelo cenário atual, a disputa deverá ser polarizada entre Bolsonaro e o ex-presidente Lula. “Temos que sair desta polarização e radicalização que não leva a lugar nenhum. A não ser um ficar xingando o outro que não é este o papel de um presidente da República. Precisamos de uma terceira via, um caminho de alguém equilibrado, que tenha bom senso e seja um bom gestor”, destacou.

Bueno comentou que o Brasil tem problemas graves. O orçamento de 2021, por exemplo, é de R$ 4,1 trilhões, mas restam apenas R$ 52 bilhões para investimentos. “Para você ver a tragédia que é o orçamento público. E não é enfrentado. Os governos têm que enfrentar isso para valer”, afirmou.

Ele disse que uma candidatura própria do Cidadania à presidência seria improvável. “Não temos tempo de televisão e dinheiro de fundo de campanha que sustente uma campanha presidencial. Mas claro que faremos parte de um conjunto de seis partidos, que vêm trabalhando em busca de um perfil ideal para este novo momento para o Brasil. 61% da população brasileira querem uma alternativa para 2022. É a nossa capacidade de atender essa demanda e vontade do povo brasileiro”, afirmou.

Fim dos supersalários

A Câmara dos Deputados aprovou no início deste mês, por unanimidade, o relatório de Rubens Bueno, ao Projeto de Lei (PL 6.726/16), que acaba com os penduricalhos que aumentam significativamente os subsídios, principalmente de magistrados e procuradores.

O deputado explicou que a proposta de combate aos chamados supersalários teve como base uma lei do Senado, de 2016. O objetivo é que as determinações sobre o teto constitucional sejam válidas para todas as instâncias de governo (federal, municipal e estadual) e todos os Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário).

A proposta, que seguiu para votação do Senado, detalha todas as parcelas – que já constam no Artigo 37 da Constituição – e que poderão ser pagas. “Nós colocamos travas, porque um estado paga R$ 1 mil, outro R$ 3 mil, R$ 5 mil de penduricalhos, da forma como deseja. Limitamos essas parcelas indenizatórias para que se evite os abusos que infelizmente vêm acontecendo no país”, explicou. Segundo Bueno, como fim dos supersalários, o Brasil poderá economizar até R$ 10 bilhões por ano. “Agora, só pode pagar o que está na lei”, ressaltou.

Fundão eleitoral

Bueno comentou também sobre a mudança do teto do fundão eleitoral de R$ 2 bilhões para R$ 5,7 bilhões, aprovado pelo Congresso Nacional. O dinheiro custeia campanhas políticas. A medida é classificada por ele de ‘golpe do fundão’.

“Aprovamos o fim dos supersalários no dia 13 de julho e dois dias depois veio a proposta do relator da LDO [Lei de Diretrizes Orçamentárias] e dentro veio embutido o fundão eleitoral, passando de R$ 2 bilhões R$ 5,7 bilhões. Quase triplicando este valor. Protestamos, mostramos que tinha havido uma votação dois dias antes para economizar quase R$ 10 bilhões ao ano e não fazia sentido aumentar da noite para o fundão para campanha eleitoral, quase triplicando o valor”, argumentou.

A aprovação do aumento no fundo foi feita em votação simbólica, ou seja, não há como saber quais deputados votaram a favor ou contra. “Votei não a este aumento absurdo para financiar campanhas com o dinheiro da sociedade. Está faltando dinheiro para vacinas, para Segurança, para Educação e agora aprovam um absurdo desse. Votei não e repudio essa manobra de última hora”, acrescentou.